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Oceanos são pulmões do planeta e maior meio de absorção de carbono

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Em mensagem especial em vídeo para o Dia Mundial dos Oceanos (8 de Junho), o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, lembrou que, enquanto o mundo trabalha para acabar com a pandemia e sair melhor do que estávamos, temos uma “oportunidade única e a responsabilidade de corrigir a nossa relação com o meio ambiente, incluindo os mares e os oceanos do mundo”.

“Contamos com os oceanos para alimentação, meios de subsistência, transporte e comércio. E, enquanto pulmões do nosso planeta e o seu maior meio de absorção de carbono, os oceanos desempenham um papel vital na regulação do clima global”, explicou Guterres.

Atualmente, o nível do mar está subindo devido às mudanças climáticas, ameaçando vidas e meios de subsistência em nações, cidades e comunidades costeiras e baixas de todo o mundo. Os oceanos estão se tornando mais ácidos, colocando em risco a biodiversidade marinha e as cadeias alimentares essenciais. E pior: a poluição do plástico está por todo o lado.

O tema deste Dia Mundial dos Oceanos é a inovação para um oceano sustentável. “Uma melhor compreensão dos oceanos é essencial para conservar as reservas de peixes e descobrir novos produtos e medicamentos. A próxima Década das Nações Unidas da Ciência dos Oceanos para o Desenvolvimento Sustentável dará impulso e uma estrutura comum à ação”, lembrou o Secretário-Geral. “Apelo a todos os governos e a todas as partes interessadas para que se comprometam com a conservação e a sustentabilidade dos oceanos através da inovação e da ciência.”

UNESCO reforça a importância da preservação do maior ecossistema do Planeta

Em nota, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) lembrou que os oceanos cobrem dois terços da superfície da Terra e geram quase todo o oxigênio que respiramos. Regulam o clima no Planeta, fornecem alimentos e vários outros serviços essenciais. Mais de 3 bilhões de pessoas dependem da biodiversidade marinha para sua subsistência.

Ações humanas têm colocado em risco os habitats marinhos. A presença de plásticos no oceano, por exemplo, aumentou em dez vezes desde 1980, levando à morte de mais de 1 milhão de aves marinhas e 100 mil mamíferos marinhos a cada ano.

A Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável de 2021 a 2030, que está sob a coordenação da Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI) da UNESCO. Ela visa a incentivar a colaboração científica internacional, bem como o gerenciamento sustentável dos oceanos com base na integração entre a ciência e a política.

Comitê Nacional para a Década dos Oceanos

UNESCO e parceiros lançam nesta segunda-feira (8/6), oficialmente, o Comitê Nacional para a Década dos Oceanos, que reúne outras organizações internacionais, representantes do governo, sociedade civil e academia.

O objetivo é desenvolver um plano com diretrizes claras sobre onde queremos chegar nos próximos dez anos em relação à proteção dos oceanos. Em paralelo, será lançado o website “O Brasil na Década”, que vai destacar todas as agendas do Comitê. No segundo semestre, serão sete oficinas em todo o país, em um processo construtivo e participativo, com o objetivo de arrecadar fundos e gerar apoio institucional para a implementação do plano.

“Com o lema ‘A ciência que precisamos, para o futuro que queremos’, a Década criará oportunidades para mobilizar a comunidade científica, a classe política e toda a sociedade para a conservação e o uso sustentável do oceano, e potencializar o alcance do ODS 14, relacionado ao oceano e vida marinha”, destacou a Diretora e Representante da UNESCO no Brasil, Marlova Noleto.

Além disso, a UNESCO, a COI e a Universidade Federal de São Paulo vão lançar o “Cultura Oceânica”. É um kit pedagógico, que estará disponível online e com acesso gratuito, apresentando de forma didática para públicos de todas as idades os processos complexos que acontecem nos oceanos, as funções marinhas, e a importância da preservação.

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