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Ao invés de evitar os combustíveis fósseis, Brasil aumenta sua dependência ao Gás Natural

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A complexidade de uma guerra não se limita apenas aos fatores que a provoca, ela transborda para os impactos. Não é preciso ser economista ou analista político para saber que a explosão de um confronto e o mercado globalizado estão intimamente conectados. A Rússia é um grande produtor mundial de commodities sensíveis, como petróleo, alumínio, níquel e gás natural, do qual nos tornamos mais dependentes em 2021. Todos os países que têm – direta ou indiretamente – relações comerciais importantes ou são dependentes da importação das principais commodities afetadas globalmente, vão sofrer.
 

Em 2021 o Brasil viveu sua pior crise hídrica dos últimos 90 anos, para lidar com os riscos de racionamento de energia decorrentes da mesma o governo federal contratou ou se comprometeu a contratar termelétricas fósseis por meio de duas medidas principais: leilão emergencial (Leilão de Reserva), quando foram contratados 5 GW, e a Lei 14.182/2021 de privatização da eletrobrás, na qual está prevista a inserção de outros 8 GW em termelétricas a gás no Sistema Interligado Nacional (SIN) entre os anos de 2026 e 2030.

A decisão do governo federal, além de agravar a crise climática global, encarece a conta de luz dos brasileiros, aprofundando o abismo social já inaceitável no Brasil. Uma pesquisa recente mostra que luz e gás consomem mais da metade da renda de 46% dos brasileiros e que para poder pagar a conta de luz e garantir energia em suas casas, 22% dos brasileiros diminuíram a compra de alimentos básicos.
 

Ao tornar nossa matriz mais dependente do GNL estamos nos vinculando a este mercado global e suas intempéries e flutuações de preços. Estamos, portanto, importando um problema que a princípio não nos pertencia, algo totalmente desnecessário dada a disponibilidade de fontes renováveis mais baratas e abundantes, principalmente no NE brasileiro. Os EUA, país que busca incessantemente mercado para escoar a produção crescente de seu GNL, parece ter encontrado no Brasil um porto seguro. Em 2021 fomos o quarto país que mais importou GNL norte-americano por navio.
 

Além disso, ao carbonizar nossa matriz, o governo Bolsonaro nos coloca na contramão dos acordos globais para mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, e do que alertam os cientistas a respeito da urgência de descarbonização de geração energética.

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https://globalenergymonitor.org/report/boom-and-bust-gas-2022/

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