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Comunidades isoladas pela seca da Várzea do Amazonas recebem filtros de nanotecnologia

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Em ação conjunta do Projeto Saúde e Alegria, Brigada de Alter e Fundação Iturri, 4 comunidades da Várzea do rio Amazonas receberam filtros de nanotecnologia para tratar água

Na última quarta (2), comunidades em Jari do Socorro, Alto Jari e Pau Mulato e Imumum, na Várzea do rio Amazonas, foram contempladas com filtros de nanotecnologia que tornam a água barrenta em potável. A ação é uma campanha conjunta do Projeto Saúde e Alegria (PSA) em parceria com organizações e movimentos sociais do Baixo Amazonas, que priorizam zonas diretamente afetadas pelos garimpos, como a margem esquerda do Tapajós e seus afluentes menores

40 famílias foram beneficiadas com a ação, incluindo povos ribeirinhos, indígenas, quilombolas e extrativistas em meio a mais uma estiagem recorde que atinge a região. Carlos Dombrosky, técnico de organização comunitária do PSA, diz que a meta é que, até o início de 2025, 5 mil filtros sejam distribuídos. “É a época dos surtos de diarreias, acometendo sobretudo as crianças.”

Apesar das secas e cheias serem parte do ciclo anual amazônico, Caetano Scannavino, coordenador geral do PSA, explica que eventos que aconteciam de 50 em 50 anos, agora são o novo normal. “O Tapajós agora está mais de 1 metro abaixo do que estava no mesmo dia ano passado, quando tivemos a pior seca da história. É recorde sobre recorde. Triste ver que os que menos contribuíram para essa situação são os que mais sofrem”, lamenta. “O país parou com as enchentes no Sul, seria importante a mesma atenção e mobilização pelo Norte.”

Além da sede, a fome também foi outra mazela vivia por essas comunidades. Francisco Bezerra, da comunidade de Jari do Socorro, relata viver da pesca e que hoje não tem sua principal fonte de alimentação e renda. “E aí quem sofre aqui somos nós por causa que a gente fica abandonado e isolado, porque a gente não tem um posto de saúde e fica a seis horas da escola.”

A chegada dos filtros enfrentou um grande desafio logístico, já que os canais navegáveis estão cada dia mais distantes das moradias. Para chegar até as comunidades, o barco do Saúde e Alegria chegou de rio até um ponto, depois de lancha e então em embarcações menores. Mesmo com a dificuldade, os filtros não são novidades na região: entre 2023 e 2024, mais de 3.100 famílias, através de co-implementadores como as organizações locais e de base, foram beneficiadas com 1.805 filtros.

A expedição chamou a atenção da UNICEF e foi acompanhada por uma representante, Dariane Souza. Além da ONG DoeBem, que está ajudando a arrecadar fundos para aquisição de mais filtros. “Os desafios sanitários na Amazônia são gigantescos. Sem alianças, pouco se faz”, afirma Caetano Scannavino. “É importante dizer que não há pretensão alguma de substituir o estado, quem de fato tem a responsabilidade pelas medidas de acesso à água. Mas é preciso mais governo nessas áreas. Como sociedade civil, a gente tenta ajudar, mas a sensação é de enxugar gelo, e ainda sem água. É preciso uma atenção prioritária com medidas emergenciais dos governos para escalar essas soluções e tecnologias para um número muito maior de famílias. Qualquer iniciativa nesse sentido contará com nosso total apoio.”

Para doar para a campanha, acesse o link.

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