O evento alinhou as prioridades da região amazônica com a agenda climática global, com destaque para os projetos de sustentabilidade em andamento e fomentando novas parcerias e compromissos para a COP na capital paraense
O governador do Para, Presidente do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal, Helder Barbalho, participou nesta quarta-feira, 13, da abertura do evento “COP 30 Day”, realizado durante a COP 29, na cidade de Baku, Azerbaijão. O encontro, promovido no estande do Consórcio da Amazônia Legal (CAL), destacou a próxima COP, que ocorrerá em Belém, em novembro de 2025 e já está em contagem regressiva.
O “COP 30 Day” buscou alinhar as prioridades da região amazônica com a agenda climática global, com destaque para os projetos de sustentabilidade em andamento e fomentando novas parcerias e compromissos para a COP30. Entre os participantes, estavam o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin; a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; o secretário de Meio Ambiente do Tocantins, Marcelo Lelis; a vice-governadora do Acre, Mailza Assis; a embaixadora Maria Laura da Secretaria Geral do Itamaraty; o embaixador André Corrêa do Lago, secretário de Clima, Meio Ambiente e Energia do Itamaraty; o secretário de Desenvolvimento de Mato Grosso, Cesar Alberto Miranda Lima dos Santos Costa; e o governador do Amapá, Clécio Vieira.
Em seu discurso, o governador do Pará, Helder Barbalho, destacou a importância da próxima Conferência do Clima para o Brasil e para a Amazônia, afirmando que o evento colocará o país para um “estágio de liderança global e ambiental”. Helder também agradeceu o apoio que tem recebido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e relembrou a trajetória do Consórcio da Amazônia Legal, iniciada em 2019, em Madrid, que consolidou a presença dos estados amazônicos na agenda climática internacional.
Avanços
O chefe do Executivo estadual apresentou um panorama das obras e dos serviços executados em Belém, para a COP30, incluindo o Parque da Cidade, que será o palco principal do evento, e o Porto de Futuro II, que abrigará atividades econômicas e culturais voltadas para o Turismo, lazer, gastronomia e bioeconomia.
“Estamos criando uma estrutura que representa o futuro da nossa cidade e da Amazônia,” comentou Helder, destacando ainda o projeto de expansão de vagas de hospedagem, a dragagem dos canais para incluir a capital paraense na rota dos grandes cruzeiros internacionais, e a qualificação da mão de obra local.
Com relação à economia de baixo carbono, o governador ressaltou o papel fundamental dos créditos de carbono para o estado, destacando que o acordo de setembro para a venda de cerca de R$ 1 bilhão em créditos representa uma nova oportunidade para o Pará.
“Temos uma projeção de chegar a até R$ 35 bilhões até 2026, contribuindo para a preservação ambiental e gerando benefícios para os povos indígenas, quilombolas, extrativistas e agricultores familiares”, explicou.
Para Helder Barbalho, a COP30 representa “uma grande oportunidade para o Brasil liderar a agenda ambiental mundial”, chamando o mundo a discutir soluções baseadas na natureza e reafirmando o compromisso do Pará e do país com a sustentabilidade e a preservação da Amazônia.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou a urgência da ação climática e a importância da COP30 em Belém, considerando o momento atual como uma oportunidade histórica para obter resultados concretos. “O que está acontecendo na Amazônia foi sempre um incêndio. O que está acontecendo na Europa, nos Estados Unidos, na África, na Ásia, já é uma revolução. Esse é o contexto,” afirmou a ministra, salientando que “aumenta muito a nossa responsabilidade de formar e fazer tudo no conteúdo da COP, que eu considero a COP das COPs”.
Marina Silva ressaltou que, nas últimas três décadas, o foco foi em estabelecer estruturas e procedimentos, enquanto as mudanças climáticas avançavam. “Durante 32 anos, nós estamos debatendo regras, procedimentos, criação de estruturas e, enquanto isso, a temperatura da Terra foi mudando. E essas consequências todas que nós estamos vendo, diz a ciência, é em função dessa mudança do clima”.
A ministra enfatizou os três pilares essenciais para a COP30: o acolhimento, a negociação e os resultados. “O nosso esforço, portanto, é um esforço para dar conta de três pilares da COP30: o Pilar do Acolhimento, que está muito bem tratado pelo Ministério da Casa Civil, parceria com o Governo do Estado, com a iniciativa privada, com o Congresso Nacional, já com todos os atores, e o trilho do conteúdo e da negociação,” explicou, destacando que a COP30 na capital paraense precisa ser “potente pelo lugar que acolhe a nossa linda e frágil floresta amazônica, e potente pelos resultados que precisamos alcançar”.