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Por ondas mais limpas: o ativismo ambiental da Liga Mundial de Surfe

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Márcia Régis | Redação Eco21 |

A etapa brasileira do Campeonato Mundial de Surfe, concluída em Saquarema (RJ) na última semana de junho com a vitória do brasileiro Filipe Toledo, surpreendeu em 2022 não somente pela grandiosidade inédita do evento. A Liga Mundial de Surfe (WSL) estreitou laços de trabalho com a SOS Mata Atlântica pela proteção de ecossistemas marinhos ao longo da costa brasileira e realizou ações de engajamento da população de Saquarema pela proteção da orla da praia, areia e mar do mais famoso breakpoint de surfe do Brasil.

Um relatório desenvolvido pela SOS Mata Atlântica com fomento do Instituto PURE, organização não-governamental criada pela WSL, revelou que existem mais de 128 unidades de conservação (UCs) que protegem ambientes costeiro-marinhos no Brasil, sendo 77 no litoral sudeste, 28 no litoral nordeste e 23 no litoral sul do país. Essas UCs se distribuem em 275 municípios costeiros da Mata Atlântica e foram criadas em municipalidades nas quais a sociedade civil já se engaja em políticas públicas, tais como manejo de áreas litorâneas e planejamento do espaço urbano. 

Mas, é preciso fortalecer continuamente o engajamento da sociedade civil dos municípios costeiros nos Conselhos Municipais de Meio Ambiente, Comitê Gestor Municipal da Orla e Conselho Municipal da Cidade, a fim de aumentar a cobertura e efetividade das áreas protegidas costeiro-marinhas. O estudo realizado pelo SOS Mata Atlântica discute como esses instrumentos podem levar ao aumento de áreas protegidas e sobre a importância da participação social.

Em Saquarema, a WSL empreendeu diversas ações de engajamento dos moradores de Saquarema e de torcedores e turistas às voltas com o campeonato de surfe. E mobilizou os atletas também. Os surfistas Caio Ibelli (Brasil) e Isabella Nichols (Austrália) lideraram uma ação de plantio e limpeza de praia na Reserva Ambiental da Restinga de Massambaba, onde se localizam os complexos lagunares com dunas e vegetação nativa que sustentam o poder das ondas da Praia de Itaúna, conhecida mundialmente como Maracanã do Surfe. 

O ecossistema de Massambaba abriga muitas espécies em risco de extinção, como o lagarto Liolaemus lutzae, o pássaro Formigueiro do Litoral e plantas como a Melanopsidium nigrum e a Melocactus violaceus. O nome “Massambaba” tem suas origens no idioma tupi-guarani e significa “união” ou “junção”, o que revela que os povos ancestrais sabiam da conexão entre esse ecossistema e o oceano. 

Um exemplar do lagarto Liolaemus lutzae

Para engajar as pessoas em Saquarema, a WSL Pure uniu em parceria a SOS Mata Atlântica, o projeto Mar Sem Lixo, a agencia local de turismo sustentável  Blue Birds e o Instituto Estadual de Meio Ambiente (INEA). “Somos uma liga global esportiva que tem o oceano como arena, escritório e inspiração. Convocamos a comunidade mundial do surfe para agir. A cada etapa do circuito mundial, procuramos trabalhar com as organizações locais e deixar um legado de conhecimento para a proteção e conservação do oceano para o futuro desse esporte”, explica Alexandre Fontes, VP de Eventos da WSL Latam. 

SOBRE A WSL PURE

A WSL Pure é uma organização sem fins lucrativos fundada pela Liga Mundial de Surf com a missão de inspirar, educar e empoderar a proteção do oceano. 

A organização promove a campanha We Are One Ocean (Somos Um Oceano), que visa engajar todos os que se importam com o oceano para influenciarem as lideranças mundiais signatárias da Convenção da Diversidade Biológica a adotarem a meta de proteger 30% do oceano, em um processo que seja inclusivo, orientado pelo conhecimento científico e que considere os múltiplos valores do oceano para as pessoas de todas as nações. 

A SOS Mata Atlântica integra com a WSL Pure uma coalizão com mais de 90 organizações da sociedade civil e empresas do setor privado em várias partes do mundo que apoiam a iniciativa We Are One Ocean.

Outra iniciativa promovida pela WSL Pure é a Save The Waves, um programa que identifica e preserva zonas oceânicas de ondas especiais para a prática de surfe no mundo. O programa fomenta a criação de Reservas Mundiais de Surfe (World Surfing Reserves – WSR) que são gerenciadas por comunidades locais. Até o momento, existem nove (9) WSRs implementadas no mundo, uma delas instalada na Guarda do Embaú, no litoral de Santa Catarina. A iniciativa Save The Waves lançou em 2022 um aplicativo que permite a qualquer pessoa fotografar lixo no mar e enviar seu relato para a campanha atuar na solução da ameaça ambiental. O aplicativo pode ser baixado aqui.

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