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Cultura indígena e negócios internacionais no G20

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Artista de tribo Amazônica faz sucesso com bonecas e grife de moda indígena

Bonecas de pano artesanais com traços, cabelos e vestimentas indígenas são raridades, por isso, We’e’ena já vendeu mais de mil exemplares e tem uma lista de espera com mais de 500 compradores – são brasileiros e, principalmente, estrangeiros que aguardam os dois novos personagens que estão sendo confeccionados sob sigilo absoluto. As bonecas retratam os membros da tribo Tikuna, no Alto Solimões, no Amazonas, povo de We’e’ena. A artista plástica, cantora, empreendedora, estilista e ativista, foi uma das palestrantes do Conquistando o Protagonismo – Mulheres no Comércio Exterior, evento da programação oficial do G20, no Rio de Janeiro, uma realização da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços do Brasil (Cisbra), na Casa G20, que funciona na Casa de Cultura Laura Alvim.

“As crianças não conhecem os povos originários de seu país. A falta de conhecimento gera preconceito, as pessoas pensam que indígenas andam nus, que são preguiçosos”, lamentou We’e’ena que saiu do evento direto para o Aeroporto do Galeão, pois tinha negócios para tratar em Portugal.

Criadora de grife pioneira de roupas e acessórios dos povos originários, ela está nos últimos preparativos para apresentar a nova coleção no Brasil Eco Fashion Week (BEFW), em dezembro. A estilista não revela detalhes das 12 peças exclusivas, só confirma o uso da fibra vegetal tururi, abundante na Floresta Amazônica.  

We’e’ena só entrou na escola aos 12 anos, quando o pai decidiu que os filhos precisavam aprender português para defender o território Tikuna. “Todo indígena já nasce ativista porque não podemos deixar nossa cultura enfraquecer, não podemos perder nossa essência. Eu luto pelas novas gerações, luto pela minha filha”, destacou ela se referindo a pequena Ietuna, de 2 anos, nome que significa os olhos pequenos da arar.

No palco da Casa G20, We’e’ena conquistou o público com sua história e encerrou a participação no Conquistando o Protagonismo interpretando uma canção indígena, cujo refrão é “a festa vai começar”.

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