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Um milhão de espécies estão em risco de extinção

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Publicação indica índices “sem precedentes” de extinção de espécies; estudo de várias agências revela que são necessárias mudanças transformadoras para restaurar e proteger a natureza.

Foto: Jana Zeithammerova

A natureza está declinando globalmente, com taxas sem precedentes na história humana. O índice de extinção de espécies também está acelerando, com prováveis graves impactos em pessoas ao redor do mundo. O alerta foi feito em um novo Relatório da Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), aprovado na 7ª sessão do Plenário que aconteceu no início deste mês (Maio), em Paris.

Extinção

O Relatório conclui que cerca de um milhão de espécies animais e vegetais estão agora ameaçadas de extinção. Muitas devem desaparecer nas próximas décadas. Segundo o Presidente do IPBES, Robert Watson “a esmagadora prova da Avaliação Global do IPBES, de uma vasta série de diferentes áreas de conhecimento, apresenta um quadro ameaçador”. Ele destaca que “a saúde dos ecossistemas dos quais nós e todas as outras espécies dependem está se deteriorando mais rapidamente do que nunca.”

Para Watson, “estamos erodindo as próprias fundações de nossas economias, meios de subsistência, segurança alimentar, saúde e qualidade de vida em todo o mundo”. No entanto, ele acrescentou que o relatório também indica que “não é tarde demais para fazer a diferença, mas apenas se começarmos agora em todos os níveis, do local ao global”.

Estudo

O Relatório de “Avaliação Global do IPBES sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos” é o mais abrangente já apresentado. É o primeiro relatório intergovernamental deste tipo e se baseia na histórica “Avaliação Ecossistêmica do Milênio” de 2005, introduzindo formas inovadoras de avaliação das evidências.

O estudo foi produzido nos últimos três anos, por 145 autores especialistas de 50 países e contou com o apoio de outros 310 autores contribuintes. O Relatório avalia as mudanças nas últimas cinco décadas, fornecendo uma visão abrangente da relação entre os caminhos do desenvolvimento econômico e seus impactos na natureza. Ele oferece ainda vários cenários possíveis para as próximas décadas. Com base na revisão sistemática de cerca de 15 mil fontes científicas e governamentais, o Relatório também apresenta, pela primeira vez nessa escala, conhecimentos indígenas e locais, particularmente sobre questões relevantes para os Povos Indígenas e Comunidades Locais.

Índices

De acordo com a professora argentina Sandra Díaz, que co-presidiu o estudo com outros especialistas, “a biodiversidade e as contribuições da natureza para as pessoas são a nossa herança comum e a mais importante ‘rede de segurança’ de apoio à vida da humanidade”. Ela explica que “a diversidade dentro das espécies, entre espécies e ecossistemas, assim como muitas contribuições fundamentais que derivamos da natureza, estão declinando rapidamente, embora ainda tenhamos os meios para garantir um futuro sustentável para as pessoas e o planeta”.

Foto: Turismo Equador

A abundância média de espécies nativas na maioria dos principais hábitats terrestres caiu em pelo menos 20%, principalmente desde 1900. Mais de 40% das espécies de anfíbios, quase 33% dos recifes de corais e mais de um terço de todos os mamíferos marinhos estão ameaçados.

O quadro é menos claro para espécies de insetos, mas evidências disponíveis apoiam uma estimativa de que 10% delas estejam ameaças. Pelo menos 680 espécies de vertebrados foram levadas à extinção desde o Século 16. Mais de 9% de todas as raças domesticadas de mamíferos usados para alimentação e agricultura foram extintas até 2016, com pelo menos mais mil raças ainda ameaçadas.

Fatores

Para aumentar a relevância política do Relatório, os autores da avaliação classificaram, pela primeira vez nessa escala e com base em uma análise minuciosa das evidências disponíveis, os cinco fatores diretos da mudança na natureza com os maiores impactos globais relacionados até o momento.  Em ordem decrescente, estes são: as mudanças no uso da terra e do mar, a exploração direta de organismos, a mudança climática, a poluição e as espécies exóticas invasoras.

O Relatório observa que, desde 1980, as emissões de Gases do Efeito Estufa dobraram, elevando a temperatura média global em pelo menos 0,7° Celsius. Com a mudança climática já afetando a natureza do ecossistema à genética, os impactos devem aumentar nas próximas décadas, em alguns casos, superando o impacto da mudança do uso da terra e do mar e outros fatores.

Apesar do progresso na conservação da natureza e implementação de políticas, o Relatório também considera que as metas globais para conservar e usar a natureza de forma sustentável e alcançar a sustentabilidade não podem ser alcançadas pelas trajetórias atuais. Segundo o estudo, as metas para 2030 e além, só podem ser alcançadas através de mudanças transformativas de fatores econômicos, sociais, políticos e tecnológicos. Com bons progressos em componentes de apenas 4 das 20 Metas de Biodiversidade de Aichi, é provável que a maioria delas não seja alcançada até o prazo de 2020.

Tara Ayuk || Jornalista (com informações do IPBES)

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