Márcia Régis | Redação Eco21 |
Considerando a degradação por seca, a degradação por fogo, a degradação por corte seletivo de madeira e a degradação pelo chamado efeito de borda, de 4% a 38% da floresta amazônica remanescente já se encontra degradada.
Essa área de floresta degradada registra hoje emissões de CO2 equivalentes ou até maiores do que as das áreas desmatadas.
Desde o início deste século, a Amazônia já perdeu cerca de 30% de sua capacidade de reter dióxido de carbono (CO2), um dos principais gases de efeito estufa.
Se for mantida a atual política federal, que favorece ou até mesmo promove a degradação das áreas remanescentes, essa capacidade da floresta de reter CO2 pode zerar até o final da próxima década.
A Amazônia deixaria de ser um sumidouro para se tornar um emissor de carbono.
A informação foi divulgada pelo pesquisador David Montenegro Lapola, do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura da Universidade Estadual de Campinas (Cepagri-Unicamp).
O informe ocorreu durante o webinário promovido pela Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp) para celebrar os 60 anos da FAPESP.
A pesquisa da Unicamp chama a atenção por abordar um outro fator de impacto e menos conhecido para a emissão de carbono na Amazônia, que vem a ser a degradação da floresta remanescente.
No webinário da FAPESP, o pesquisador enfatizou a necessidade de um novo paradigma de desenvolvimento capaz de reverter o curso da destruição e salvar a floresta.
Dados divulgados em junho pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam que, apenas no primeiro semestre de 2022, 3.971 quilômetros quadrados (km2) da Amazônia Legal foram destruídos.
O desmatamento registrado em junho deste ano foi o maior para o mês desde que o instituto iniciou o monitoramento, em agosto de 2015.
Aproximadamente 90% desse desflorestamento é desmatamento ilegal.
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