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Revestimento com fórmula simples e barata prolonga a vida de prateleira dos ovos de granja

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Estudantes de Pernambuco apresentaram na 19° Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE) um revestimento com fórmula simples e barata para prolongar a vida dos ovos de granja nas prateleiras, e o projeto “Revesteggs: ovos com mais qualidade” foi contemplado com o Prêmio Revista ECO 21.

Autora do projeto Jéssica Silva

O ovo é um dos alimentos mais consumidos no mundo por ser rico em vitaminas e devido ao seu baixo custo. Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Proteínas Animais (ABPA), cada habitante consome em média 212 ovos por ano, seja frito, cozido ou como componente básico em outras receitas. 

Os ovos de granja apresentam um baixo período de validade em prateleiras, geralmente de 10 dias no verão a 15 dias no inverno sem refrigeração e estando intacto e sem fissuras. Esse tempo pode se estender para 60 dias armazenados sob refrigeração a 4°C. 

Autora do projeto Maria Isabel Araújo

Depois que o ovo é comprado no mercado, o produto dura, cerca de 15 dias fora da geladeira. Após esse período o alimento começa a ficar impróprio para o consumo. Soluções para aumentar sua vida de prateleira podem ser encontradas, mas alunas da Escola Estadual Dário Gomes de Lima, da cidade de Flores (PE), desenvolveram um produto simples e de baixo custo para prolongar a qualidade interna dos ovos de granja. 

Autora do projeto Jamily Ferreira dos Santos

O líquido tem como base o amido proveniente da água de lavagem do arroz vermelho, esse interage com a pectina, ácido acético, glicerina e água destilada. Elas conseguiram desenvolver um biorevestimento que atua como uma película protetora do ovo, evitando trocas gasosas e a perda de massa. Esse controle da variação de massa é importante pois evita o aumento da alcalinidade interna, o que pode provocar o surgimento de microrganismos dentro desse alimento. 

Depois de aplicado o revestimento nos ovos, num período de 28 dias foram feitos testes de ovoscopia, espessura da casca, e de análise de massa. No fim do experimento foi realizado o teste de pH interno e análises no microscópio.

Observou-se que os ovos com a película apresentaram um percentual de perda de massa de apenas 9%, enquanto os sem revestimento tiveram uma perda de 11%. Nos testes de espessura da casca dois ovos sem o produto apresentaram alterações em suas larguras. A análise de pH apresentou os valores tanto da gema quanto da clara dos ovos com a película menores que os sem o produto, esse aumento de alcalinidade pode provocar o surgimento de microrganismos, deixando-o impróprio para consumo. 

Por fim, as estudantes realizaram as análises no microscópio, e concluíram que os ovos com o revestimento não apresentaram fissuras cascas, diferentemente dos ovos sem a película.

O trabalho teve o objetivo de prolongar o período de conservação dos ovos de granja após a postura a partir do reaproveitamento do amido proveniente da água de lavagem do arroz vermelho, e contribuir para evitar o consumo de alimentos vencidos, o que pode causar intoxicação.

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