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INPO e Centro de Operações Rio dão o primeiro passo para construir resiliência aos impactos das mudanças climáticas

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Acordo entre Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas e Prefeitura do Rio vai estabelecer as bases para o monitoramento da costa marítima carioca

Na camada de água que cobre quase três quartos da Terra, a luz só penetra até 200 metros; além disso, a escuridão é total. Sem dados precisos e monitoramento contínuo, não há como enfrentar os desafios que ameaçam o ambiente e a sociedade. Reconhecendo essa importância, o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (INPO), Segen Estefen, e Marcos Belchior, diretor do Centro de Operações Rio (COR), assinaram, nesta quarta-feira, 13 de novembro, um acordo para implementar um sistema de monitoramento da costa marítima da cidade.

O acordo marca o primeiro passo do Rio de Janeiro para o monitoramento do oceano, integrando dados em tempo real sobre temperatura, correntes, ondas e elevação do nível do mar. Especialistas do INPO definirão os equipamentos necessários para a obtenção de informações, ampliando a capacidade da cidade de antecipar e mitigar os impactos das mudanças climáticas. A cooperação foi assinada após a abertura do evento “O20 – Oceans 20 – Navegando Rumo ao G20”, no Centro Cultural da Fundação Getulio Vargas, no Rio de Janeiro.

“As cidades precisam estar cada vez mais adaptadas e resilientes às mudanças do clima”, afirma Segen Estefen, ao destacar que a parceria entre a Prefeitura do Rio e o INPO é o primeiro passo para unir competência científica e tecnológica às políticas públicas. Já Marcos Belchior, representando o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, destacou o papel do COR como uma política pública de resiliência urbana. “Temos ferramentas, mas precisamos construir cenários e diagnósticos baseados em dados. O INPO vai nos apoiar nesse sentido.. Precisamos do olhar de especialistas”, sublinha o diretor do COR.

O sistema de monitoramento permitirá a coleta e análise contínua de dados para prever, acompanhar e responder a eventos climáticos extremos. Com informações detalhadas sobre as condições oceânicas, o Rio de Janeiro poderá desenvolver estratégias mais eficazes para enfrentar desafios como ressacas, erosão costeira e inundações. “Sem um sistema robusto de monitoramento, nossa capacidade de resposta é limitada e este acordo nos dá as ferramentas necessárias para agir de forma proativa”, acrescenta Estefen.

Além de fortalecer a resiliência da cidade, a iniciativa servirá como modelo para outras localidades brasileiras que enfrentam desafios similares. A parceria reforça a importância da colaboração entre instituições científicas e governamentais na luta contra as mudanças climáticas. “Estamos não apenas protegendo o Rio, mas também estabelecendo uma referência para todo o país. Não cabe aos gestores o desconhecimento”, assinala Belchior.

Vulnerabilidade

Um relatório recente da Organização das Nações Unidas (ONU) alerta que o Rio de Janeiro está entre as cidades mais vulneráveis do mundo à elevação do nível do mar. O documento enfatiza a necessidade de medidas urgentes para mitigar os impactos das mudanças climáticas e proteger as áreas vulneráveis das cidades que serão as mais impactadas. Segundo o climatologista Carlos Nobre, esse avanço do nível do mar representa um perigo para o mundo. “Estamos a 16 meses com a temperatura acima de 1,5° C e o nível do mar está aumentando muito mais rapidamente devido ao acelerado degelo. Precisamos de políticas de adaptação para evitar esse risco às populações e infraestruturas costeiras”, destaca. 

Os oceanos são essenciais para regular o clima global, atuando como um ar-condicionado planetário. Desde a Revolução Industrial, absorveram cerca de 90% do calor excedente das emissões de CO2, graças à alta capacidade térmica da água. Sem eles, a temperatura global seria insustentável. Contudo, a absorção contínua de CO2 está aquecendo as águas, aumentando a acidez, reduzindo o oxigênio e elevando o nível do mar. Para preservar os oceanos, é necessário implementar políticas públicas que promovam tecnologias, conservação marinha e monitoramento oceânico.

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