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Macro parasitoides se destacam no controle de pragas no campo

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Os insetos parasitam outros insetos e demonstram driblar a resistência de percevejos aos atuais defensivos

Na cultura de soja, os percevejos se tornaram um preocupação latente, causando um prejuízo tanto na qualidade dos grãos quanto financeiro. O  manejo preventivo e integrado – que considera o uso de químicos e biológicos, antes do aparecimento de maior pressão – principalmente associado ao uso de novas soluções macro parasitoides, têm se apresentado como a forma mais eficaz na atualidade, segundo especialistas do setor.

Rena Quisini, engenheiro agrônomo Coordenador Técnico de Mercado na Nitro, multinacional brasileira produtora de insumos especiais para o agronegócio, comenta que a tática está se sobressaindo visto que resolve as principais problemáticas do atual cenário, garantindo uma melhora no índice de custo-benefício, que reflete no preço final dos grãos. “Estudos do setor e relatos de produtores dão conta de que essas pragas podem reduzir em até 30% a produtividade, resultando na perda de cerca de R$12 bilhões, como demonstrado na safra 2023/2024. Assim, agir estrategicamente, no tempo certo e lançando mão das melhores ferramentas é o que vai garantir melhor rendimento ao produtor”, diz Renan.

Uma novidade para o controle biológico das populações de pragas, de forma natural e sustentável: os macro parasitoides, que são insetos que parasitam outros insetos. Na natureza, eles depositam seus ovos em hospedeiros, onde larvas se desenvolvem, se alimentam e eventualmente o matam. Um exemplo produtivo e interessante é o manejo das vespas Telenomus podisi. “fêmea dessa vespa encontra um ovo de percevejo e deposita seus próprios ovos dentro dele. A partir daí, as larvas de Telenomus se alimentam desse ovo, impedindo que ele se desenvolva e dê origem a praga, no lugar do percevejo nasce uma vespa de controle”, explica Renan.

O Coordenador pontua também o uso dessas vespas, além de ser uma solução eficaz e ecologicamente correta, não é uma solução inovadora. “Era uma prática conhecida por parte de alguns produtores e utilizada em programas de controle biológico de pragas, em baixa proporção”, diz. “No entanto, a dedicação de grandes empresas ao aprimoramento das técnicas de manejo, investindo em inovação, promovendo pesquisas e adaptações no campo para uma agricultura mais sustentável, permitiu que o mercado tivesse um acesso amplo aos insumos desse tipo, barateando o custo e viabilizando o uso no dia a dia do campo.”

Ele diz também que a crise climática antecipa o período de infestação de pragas e impacta no clico de vida desses insetos, os dando a longevidade de até 150 dias nessas lavouras. “A alta temperatura e a baixa umidade relativa do ar aceleram o metabolismo desses insetos. Se antes um ovo levava cerca de oito dias, sob temperatura média de 25 graus, até eclodir, hoje esse período pode ser reduzido para cinco dias, considerando períodos de 28 ou 30 graus, como observamos durante o El Niño, por exemplo, aumentando, consideravelmente, a pressão e diminuindo o tempo para identificação e combate, uma vez que as vespas Telenomus se alimentam desses ovos.”

Renan alerta também que a capacidade de sobrevivência dos percevejos à situações adversas torna imprescindível o monitoramento contínuo para um controle eficaz. Pontua que o monitoramento, que é realizado via pano de batida, deve seguir uma regra bastante simples para considerar o início do tratamento e defesa: “se achar mais de dois percevejos por metro em áreas de produção de grãos, ou um percevejo por metro em áreas de produção de sementes, já é a hora de agir”, recomenda.

Por último, alerta que o controle efetivo dos percevejos na soja exige uma combinação de métodos de manejo e considera o uso de insumos químicos e biológicos, com destaque para a técnica do macro parasitismo, a partir de vespas Telenomus podisi, hoje já encontrada em larga escala e pronta para aplicação no campo.

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