O documentário celebra e dá voz a importantes desafios enfrentados pelos povos originários no Brasil
Estreia hoje (9), estreia na plataforma de streaming Globoplay o documentário de 2022 “Pisar suavemente na Terra”, dirigido por Marcos Cólon e narrado por quatro lideranças indígenas: Kátia Akrãtikatêjê, Manoel Munduruku, José Manuyama e Ailton Krenak. Com tema de Gilberto Gil, o filme foi premiado no Festival Cine Periferias (melhor longa), de Portugal, e no carioca Filmambiente, (fotografia), o filme venceu o prêmio de melhor longa no Ecoador – Festival de Cinema Ambiental (Equador).
No filme, as lideranças contam os desafios próprios de seus povos e como conseguem manter suas vozes e ancestralidades ativas. José Manuyama, indígena Kukama da Amazônia peruana, lida com a contaminação do rio Nanay pelo garimpo e pelo petróleo. Ele luta contra o mercúrio e as doenças. No Oeste do Pará, o cacique Manoel, do povo Munduruku, tem seu território sitiado pela expansão do monocultivo e exportação da soja, intensificada pelo projeto de agronegócio da Cargill. Luta contra o domínio da terra e a tentativa de extinção da biodiversidade.
Enquanto a cacica Katia, do povo Akrãntikatêgê, de Marabá (PA), tenta preservar sua cultura em um território devastado pela mineração da Vale S.A anos após ter visto sua família expulsa durante a implantação de uma Usina Hidrelétrica no coração da Amazônia. A coragem e a sabedoria de Kátia, Manoel e José estão conectadas pela consciência e pela voz de Krenak em uma proposta ousada e revolucionária para salvar a Amazônia (e, com ela, o planeta inteiro): reconhecer que somos parte de algo maior.
Cólon dirige o documentário levando seu público a escutar, aprender, registrar e, agora, divulgar as vozes de Kátia, Manoel, José e Ailton, mas também de seus ancestrais e descendentes. Juntos, levam à necessidade de aprender a “Pisar Suavemente na Terra”, de aprender como humanos a vivermos tão integrados à ela que nossa caminhada não deixaria marcas para trás. Aprender a passar pela vida e pela Terra sem ferir o planeta, sem “comer o mundo” onde vivemos, semeando um pouco dele em nós e, assim, garantir sua continuidade para todos os que virão.
Assista o trailer clicando aqui.