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Cidades resilientes: conheça iniciativas Brasil afora para tornar a vida urbana mais segura frente às mudanças climáticas

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O Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) promoveu em setembro, através do projeto Café Geológico , debates sobre cidades resilientes. Conforme a ONU, as cidades resilientes são aquelas capazes de “resistir, absorver, adaptar-se e recuperar-se dos efeitos de um perigo de maneira tempestiva e eficiente, através, por exemplo, da preservação e restauração de suas estruturas básicas e funções essenciais”. Para efetivação desse cenário, são necessárias consolidação de alianças interinstitucionais e ampla participação popular, o que está sendo fomentado pelo SGB-CPRM por meio de diversos projetos institucionais.

O aquecimento global e as mudanças climáticas estão afetando a frequência e a magnitude dos fenômenos naturais. Esses eventos têm se tornado cada vez mais recorrentes no Brasil; ao mesmo tempo, a ocupação desordenada aumenta a fragilidade do meio físico e expõe um número significativo de pessoas ao risco geológico. Para o geólogo do SGB-CPRM Thiago Dutra, construir cidades mais seguras é um desafio a ser alcançado a longo prazo. “Resiliência e redução de riscos de desastres devem fazer parte do planejamento urbano e das estratégias para o desenvolvimento sustentável”, afirma. O Serviço Geológico do Brasil já mapeou áreas com alto e muito alto risco de deslizamentos de terra, inundações, enxurradas e queda de rochas, em mais de 1.600 municípios brasileiros. Saiba mais clicando aqui .

Minas Gerais: conhecimento para evitar desastres

A Defesa Civil de Ouro Preto (MG) disponibiliza para a população, através de um aplicativo, um banco de dados georreferenciado do SGB-CPRM com todo o resultado dos trabalhos de Setorização de Risco Alto e Muito Alto que foram realizados no ano de 2016. O objetivo é fomentar o senso coletivo de autoproteção na população que convive com a realidade do risco, por falta de políticas públicas que abarque toda a demanda que foi gerada pela ocupação territorial desordenada ao longo dos anos de expansão. “Nós temos muitos grupos de risco aqui em Ouro Preto e podemos dividir basicamente em quatro: gestão de riscos por patologias estruturais em edificações; ao patrimônio histórico; geo-hidrológicos e geotécnicos; por rupturas de barragens”, analisa Charles Murta, representante da Defesa Civil do município.

Também em Minas Gerais, a Defesa Civil de Juiz de Fora assinou, em junho de 2020, o Certificado de Compromisso com a Resiliência aos Desastres, da ONU e, desde então, vem trabalhando em conjunto com a academia e com o corpo de bombeiros, para minimizar o número de desastres no município. Joviano Assis, membro da Defesa Civil, explica que o órgão estruturou equipes para melhor atender ao município, além de fazer o cruzamento das bases de dados disponíveis com os resultados de pesquisas acadêmicas.

Morro do Piolho, em Ouro Preto (MG), deslizou sobre uma rodoviária em 2012, numa das piores tragédias naturais que já atingiram a cidade

Maranhão: atenção aos recursos hídricos

A ilha de São Luís, no Maranhão, abriga quatro municípios (São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa) e uma população de quase 1,5 milhão de habitantes. Metade desse grupo é abastecido pela água superficial (rios e reservatórios) e metade pela água subterrânea (poços tubulares). Por conta disso, o SGB-CPRM formulou, em parceria com a Agência Nacional de Águas (ANA), os Estudos Hidrogeológicos da Região Metropolitana de São Luís – Subsídios para o uso sustentável dos Recursos Hídricos.

O trabalho apresenta mapas de litoestratigrafia, geomorfologia, exemplos de poços tubulares, vulnerabilidade dos aquíferos à contaminação, fontes de poluição, perigo de contaminação dos aquíferos, áreas restritas de uso e balanço hidrogeológico da região. Algumas descobertas feitas a partir dos mapas são preocupantes. Por exemplo, o mapa de vulnerabilidade dos aquíferos à contaminação mostram que quase toda a ilha tem vulnerabilidade natural alta ou extrema. No entanto, apesar da fragilidade e exposição dos aquíferos, o mapa de perigo de contaminação demonstra que boa parte da ilha ainda está em risco baixo ou moderado.

O estudo identificou que o aquífero de Itapecuru é semi-confinado/confinado, um aquífero que é limitado na base, no topo, ou em ambos, por camadas cuja permeabilidade é menor do que a do aquífero em si. Já o aquífero de São Luís é livre, ou seja, formado por uma camada impermeável. Ambos os aquíferos apresentam expressiva presença de coliformes totais e nitratos. Isso ocorre porque a Ilha de São Luís não tem saneamento e precisa que haja aumentos na coleta e no tratamento dos efluentes domiciliares. As principais fontes de poluição vêm dos postos de combustíveis, indústrias, cemitérios, lixões a céu aberto e águas servidas.

Algumas ações a serem tomadas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA) do Maranhão são fiscalizar a construção de poços clandestinos, ecopontos e aterro de Rosário, reduzir o período de bombeamento de alguns poços e construir os poços de monitoramento por meio de parcerias.

Esgoto é despejado no Rio das Bicas, em São Luís (MA)

Conheça mais iniciativas

O projeto Café Geológico, apresentado semanalmente no canal TV CPRM no YouTube, também já debateu as cidades resilientes com representantes do Acre , do Espírito Santo e da cidade do Rio de Janeiro . O Café Geológico foi idealizado pelo Departamento de Gestão Territorial (DEGET) do SGB-CPRM, e tem apresentação e mediação do geólogo Thiago Dutra.

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