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Finalistas do Prêmio Megafone mostram a força do ativismo ambiental no Brasil

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Lúcia Chayb Diretora eco21.eco.br @eco21_oficial @luciachayb luciachayb@gmail.comPor trinta anos foi a jornalista responsável pela revista ECO21 (1990/2020)

Premiação nacional reconhece ações criativas e corajosas em defesados territórios, da biodiversidade e do clima

A quarta edição do Prêmio Megafone de Ativismo reflete a centralidade da luta socioambiental no Brasil contemporâneo. Entre os finalistas da única premiação nacional dedicada exclusivamente a reconhecer o ativismo pacífico e criativo, há forte presença de iniciativas que denunciam a destruição dos ecossistemas, defendem os modos de vida tradicionais e apontam caminhos sustentáveis para o futuro do país.

Das redes sociais às ruas, das comunidades ribeirinhas às grandes cidades, o engajamento ambiental aparece em múltiplas linguagens e formatos: vídeos, fotos, marchas, lambes, músicas e mobilizações online. Nesta quarta edição do prêmio, os finalistas representam 18 estados e o Distrito Federal, e grande parte deles aborda diretamente as crises ambientais que afetam o Brasil — com destaque para a Amazônia, o Cerrado e os conflitos por terra.

Entre os finalistas:

  • O videoclipe “Da Nascente à Foz”, do grupo Suraras do Tapajós (PA), é uma obra-poema que denuncia os impactos do garimpo ilegal sobre rios e corpos na região amazônica, com ênfase na luta das mulheres indígenas e ribeirinhas.
  • A música “Nem Um Hectare a Menos”, criada por artistas e comunicadores do Quilombo Kalunga(GO) e da Chapada dos Veadeiros, foi finalista na categoria Música ou Videoclipe. A canção celebra a resistência dos povos do Cerrado frente à grilagem, ao desmatamento e à
    especulação de terras.
  • Na categoria Documentário, o curta “Sobre a Cabeça, os Aviões”, de Goiás, traz um alerta sobre a pulverização de agrotóxicos em áreas rurais, revelando os danos à saúde de crianças e o racismo ambiental que atravessa a política agrícola brasileira.
  • foto finalista de Bruno Kelly, que retrata uma expedição de monitoramento dos botos-vermelhos no Lago Tefé (AM), documenta os efeitos da seca extrema e da elevação das temperaturas na fauna amazônica — consequência direta das mudanças climáticas.
  • Já o mural “Colore Mossoró”, em Manaus (AM), é uma intervenção urbana que trouxe arte, cor e consciência ambiental ao bairro periférico de Mossoró, por meio da colaboração entre moradores, artistas e coletivos da cidade.
  • Em Lábrea (AM), a fotógrafa Carolina Costa foi indicada por seu trabalho sobre os efeitos das queimadas na vida das comunidades locais, revelando a realidade de uma das regiões mais impactadas pela expansão do desmatamento.
  • E em Manaus (AM), um cartaz exibido em manifestação contra o “6×1” (escala de trabalho de seis dias com folga de apenas um) trouxe à tona as péssimas condições dos trabalhadores do campo, num contexto de colheitas em áreas desmatadas e sem direitos.

Em sua quarta edição, o Prêmio Megafone mostra como o engajamento cívico está cada vez mais disseminado em várias regiões, lançando luzes sobre as mais diversas causas e lutas por direitos. “Ao longo destas quatro edições, foi possível perceber o fortalecimento do ativismo no Brasil – o que é um termômetro da resiliência de nossa democracia”, explica Digo Amazonas, um dos coordenadores responsáveis pela realização do prêmio. “Além do reconhecimento ao trabalho de personalidades já conhecidas na militância, o que temos cada vez mais é o reconhecimento de pessoas comuns. Recebemos centenas de inscrições de pessoas, coletivos e organizações locais, com ações criativas e que fizeram a diferença na luta, comprovando como o ativismo está cada vez mais disseminado em nossa sociedade”, explica.

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