Representando o presidente Lula, Alckmin enfatiza protagonismo do Brasil no combate às mudanças climáticas; Ministra Marina Silva também discursou
Nesta terça (12), o Brasil inaugurou o pavilhão de participação na COP29, a 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climática. Com o tema ” Caminhos para Transformação Ecológica”, o evento dura até o dia 22 de novembro. O evento é um espaço de discussão e apresentação de iniciativas brasileiras para o enfretamento às mudanças climáticas.
O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, esteve presente e reafirmou o protagonismo do Brasil na questão, compromisso com as metas de redução do CO2 e atingir o desmatamento zero. Confira abaixo o discurso completo:
“Quero trazer uma palavra aqui do presidente Lula: o Brasil é o grande protagonista desse debate e combate às mudanças climáticas. Nós temos a maior floresta tropical do mundo. Temos a energia elétrica mais limpa do mundo, 85% de energia hidráulica, de solar, eólica e biomassa. Nós temos o combustível do futuro, uma das leis mais avançadas do mundo, com mais etanol e menos gasolina. Trocar o querosene pelo SAF; vamos desenvolver o hidrogênio Verde; um biogás com captura de carbono. E hoje deve estar sendo votado no Senado o mercado regulado de carbono no Brasil. E o principal: atingir o desmatamento zero. Quero dar os parabéns para a ministra Marina porque reduziu 45,7% o desmatamento na Amazônia; e no cerrado, que aumentava há cinco anos, o desmatamento caiu este ano 25%. O Brasil apresentou uma NDC extremamente ousada. Nós vamos sair de 2,2 milhões de toneladas de CO2 equivalente para aquela meta de 850 milhões de toneladas de CO2 equivalente em 2035.”
Geraldo Alckmin, durante a COP29
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, também esteve presente e falou sobre as catástrofes climáticas na Amazônia e no Rio Grande do Sul, a redução desmatamento durante o atual governo e a promessa do presidente eleito nos Estados Unidos, Donald Trump, em sair do Acordo de Paris. Confira a fala da ministra:
“Nós chegamos a Baku como aquele que têm a expectativa de sediar a COP30, a COP da implementação. Durante muito tempo, nós trabalhamos processos, nós trabalhamos a criação de estruturas e regramentos que são altamente necessários. Mas agora nós estamos vivendo o limiar das mudanças climáticas e é fundamental que tudo que acumulamos ao longo de mais de 3 décadas possa se traduzir em implementação. E o Brasil será a sede desse esforço; qual é o maior indicativo desse esforço? Serão as NDCs ambiciosas, à altura da missão [...] O que aconteceu no RS, e o que aconteceu na Amazônia com a seca e recentemente na Espanha, e em várias regiões do mundo, inclusive com ondas de calor avassaladoras, é que não podemos mais adiar a mitigação e a adaptação, mas há outro aspecto: a transformação – precisamos transformar os nosso modelos de desenvolvimento. [...] Chegamos aqui tendo reduzido o desmatamento em 22% no ano passado, mesmo tendo herdado 6 meses do governo anterior; chegamos aqui tendo reduzido 30,2% este ano de 2024 – acumulado de -45,7% do desmatamento em 2 anos, uma redução histórica que evitou lançar na atmosfera o equivalente a 400 milhões de toneladas de CO2; chegamos aqui com a redução de 25% de desmatamento no Cerrado; chegamos aqui com a responsabilidade de não nos acomodarmos com o resultado alcançado. Queremos que o Brasil seja uma terra de prosperidade, com combate à desigualdade e protegendo a biodiversidade, fazendo com que nosso país possa ser próspero, responsável e democrátivo. [...]"
Marina Silva, durante a COP29
Sobre Estados Unidos:
“Este é um momento que o mundo acompanha o que está acontecendo nos Estados Unidos. Obviamente que o esforço climático que foi iniciado em 1992 não será diminuído em função de determinadas sazonalidades políticas. Os EUA são um país importante, são o segundo maior emissor do mundo, mas o que já vem acontecendo e a realidade dos Estados Unidos, que tem estados altamente independentes, significa que uma boa parte das políticas que vinham sendo feitas serão continuadas. A pressão que as sociedades estão fazendo dentro de cada país pode fazer com que os governos e as empresas possam aumentar seus esforços no enfrentamento da questão climática”
Marina Silva, durante a COP29