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COP da biodiversidade é oficialmente adiada para 2022

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Reunião virtual de outubro pode destravar negociações sobre financiamento e implementação

O secretariado da Convenção sobre Diversidade Biológica anunciou formalmente que a COP15 – anteriormente prevista para outubro de 2021, na China – será agora realizada em duas partes , com as principais negociações ocorrendo de 25 de abril a 8 de maio de 2022. Ao anunciar o novo adiamento, o ministério de Meio Ambiente da China argumentou que uma cúpula presencial seria impossível em outubro devido à Covid-19.

O atraso até abril de 2022 empurra as negociações para fora do “super ano para a natureza, alimentos e clima”, aumentando os riscos de perder o impulso político de 2021. Há o temor de que o novo adiamento mantenha a contínua marginalização da natureza como uma arma eficaz na luta contra a mudança climática. O IPCC e o IPBES publicaram este ano uma declaração conjunta enfatizando a necessidade de enfrentar as crises do clima e a da biodiversidade de maneira simultânea.

O tempo extra pode ser uma oportunidade de avançar nas negociações sobre o Marco Global de Biodiversidade Pós 2020. A primeira minuta foi criticada por sua falta de detalhes sobre itens-chave, incluindo financiamento e mecanismos de implementação. Haverá uma reunião virtual de 5 a 11 de outubro de 2021 para avançar as negociações e para que a China assuma formalmente a presidência, além de uma sessão técnica adicional em janeiro de 2022.

Os países megadiversos – sobretudo o Brasil, país com a maior diversidade biológica do planeta – pressionam por mais financiamento para proteger os ecossistemas. E muitos Estados expressaram seu desejo de ver uma ambiciosa estrutura global de biodiversidade, notadamente o G7 em seu Pacto da Natureza .

“Dada a urgência da crise da biodiversidade, a decisão de adiar as negociações da CDB não é a ideal, mas a decisão da CBD não significa um feriado de negociação”, afirma Li Shuo, especialista sênior de Políticas Climáticas e Energética do Greenpeace China. “À luz das falhas da primeira versão recentemente divulgada, ainda há muito trabalho a ser feito, em particular para lidar com a implementação e financiamento.”

Para o ativista, ao convocar uma reunião parcial da COP15 em outubro, os chineses devem demonstrar uma liderança ambiciosa. “A China precisa entender que muitas das responsabilidades pelo sucesso da COP15 estão agora em seus ombros. Ela precisa elevar o tema, caso contrário a agenda global de proteção à natureza cairá”, afirma Shuo.

“Não há botão de pausa para a perda da biodiversidade. A destruição humana da natureza continua sem parar, e os governos não precisam esperar por um acordo global para agir e redirecionar o financiamento para proteger urgentemente nosso planeta”, alerta Brian O’Donnell, diretor da Campaign for Nature.

“A razão pela qual a biodiversidade COP15 tem que ser adiada é uma pandemia que foi causada – como outras pandemias anteriores – por nosso abuso do mundo natural. A perda da natureza afeta a todos em nosso planeta, daí a importância de ter todos à mesa”, afirma Enric Sala da National Geographic.

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