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Governança estratégica e Agenda 2030: como empresas podem conduzir um futuro sustentável

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Luciana Sonck, mestre em planejamento territorial, especialista em governança e CEO da Tewá 225, destaca como as empresas podem aprofundar políticas de governança e mitigar riscos

Com o Brasil emergindo como um protagonista na agenda climática global, eventos como a Cúpula de Líderes do G20 no próximo mês e a COP 30, que será sediada em Belém em 2025, reforçam a urgência de práticas empresariais mais sustentáveis. Para as empresas que atuam na Amazônia Legal e em territórios protegidos, o cenário se torna cada vez mais competitivo e desafiador em termos de governança corporativa. Segundo Relatório Climático 2024, da consultoria BCG, projetos da economia verde podem atrair cerca de US$ 3 tri de dólares em investimentos até 2050 para o país.

Nesse contexto, alinhar-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU — um dos pilares da Agenda 2030 — é essencial não apenas para garantir um futuro sustentável, mas também para atrair investimentos internacionais e se posicionar de maneira estratégica no mercado global.

Para Luciana Sonck, mestre em Planejamento Territorial e CEO da Tewá 225 – consultoria de impacto positivo que traz soluções para os desafios socioambientais das empresas, organizações e governos – as empresas precisam evoluir suas práticas de governança para atender às demandas atuais “Hoje, investidores e fundos internacionais exigem que as empresas tenham uma postura clara em relação à sustentabilidade e à governança. Empresas que não incorporam essas práticas perdem competitividade e ficam à margem de um fluxo de capital que, a cada dia, se volta mais para projetos com impacto social e ambiental positivos. Especialmente na Amazônia Legal, isso envolve proteger o meio ambiente e respeitar as comunidades locais, assegurando que o desenvolvimento econômico seja inclusivo e ético”, comenta Luciana.

Com a crescente demanda por transparência e responsabilidade no setor empresarial, as práticas de governança ambiental, social e corporativa (ESG) emergem como um dos pilares para acessar os recursos financeiros internacionais cada vez mais direcionados a países que compõem a Amazônia Legal no combate à crise climática. Nesse sentido, Luciana Sonck, mestre em Planejamento Territorial, especialista em governança e CEO da Tewá 225, destaca como as empresas podem aprofundar as políticas de governança, além mitigar riscos operacionais, reforçando sua reputação e permitindo que se posicionem como líderes em sustentabilidade:

1 – Proteção de territórios: compromisso social e ambiental: A preservação das Terras Indígenas e dos territórios de comunidades tradicionais deve ser uma prioridade na agenda ESG das empresas. Esses espaços são essenciais para a conservação da biodiversidade e também mitigar os impactos das mudanças climáticas, além de serem lares de povos que praticam um manejo sustentável e possuem ricas tradições culturais. As empresas que atuam nessas áreas têm a responsabilidade de respeitar os direitos dessas comunidades, incluindo a obtenção do Consentimento Livre, Prévio e Informado (CLPI) antes de qualquer intervenção (incluindo projetos ou programas sociais).A governança responsável nessas áreas reforça a transparência das operações, além de construir uma relação de confiança mútua com as comunidades locais, o que é vital para o sucesso dos projetos implementados a longo prazo. Segundo estudo da Edelman Trust Barometer, cerca de 60% dos consumidores brasileiros associam práticas de preservação de territórios indígenas a uma imagem de “integridade” e “compromisso ético”.

Parcerias com consultorias especializadas, Organizações da Sociedade Civil (OSCs) e movimentos sociais locais também são estratégias eficazes para que as empresas ampliem o impacto de suas iniciativas. Ao trabalhar em conjunto com essas entidades, é possível desenvolver ações que combinem objetivos econômicos, sociais e ambientais garantindo benefícios duradouros para as comunidades e ajudando a preservar as riquezas naturais da região.

2 – Medição de impacto social real ir além da teoria: No contexto de uma governança eficaz, as empresas devem ir além das promessas e compromissos, traçando metas claras que avaliem o impacto real e demonstrem os resultados tangíveis de suas ações

A utilização de relatórios de sustentabilidade, alinhados aos princípios ESG e às normas internacionais, é uma ferramenta essencial para documentar esses impactos e aumentar a transparência das operações. Além de incluir, a avaliação dos benefícios gerados para as comunidades locais, como o fortalecimento de suas economias, a melhoria da qualidade de vida e a preservação de suas culturas e tradições.

3 – Políticas e protocolos rigorosos de Direitos Humanos:A adoção de políticas rigorosas de direitos humanos é fundamental para as empresas que operam em diversos contextos, incluindo aqueles sensíveis como a Amazônia, mas também em ambientes urbanos e industriais. Isso implica garantir que todas as práticas corporativas respeitem a dignidade e os direitos fundamentais das pessoas, abrangendo trabalhadores, comunidades locais e grupos vulneráveis. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o respeito aos direitos humanos no local de trabalho é um pilar essencial para promover um ambiente de trabalho justo e sustentável. As políticas devem estar alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em particular ao ODS 5, que busca alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas, ao ODS 8, que promove o trabalho decente e o crescimento econômico, e ao ODS 10, que visa reduzir as desigualdades. Essas diretrizes internacionais oferecem um framework sólido para que as empresas integrem práticas de direitos humanos em suas operações, garantindo que seus impactos sejam positivos e inclusivos.
 

“Quando as empresas incluem ações concretas e estabelecem diálogo com as comunidades envolvidas,não apenas cumprem obrigações legais, mas também demonstram um compromisso profundo com a responsabilidade social, contribuindo para um desenvolvimento econômico que respeita e valoriza a diversidade e os direitos de todos os indivíduos. Tudo isso, contribui para o fortalecimento da reputação e abre portas para investidores que confiam na atuação da empresa”, finaliza Luciana Sonck.

Sobre Luciana Sonck

Luciana Sonck é CEO e sócia-fundadora da Tewá 225, uma consultoria de impacto social positivo que traz soluções para os desafios socioambientais das empresas, organizações e governos.

É responsável por construir estudos e diagnósticos com parceiros como UNOPS, ONU Mulheres, UNESCO, IUCN e outros, para elaborar soluções com viés de gênero, raça, etnia, território e gestão do conhecimento. Formada em sociologia pela PUC-SP, é mestra em planejamento territorial e governança pela UFABC, além de publicar artigos acadêmicos.

Com mais de 10 anos de experiência em negócios de impacto social, Sonck teve passagem pelo Instituto Votorantim e UNESCO.

É também, há 12 anos, fundadora da Butique Sustentável, iniciativa de reeducação do consumo da moda.

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