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A FRENTE AMPLA DO MEIO AMBIENTE, MAS NÃO SÓ!

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Nossa missão é semear informação ambiental de qualidade.

Samyra Crespo | Ambientalista. Ex-Presidenta do Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Feliz, como todo ativista, claro, com o discurso do presidente eleito Lula na COP27, a ser empossado proximamente.

Ele cumpriu as expectativas: o Brasil está novamente no tabuleiro do xadrez das políticas climáticas globais.

O mundo espera a redução do desmatamento. Nós brasileiros esperamos mais do que isso.

Esperamos que o novo governo pise no acelerador do desenvolvimento sustentável: neste front está  uma revolução no agro responsável e um combate feroz à  fome e à  pobreza, com a chamada segurança alimentar.

Neste front, está ainda o compromisso com a transição energética.

E se estamos falando de bem estar da população, não dá  para ignorar a dívida histórica com a questão do saneamento (lixo, esgoto e água potável).

Um quarto front pode ser resumido na expressão “produção e consumo sustentável” – engajar consumidores e empresas em um plano realista de mudanças no modelo de produção e nos hábitos de consumo.

Cada um desses fronts merece linhas e linhas de descrição, propostas, encaminhamentos.

Haverá dinheiro e disposição para todos estes enfrentamentos?

A PEC da transição, em tramitação, vai indicar se haverá fôlego financeiro para o governo decolar.

Bolsonaro atuou claramente violando o teto de gastos. Gastou em quatro anos mais de 400 bilhões extra-orçamento.

Agora bolsonaristas  – na oposição ou no seu ‘Brasil paralelo’, se mostram escandalizados… são patéticos.

Haverá consenso político para arranjos institucionais que fortaleçam as políticas ambientais?

É só lembrarmos, e o governo Lula saber traduzir em nomeações e ações concretas  – que não foi o PT nem os esquerdistas da ‘Frente’ que ganharam as eleições.

Deverá ser um governo plural e pluralista.

Então, no que diz respeito à  área ambiental, não  é  a volta da ‘tchurma’ dos marinistas ou deste ou daquela pessoa, coroada ou não.

Deverá prevalecer a sabedoria de entender que não estamos em 2003 e que há  interesses a acomodar.

Nesse novo contexto, onde tudo ainda depende de uma estabilidade, e uma viabilidade a serem criadas, o discurso de um governador como Helder Barbalho, tem tanto valor quanto o de um petista puro sangue.

Para um bom entendedor, o que estou sugerindo – ou escancarando,  basta.

Neste momento, a euforia de ouvir na tribuna da COP27 alguém como Lula, inebria.

Mas logo caímos na real – e entre as duras tarefas à  frente está não só combater o ressentimento dos perdedores, mas conter os arrulhos incômodos e previsíveis da nossa própria “patrulha”, da esquerda, sempre pronta para alfinetar e azedar as alianças  necessárias.

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