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Relatório da UNESCO mostra que 70% dos jornalistas ambientais foram vítimas de violência ou intimidação

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Além das agressões físicas e morais, a censura também predominou entre os jornalistas pesquisados

O Relatório Press and Planet in Danger (do inglês, Imprensa e Planeta em perigo), feito e divulgado pela UNESCO na última sexta-feira (3), quando se comemorou o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, revelou que 70% dos jornalistas ambientais sofreram vítimas de ataques por seu trabalho. Os dados correspondem ao período entre 2009 e 2023, com destaque ao período de 2019 a 2023, que houve um aumento de 42% em relação aos cinco anos anteriores – quando mais de 300 agressões ocorreram.  O relatório mostra que pelo menos 749 jornalistas e veículos de 89 países que reportaram sobre questões ambientais foram alvos de diversos tipos de violências desde assassinato a intimidações virtuais ou judiciais.

Em uma consulta com 900 jornalistas ambientais de 129 países, a UNESCO constatou que 70% relatou ter sofrido alguma ameaça ou pressão relacionada às suas reportagens – dois a cada cinco jornalistas sofreram agressões físicas depois. De acordo com o Observatório de Jornalistas Assassinados, também da UNESCO, pelo menos 44 jornalistas que investigavam essas questões foram mortos nos últimos 15 anos e somente cinco resultaram em condenações. As violências físicas dobraram de 85, no período de 2014 a 2018, para 183, de 2019 a 2023.  

Entre as mulheres, a vulnerabilidade virtual aumenta. O relatório anterior da organização, The Chilling: global trends in online violence against women journalists (The Chilling: tendências globais de violência virtuais contra mulheres jornalistas) mostrou que elas estão mais expostas a assédios on-line que eles.

Outro fator apontado foi a censura. Um terço dos pesquisados sofreram censura e 45% se autocensuraram por medo de cobrir assuntos relacionados ao meio ambiente devido ao medo de retaliações, exposição de suas fontes e por entenderem que suas matérias estavam em conflito de interesses das partes participantes. 

O Relatório foi apresentado na Conferência do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa 2024, que aconteceu em Santiago, no Chile, entre os dias 2 a 4 de maio. A conferência teve como principal resultado o chamado Guia Mundial da UNESCO contra a Desinformação Climática, que pretende identificar o papel de atores políticos, sociais, midiáticos e acadêmicos para apoiar e proteger esses jornalistas, e também promover um contra ataque a desinformação sobre o tema na internet.

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