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Nós, os jovens somos forçados a lutar!

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Nós, jovens da América, estamos fartos de décadas de inação sobre as mudanças climáticas. Nós gritamos para chamar a atenção aos milhões de nossa geração que mais sofrerão as consequências do aumento da temperatura global, do aumento dos mares e do clima extremo. Mas esta não é uma mensagem apenas para a América. É uma mensagem do mundo para o mundo, pois estudantes em dezenas de países em todos os continentes estarão juntos pela primeira vez.

Por décadas, a indústria de combustíveis fósseis bombeou emissões de GEE para a atmosfera. Há 30 anos, o cientista climático James Hansen alertou o Congresso sobre a mudança climática. Agora, de acordo com o recente relatório do IPCC sobre o aumento da temperatura global, temos apenas 11 anos para evitar efeitos ainda piores. E é por isso que lutamos.

Nós lutamos para apoiar o Green New Deal. A indignação varreu os EUA sobre a legislação proposta. Alguns rejeitam o custo de fazer a transição para a energia renovável, enquanto outros reconhecem seu benefício muito maior para a sociedade como um todo. O Green New Deal é um investimento em nosso futuro – e o futuro de gerações além de nós – que proporcionará empregos, novas infraestruturas e, o mais importante, a drástica redução das emissões de GEE essencial para limitar o aquecimento global. E é por isso que lutamos.

Para muitas pessoas, o Green New Deal parece uma ideia radical e perigosa. Esse mesmo sentimento houve em 1933, quando F. D. Roosevelt propôs o New Deal, uma legislação drástica creditada com o fim da Grande Depressão que ameaçou (e custou) muitas vidas neste país. Barões-ladrões, cidadãos comuns e muitos outros estavam enfurecidos com as políticas promulgadas pelo New Deal. Mas olhando para trás é impossível ignorar que o New Deal pôs fim ao pior desastre econômico da história, criando programas fundamentais como o Seguro Social e estabelecendo novas agências reguladoras, como a Securities and Exchange Commission.

Greta Thunberg – Foto: Ilze Filks

A mudança é sempre difícil, mas não deve ser temida ou evitada. Mesmo para seus detratores, o New Deal de Roosevelt acabou se saindo muito bem. Os EUA lideraram a economia mundial ao longo de muitas décadas desde então. As mudanças propostas no Green New Deal ajudarão a garantir que toda a nossa espécie tenha a oportunidade de prosperar nas próximas décadas (e séculos). Como o New Deal original foi para o declínio da economia dos EUA, o Green New Deal é para o nosso clima em mudança. E é por isso que lutamos.

Os argumentos populares contra o Green New Deal incluem alegações absurdas de que proibirá aviões, hambúrgueres e flatulência de vacas; afirmações que estão espalhadas até mesmo por alguns líderes poderosos de nossa nação, como o líder da maioria no Senado, McConnell.

Embora essas alegações extravagantes sejam claramente falsas, elas revelam uma verdade maior aparente nas populações americanas e mundiais: em vez de agir contra a ameaça iminente da mudança climática, nossos líderes fazem jogos políticos. Porque os adultos não levam a sério o nosso futuro, nós, os jovens, somos forçados a isso. E é por isso que lutamos.

Os sintomas alarmantes do Negacionismo Climático – uma visão séria que afeta tanto os corredores do governo quanto a população em geral – marcam nossas atuais e históricas encruzilhadas de ação do tipo “faça-ou-quebre” na mudança climática. Embora haja muitas razões para essa aflição, como a dificuldade em compreender o conceito abstrato de um clima globalmente alterado ou a paralisia diante de uma catástrofe ambiental avassaladora, o principal modo de contágio do Negacionismo Climático envolve mentiras de políticos, grandes corporações e grupos de interesses. As pessoas no poder, como o Senador McConnell e os irmãos Koch, usaram dinheiro e poder para mudar estrategicamente a narrativa sobre a mudança climática e espalhar mentiras que permitem a si e a outros beneficiários da indústria de combustíveis fósseis manterem as fortunas que construíram com a queima desses combustíveis e a degradação do meio ambiente.

O atual Presidente dos EUA é um negador radical da mudança climática. O Presidente Trump abandonou o histórico Acordo de Paris e twitta repetidamente sobre os fenômenos climáticos que ele refuta, apesar de que sua Administração fala sobre a mudança climática e seu impacto nos EUA.

Também estamos preocupados que os democratas demonstrem sua própria falta de urgência sobre a ameaça existencial da mudança climática. Confrontados com políticos de ambos os lados que menosprezam e nos ignoram, somos forçados a tomar uma posição e estamos fazendo isso juntos em uma escala global. E é por isso que lutamos. Nós lutamos porque nossos líderes mundiais não reconheceram, priorizaram ou abordaram adequadamente a crise climática. Nós lutamos porque as comunidades marginalizadas em toda a nossa nação – especialmente comunidades de cor e comunidades de baixa renda – já são desproporcionalmente impactadas pelas mudanças climáticas. Nós lutamos porque, se a ordem social for interrompida por nossa recusa em frequentar a escola, os adultos influentes serão forçados a tomar nota, enfrentar a urgência da crise climática e promulgar mudanças. Com o nosso futuro em jogo, exigimos uma ação legislativa radical, agora, para combater as mudanças climáticas e seus inúmeros efeitos prejudiciais sobre o povo americano. Nós lutamos pelo Green New Deal, por uma transição justa e para uma economia justa 100% renovável, e para parar a criação de novas infraestruturas de combustíveis fósseis.

Maddy Fernands, Isra Hirsi, Haven Coleman e Alexandria Villaseñor || Jovens ativistas climáticos

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