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Jovens da região amazônica lutam por direitos e representatividade da população local

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Apesar das notícias negativas e recordes de desmatamento, queimadas e violência contra os povos tradicionais, um sopro de esperança tem vindo da região amazônica. Atualmente, apesar de todas as dificuldades encontradas, dez grupos de jovens têm insistido em trabalhar junto à população de suas localidades, combatendo e chamando a atenção do poder público para problemas que se repetem há anos sem qualquer tipo de solução.

Esses jovens são do Maranhão, Tocantins, Pará e Amazonas e foram recentemente selecionados pelo programa IARA – Inovação e Aceleração na Região Amazônica, desenvolvido pela agência Purpose, para que pudessem levar sua luta adiante durante o período eleitoral. O IARA foi criado para fortalecer coletivos e organizações ativistas locais, permitindo que tirem seus projetos do papel e mobilizem suas comunidades a conquistar as mudanças necessárias para um desenvolvimento mais sustentável.

O objetivo do trabalho neste momento é chamar a atenção para a relação entre o voto e a solução dos problemas da região, como enchentes frequentes quando o rio sobe, falta de representatividade política de jovens das periferias, infraestrutura deficitária para a educação e falta de energia elétrica na região, que sofre com apagões frequentes. 

“Colocamos nossas experiências e estruturas à disposição dos grupos para apoiá-los na construção de soluções inovadoras para os desafios que suas comunidades enfrentam”, explica Ana Clara Toledo, da Purpose. A região amazônica foi eleita como a primeira a receber esse programa de aceleração do laboratório de clima da Purpose por exercer um papel central em relação aos desafios que teremos diante da emergência climática e seus desdobramentos econômicos e sociais.

“Apesar da importância da Amazônia para o planeta, debates e estratégias em busca de soluções para o bioma não incluem vozes locais e, portanto, não condizem com a realidade e os desafios que a região e seus cidadãos enfrentam”, explica Ana.” O programa foi criado justamente para potencializar os grupos que já atuam localmente, promovendo mudanças que impactem positivamente a população”, ressalta.

Conheça as propostas dos coletivos

Amazonas

Nessa região, a luta é para dar um basta às casas alagadas pelas enchentes que acontecem todos os anos. Por isso, o Instituto Capuaã criou a campanha “O Amazonas tá cheio”. Além desse projeto, outra reivindicação, desta vez do Coletivo Ponta de Lança, é dar voz às populações das comunidades e territórios periféricos, especialmente grupos indígenas, negros e afro-religiosos de Manaus.

Amapá

Erosão e abandono foram os responsáveis pelo desmoronamento da Escola do Bosque, a única em um modelo sustentável na comunidade de Bailique, em Macapá.

O coletivo Gira Mundo focou na reconstrução da escola, que atende 80% dos alunos de mais de 50 comunidades. O coletivo Utopia Negra Amapaense decidiu intensificar esforços para levar adiante o projeto “Acende a luz, Amapá”, para resolver os problemas constantes de falta de energia elétrica.

Pará

No caso dos jovens que atuam na região, a reivindicação é universalizar o acesso à informação de qualidade sobre política e meio ambiente. O coletivo Gueto Hub criou a campanha “Mó Climão” para formar uma rede de jovens ativistas pelo clima e meio ambiente na região. Já a Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais de Santarém (AMTR) criou a campanha “Di Rocha: Tapajós sem Potoca!”. Potoca, na gíria local, é mentira. O objetivo do grupo de mulheres é combater as fake news que se espalham pela região, especialmente durante o período eleitoral.

Maranhão e Tocantins

Nessas localidades, a campanha “Vote pelo MA.TO.”, criada pelo Coletivo Desenvolvimento e Juventude (Cdjuv), quer dar voz aos jovens periféricos na política pública e estimular a população a eleger candidatos comprometidos com os direitos humanos, a Amazônia e as mudanças climáticas.

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