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107 empresas brasileiras assinam compromisso com o combate às mudanças climáticas

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No documento, as companhias listam ações para reduzir as emissões de carbono e destacam o papel fundamental do Brasil na próxima Conferência sobre o Clima, em novembro

Um grupo de 107 empresas e 10 entidades setoriais lança hoje, 27 de setembro de 2021, o documento “Empresários pelo Clima”, no qual defendem medidas para uma economia de baixo carbono e assumem responsabilidades nessa transformação. Esse é o posicionamento que será levado pelo setor para a próxima Conferência sobre o Clima, a COP 26, que acontece em novembro, em Glasgow (Escócia).

A iniciativa foi capitaneada pelo CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável), em parceria com outras entidades do setor. O Conselho representa cerca de 80 grupos empresariais com atuação no Brasil, responsáveis por 47% do PIB brasileiro e 1,1 milhão de empregos; 13 das 15 maiores companhias em valor de mercado do país são associadas.

O documento foi assinado por afiliadas ao CEBDS e também por empresas não associadas, demonstrando a relevância do assunto. A lista de signatárias engloba setores como agronegócio, alimentício, aviação, elétrico, farmacêutico, finanças, infraestrutura, logística, papel e celulose, petroquímico, saúde, tecnologia, telefonia e varejo. Dessas 107 empresas, 46 publicam resultados financeiros, com uma receita líquida somada de R$ 951 bilhões em 2019.

Essas companhias já vêm adotando medidas para a redução e compensação das emissões de gases causadores do efeito estufa (GEE), precificação interna de carbono, descarbonização das operações e das cadeias de valor e estabelecimento de metas ambiciosas de neutralidade climática até 2050. Ou seja, essas empresas já têm aplicado práticas para transformar suas operações e reduzir seus impactos sobre o aquecimento global.

Dentre as medidas propostas no documento “Empresários pelo Clima” destaca-se o apoio à proposta de mercado de carbono regulado no Brasil. Estudo desenvolvido pelo CEBDS aponta que esse mercado pode atingir entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões na sua fase inicial (2022-2024), com transações de direitos de emissão e créditos de carbono.

O tema está em discussão no Congresso Nacional e o setor privado gostaria de ver a iniciativa aprovada antes da Conferência sobre Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (COP 26). O mercado regulado pode funcionar em paralelo à criação de um mecanismo de registro do mercado voluntário, com ambos coexistindo e os créditos do mercado voluntário podendo ser utilizados em parte no sistema regulado.

Uma transição rápida para uma economia de baixo carbono é possível e desejada pelo setor empresarial, já que o Brasil pode inclusive antecipar sua meta de redução das emissões de gases do efeito estufa. Um estudo apoiado pelo CEBDS mostra que o país pode diminuir essas emissões em até 42% já em 2025, em relação aos níveis de 2005. O compromisso do governo brasileiro é de uma redução de 43% até 2030. 

“Nós não só sabemos combater as mudanças climáticas como já temos as soluções. O setor empresarial brasileiro tem adotado ações corporativas concretas, como o preço interno de carbono e as metas de neutralização, assim como está liderando iniciativas de políticas climáticas públicas com instrumentos de mercado e inclusão social. A COP 26 será uma oportunidade para compartilhar esse comprometimento e reforçar nosso engajamento mundial”, destaca a presidente do CEBDS, Marina Grossi.

Um exemplo de iniciativa aplicada pelo setor é o controle sobre os riscos climáticos, ambientais e sociais. Esse trabalho identifica os impactos gerados pela operação das empresas, permitindo que elas ajustem seus processos e aproveitem oportunidades criadas pela transição para modelos mais sustentáveis. O CEBDS capacitou suas associadas para esse controle, baseado nas recomendações da Task Force on Climate-Related Financial Disclosure (TCFD).

Essa capacitação acabou antecipando a recém-lançada regulamentação do Banco Central do Brasil sobre riscos climáticos, ambientais e sociais. O BC determinou que os bancos considerem esses impactos a partir de 2023 na análise de suas operações. Empresas que assinam o posicionamento já estão à frente nesse ponto.

Mobilização empresarial

A mobilização pelas assinaturas foi promovida a partir de uma iniciativa do Conselho de Líderes do CEBDS – grupo que, desde 2015, reúne CEOs e altos executivos das empresas associadas para compartilhar a visão deles sobre as mudanças climáticas com o poder público e a sociedade.

Dez grandes entidades empresariais também assinaram o documento e contribuíram para atrair companhias para o compromisso: Abag (Associação Brasileira do Agronegócio); Abal (Associação Brasileira do Alumínio); Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base); Abimaq/Sindimaq (Associação Brasileira e Sindicato Nacional da Indústria de Máquinas e Equipamentos); Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio no Brasil); CDP; Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais); ICC Brasil (International Chamber of Commerce); Instituto Urbem; e IPGC (Instituto de Planejamento e Gestão de Cidades).

O grupo de signatários avalia que o Brasil tem vantagens comparativas únicas na corrida para alcançar uma economia de emissões líquidas de carbono neutras. Para isso, o país precisa de um arcabouço político-regulatório que apoie essa trajetória dentro de um compromisso firme, com ações eficazes para o fim do desmatamento ilegal e a conservação do meio ambiente.

“Temos ambição climática e nossas empresas contam cada vez mais com metas de neutralização baseadas na ciência, utilizando parâmetros criteriosos de governança corporativa, social e ambiental (ESG)”, ressalta a presidente do CEBDS. Marina Grossi também detalha caminhos para o país: “Até 2030, devemos priorizar o fim do desmatamento ilegal, a operacionalização de um sistema de mercados de carbono e a ampliação da agricultura de baixo carbono, resultando no aumento da ambição nas metas brasileiras”.

O documento será entregue a autoridades brasileiras envolvidas na agenda de combate às mudanças climáticas. O texto foi apresentado previamente ao presidente da COP 26, Alok Sharma, durante visita ao Brasil, em agosto, para reforçar o compromisso do setor empresarial com a neutralização das emissões.

Confira o posicionamento com as assinaturas das empresas e entidades: https://cebds.org/publicacoes/posicionamento-empresarios-pelo-clima/#.YUtB4rhKjIU.

LISTA DE SIGNATÁRIOS DO POSICIONAMENTO “EMPRESÁRIOS PELO CLIMA”

EMPRESAS:

2W Energia; Abralatas; Accenture; AES Brasil; Alcoa Alumínio; Amaggi; Amazon; Ambipar; Apple; Approach Comunicação; Arcadis; B3; Bain & Company; Banco BV; Bayer Brasil; BMA Advogados; BMG Seguros; BNP Paribas; Bosch; BP Brasil; Bradesco; Braskem; BRF; BRK Ambiental; Brookfield; BSBIOS; Camargo Corrêa Infra; Cargill Agrícola S.A.; Carrefour Brasil; CBA; Ceptis Soluções; Chevron Brasil; Chubb Brasil; Cosan; Daemon Investimentos; Deloitte Brasil; Dow; DSM; Ecolab; Egis; Embraer; Energisa; Eneva; Engie Brasil; Equinor Brasil; ERM Brasil; EY Brasil; FS Bioenergia; Grupo Natura & Co.; Grupo Sabará; Grupo Ultra; Grupo Vamos; Hewlett Packard Enterprise; Hitachi ABB Power Grids; HP Brasil; I Care & Consult; IBM; Ipiranga; JBS; JSL; Klabin; Korin Agropecuária; Kroll; LDC; Lexmark; Lojas Renner; Lwart; Makro Group; Marfrig; Mars Petcare; Mastercard; Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados; Michelin; Microsoft; Movida; Nestlé Brasil; Nexa Resources; Nidec Global Appliance; Norflor; NotreDame; P&G; PwC Brasil; Queiroz Galvão; SAP Brasil; Schneider Electric Brasil; Shell Brasil; Siemens Energy Brasil; Siemens Infraestrutura e Indústria; Simpar; Sky Brasil; Socicam; SPIC Brasil; Struttura Desenvolvimento e Financiamento de Projetos e WF Consultores Associados; Suzano; TechnipFMC; Telefônica Brasil; Thyssenkrupp; TicketLog; Tozzini Freire Advogados; ; Vedacit; Vivara; Votorantim Cimentos; Votorantim S.A.; Way Carbon; WestRock; Yara Brasil Fertilizantes; Zurich Minas Brasil Seguros.

ENTIDADES SETORIAIS:

Abag (Associação Brasileira do Agronegócio); Abal (Associação Brasileira do Alumínio); Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base); Abimaq/Sindimaq (Associação Brasileira e Sindicato Nacional da Indústria de Máquinas e Equipamentos); Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio no Brasil); CDP; Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais); ICC Brasil; Instituto Urbem; IPGC (Instituto de Planejamento e Gestão de Cidades).

Sobre o CEBDS

O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) é uma associação civil sem fins lucrativos que promove o desenvolvimento sustentável por meio da articulação junto aos governos e a sociedade civil, além de divulgar os conceitos e práticas mais atuais do tema. Fundado em 1997, reúne cerca de 80 dos maiores grupos empresariais do país, responsáveis por 47% do PIB brasileiro e 1,1 milhão de empregos; 13 das 15 maiores companhias em valor de mercado do país são associadas. Representa no Brasil a rede do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), que conta com quase 60 conselhos nacionais e regionais em 36 países e de 22 setores industriais, além de 200 grupos empresariais que atuam em todos os continentes.

A participação do CEBDS na COP 26 conta com o apoio das empresas Bayer, Bradesco, BRF, JBS, Microsoft, Natura, Neoenergia e Vale. Mais informações em https://cebds.org.

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