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Chega de plásticos, não acham?

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Nossa missão é semear informação ambiental de qualidade.

Vanilda Marques Porfírio | Jornalista e ambientalista |

“O homem que move montanhas começa por carregar pedrinhas”

Essa frase de Confúcio nos inspira. Comecemos a carregar as nossas, cada um fazendo sua parte.

Vivemos uma conjuntura onde nos perguntamos amiúde: o que será de nós, qual a saída? Há perspectivas para nossos filhos e netos? O que lhes deixaremos como legado de sobrevivência? Isso porque, a cada dia acentuam-se os problemas ocasionamos pelo nosso excesso de consumo de plástico, isopor, papel, eletrônicos, entre outros itens que corroboram para o aumento do lixo planetário.

Sempre que ligamos a TV ou acessamos algumas redes sociais, nos deparamos com tragédias oriundas das mudanças climáticas. Os dados assustam: o lixo plástico mata 100 mil animais marinhos e outros 10 mil pássaros. E quando nos alimentamos ingerimos um cartão de crédito/ano. Aí vem alguém e diz: mas sacola plástica hoje degrada em seis meses. Ponderemos, e a DBO (Demanda Básica de Oxigênio) para degradá-la? É cada vez mais preocupante a utilização dessas embalagens plásticas, que levam 100 anos ou mais para se decomporem na natureza.

Outro dia, no checkout do supermercado, uma senhora levou um pacote de sabonete em três sacolas plásticas. Disse  ser “reforço”  e em seguida, um rapaz, jovem, na fila Preferencial (falta de educação) paga o iogurte e o coloca em duas sacolas. Ufa! Quanto desrespeito. Não aguento mais ver tanto saco plástico, alimentos embalados em isopor, separados por plástico individualmente.

Celeremente rumamos à autodestruição. Não vamos acordar e tomar consciência dos males à natureza, que se voltam  para nós? O Brasil utiliza mais de 1,5 milhão de sacolas/dia. E 10% de todo nosso lixo é plástico. Dos 82 milhões de toneladas/ano de lixo produzidos aqui, apenas 2% são reciclados. Em países desenvolvidos, 70% do lixo orgânico passa por compostagem. 

A matéria-prima utilizada nos sacos, o polietileno, substância derivada do petróleo, e não renovável, polui o meio ambiente, pois libera gás carbônico, grande causador do efeito estufa. Os sacos também entopem bueiros, córregos, causando inundações em períodos chuvosos, prejudicando a vida animal e causando várias doenças, até dengue ao reter a água não escoada.

Mas qual a solução? Órgãos públicos e sociedade devem envidar esforços no sentido de termos uso zero de sacolas, como países da União Europeia e mesmo alguns africanos. Os supermercados deveriam cobrar pelo seu uso, porém há pouco tempo essa lei caiu em São Paulo. Em São Francisco, cada casa recebe 3 latões, para lixo orgânico, reciclável e rejeitos. Os caminhões passam e o colocam já nos contêineres. Ecobags (sacolas de feira), retornáveis e caixas  são usadas nas compras. Isso poderia ser adotado entre nós. Por fim vale a pena ressaltar que a Terra vive muitíssimo bem sem o dito “humano”. Já nós não vivemos sem seus recursos, por sinal, finitos. Não os teremos ad aeternum, caso continuemos a degradação e o consumismo desbragado Se não viabilizarmos soluções para o excesso de lixo que fazemos e a forma de vida que levamos, estamos  fadados à autodestruição, mesmo. Precisamos ter espírito de cidadania e tomar atitudes que possam garantir nossa sobrevivência na Terra. Afinal, não temos outro planeta de reserva.

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