por Samyra Crespo
Entre a inspiração e o pragmatismo
A dificuldade de escolher 7 livros aqui é imensa.
Mas a proposta é essa e 7 é um número cabalístico.
Primeira dificuldade: a bibliografia que pode ser identificada como ambientalista ou útil a quem advoga a causa, é imensa.
A profusão de cursos, teses, livros, papers existentes faz com que esse montante seja quase inquantificável.
Por isso, a bibliografia resumida, mínima, está sempre referida às preferências do leitor, do estudante, do professor, aos seus interesses ou a um tema que se deseja aprofundar.
Quando me interessei de verdade pelo ambientalismo – não só por sua agenda pragmática – mas por suas ideias, fundamentação teórica e filosofia, encontrei – no final dos anos 80, me deparei com o fato de que havia pouquíssimos livros escritos por brasileiros.
Quase tudo estava em inglês ou francês (lembro de René Dumont e Serge Moscovici que estavam traduzidos).
Enfim, como tenho facilidade de ter acesso à bibliografia em inglês, bebi nessa fonte.
Em 2002 fui professora na Columbia University, numa cátedra patrocinada pela Tinker Foundation no International Affairs Institute.
Aproveitei para comprar muitos livros e até hoje, infelizmente poucos foram traduzidos.
Peneirando, filtrando, acho que seriam duas mochilas: uma com os livros que guiam o militante pragmático, outra que considero os livros do ambientalista raiz.
Vou começar pela inspiração, pela Mochila-raiz – nomeando os que li, reli e fiz anotações.
Em inglês:
1. Modern Environmentalism – An Introduction, de David Pepper (Um aparelho hsdo geral das ideias e crenças do ambientalismo e sua relação com outras ideologias. Apresenta uma excelente bibliografia de referência);
2. Deep Ecology – por Bill Devall e Georges Sessions. Trata de modo claro e organizado as raízes filosóficas do ambientalismo raíz;
3. Ecology – Key Concepts in Critical Theory – por Carolyn Merchant. Também excelente para mapear os conceitos predominantes no ecologismo.
4. Primavera Silenciosa, Rachel Carson, publicado em português e que fez a cabeça de toda uma geração alertando para a contaminação química;
5. O Tao da Física, Fritjof Capra, livro que causou um estardalhaço editorial nos anos 80 e que me trouxe muitos insights. Até hoje releio trechos.
6. A Sexta Extinção, de Elizabeth Kolbert. Quase substituo este por As Eras de Gaia, do James Lovelock;
7. A Ferro e Fogo, do Warren Dean, um livro crucial para se entender as raízes histórico-sociais do desmatamento, especialmente o do bioma Mata Atlântica.
No próximo texto apresentarei a Mochila do Ambientalista Pragmático.
Sim, essa seria a minha mochila. Se tivesse um espaço sobrando eu incluiria “Um Sopro de Destruição” do José Augusto Pádua.