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2019: o ano que o mundo e o Brasil pegaram fogo

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Lúcia Chayb e René Capriles || ECO21

Não foi um ano fácil. Austrália pegou fogo, a Amazônia pegou fogo, o Pantanal pegou fogo, o Alasca pegou fogo, os Polos estão derretendo, a Groenlândia derrete, Veneza ficou inundada como nunca, os Andes e o Himalaia estão perdendo sua camada de neve, o permafrost da Sibéria está desaparecendo liberando metano, o petróleo poluiu as praias do Nordeste brasileiro, a COP25 terminou sem um plano de ação para cumprir o Acordo de Paris, os corais do mundo estão morrendo por causa do aquecimento e da acidez das águas dos mares, o lixo plástico atingiu níveis insustentáveis nos oceanos, mais uma barragem estourou em Minas Gerais com centenas de mortes e destruição da vida nos rios a jusante, e assim por diante. Na política ambiental, o Ministério do Meio Ambiente, ao longo do ano, foi desmantelando todas as conquistas estruturadas desde que o biólogo Paulo Nogueira-Neto criou a Secretaria de Meio Ambiente à época da Ditadura Militar. Depois dele, todos os Ministros que assumiram a pasta foram somando realizações positivas tanto no campo legislativo como administrativo. A Constituição de 1988 reforçou a questão ambiental dando um exemplo mundial ao legislar sobre as Terras Indígenas, as Unidades de Conservação e os temas mais controversos como a mineração, a exploração de petróleo, o desmatamento, a preservação da fauna e da flora e o controle dos recursos hídricos. No âmbito internacional surgiu um fenômeno novo: a juventude pegou as rédeas da luta contra a extinção. A luta contra a inércia dos políticos para enfrentar as mudanças climáticas foi o leit motiv das ações no mundo todo, principalmente na Europa e nos EUA. A voz dos jovens foi ouvida na ONU, no Fórum Econômico Mundial, no Parlamento Europeu e em milhares de espaços políticos responsáveis pela governança dos países. Os agrotóxicos, no Brasil, tiveram um crescimento apavorante; no Sul do Brasil milhões de abelhas e outros polinizadores morreram por causa desses venenos afetando seriamente a produção agrícola, principalmente dos produtores orgânicos. O informe do IPBES sobre a fauna e flora é assustador: mais de um milhão de espécies devem desaparecer nas próximas décadas. O Sexto Panorama Ambiental Global (GEO-6), documento da ONU sobre a situação do meio ambiente mundial, registra a necessidade urgente de uma mudança no modelo de desenvolvimento; caso não ocorra, a vida na Terra se tornará insustentável. Estamos prestes a entrar em colapso, tal como já advertiram mais de mil cientistas há pouco mais de dois meses. O ano 2019 realmente não foi fácil.

Desejamos a todos que 2020 seja o ano no qual possamos recuperar a cordura e consigamos preservar a vida no nosso Planeta Azul, tal como o descreveu Iuri Gagarin.

GAIA VIVERÁ!

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