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CEBDS leva propostas do setor empresarial para Conferência da ONU sobre biodiversidade

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Conselho defenderá acordos robustos, como o novo Marco da Biodiversidade e a redução de investimentos que estimulam a degradação da natureza

O CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável) estará presente na próxima cúpula da ONU sobre biodiversidade. O encontro, chamado de COP15, acontecerá em Montreal, no Canadá, começa hoje (7) e vai até o dia 19, e promete ser emblemático: estará em pauta o novo Marco Global para a Biodiversidade (GBF, na sigla em Inglês), documento que definirá metas, parâmetros e normas para reduzir os danos à natureza gerados pela atividade humana. Para especialistas, o texto deve se equiparar em importância ao Acordo de Paris – que estabelece os objetivos globais para combater as mudanças climáticas.

O setor produtivo brasileiro sabe que é possível preservar e produzir, por isso defende a conservação da natureza. A perda de biodiversidade, aliás, é considerada pelo Fórum Econômico Mundial o terceiro principal risco global. Afinal, mais da metade da produção econômica mundial (US$ 44 trilhões por ano) é moderada ou altamente dependente dela, o que traz nítidos riscos para a geração de empregos e renda. Além disso, a proteção da natureza também está no centro das soluções para enfrentamento às mudanças climáticas.

No encontro, o CEBDS defenderá o direcionamento de investimentos para soluções que gerem impacto positivo sobre a natureza e o estímulo a projetos inovadores. Para auxiliar as empresas a desempenhar um papel de liderança na proteção e gestão de ecossistemas, o Conselho vai lançar um importante programa: a Plataforma de Ação pela Natureza. Trata-se de um movimento pioneiro do setor privado para entender, proteger e gerir suas dependências e impactos na biodiversidade através da implementação coletiva das novas estruturas, metas e legislações internacionais. A plataforma será lançada em parceria com o WBCSD (World Business Council for Sustainable Development), o TNFD (Taskforce on Nature-related Financial Disclosures) e a Nature Climate Alliance.

O Conselho também lançará na reunião da ONU uma nova versão do maior inventário de ações das empresas para conservação no Brasil: o Compromisso Empresarial Brasileiro para a Biodiversidade. Quem estiver em Montreal poderá também conferir o “Brazilian Day: a Biodiversidade é a nossa natureza”, evento que será realizado no dia 9, em parceria com a WWF e a TNC (The Nature Conservancy), e reunirá especialistas de diversas áreas para discutir o papel do país na defesa da biodiversidade, seus desafios e oportunidades.

O setor produtivo quer ainda a criação de metas claras e parâmetros comparáveis para diminuir o impacto dos negócios sobre a natureza nos próximos anos. Deseja também apoiar o redirecionamento de financiamentos bilionários que hoje causam impacto sobre a biodiversidade do planeta para ações que valorizam a natureza.

“O atual cenário global, de exploração predatória, coloca em risco atividades como a produção de alimentos, a pesquisa de novos medicamentos e cosméticos, a recarga de fontes de água potável, a inovação científica e genética e a oferta de matérias-primas para atividades comerciais e industriais”, avalia Henrique Luz, gerente técnico do CEBDS.

A versão que será avaliada do Marco da Biodiversidade traz ao menos 12 metas conectadas aos negócios. Uma delas, a meta 15, determina que as empresas avaliem e relatem seus impactos sobre a biodiversidade e reduzam pelo menos pela metade seus efeitos negativos.

Já a meta 18 prevê redirecionar, reaproveitar, reformar ou eliminar incentivos prejudiciais à biodiversidade, em pelo menos US$ 500 bilhões por ano, incluindo todos os subsídios mais prejudiciais, e garantir que os incentivos econômicos e regulatórios sejam positivos ou neutros para a biodiversidade. Na prática, significa aplicar o dinheiro de novos financiamentos em projetos que, em vez de destruírem a natureza, consigam conservá-la.

“As propostas do setor empresarial vão incentivar os negócios a gerarem impactos positivos sobre a natureza. Ao colaborar na definição de metas e métricas para a operação e priorizar investimentos em soluções sustentáveis, as empresas querem promover, já no curto prazo, um novo modelo de desenvolvimento, baseado em uma economia verde, que gere empregos e renda de forma sustentável”, afirma Henrique Luz.


O CEBDS NA COP 15

O CEBDS será representado na COP 15 pelo diretor executivo, Ricardo Mastroti, e o gerente técnico Henrique Luz, que participarão das discussões do High Level Segment, junto a ministros e negociadores. A dupla também fará transmissões diárias com resumo dos principais temas abordados ao longo da COP 15, que podem ser acompanhadas no canal do CEBDS no Youtube

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