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Novo edital investe um milhão para desvendar espécies do subterrâneo

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Lúcia Chayb Diretora eco21.eco.br @eco21_oficial @luciachayb luciachayb@gmail.comPor trinta anos foi a jornalista responsável pela revista ECO21 (1990/2020)

Pesquisadores poderão inscrever projetos até o dia 23 de novembro

Atualmente, o Brasil tem o registro de mais de 29 mil cavidades naturais subterrâneas, com imenso potencial para novas descobertas, incluindo espécies que vivem nesses ambientes naturais. Buscando revelar a diversidade existente em cavernas, uma iniciativa do Plano de Ação Nacional para Conservação do Patrimônio Espeleológico Brasileiro (PAN Cavernas do Brasil), coordenado pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (ICMBio/Cecav) lançou um edital convidando pesquisadores a inscreverem projetos de expedições para descobrir novas espécies ou ampliar as informações sobre aquelas já existentes. Será investido um milhão de reais em projetos e os interessados terão até o dia 23 de novembro para se inscrever.
 

“O edital pretende preencher as lacunas de informações das áreas definidas pelo Mapa de áreas prioritárias para prospecção espeleológica. O foco do edital é voltado para invertebrados e morcegos, mais especificamente dentro dos invertebrados, os troglóbios. Além disso, priorizamos tanto áreas que não têm nenhuma informação sobre espécies quanto aquelas em que já há registro de troglóbios, pois isso pode indicar a existência de uma fauna cavernícola ainda mais rica. Biólogos, pesquisadores, doutores e professores de universidades poderão participar”, explicou o professor do Centro de Estudos de Biologia Subterrânea da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e coordenador da ação, Rodrigo Lopes Ferreira.
 

O edital prevê apoio a até cinco propostas, com orçamento total de R$ 200 mil e duração de 16 meses. A seleção será feita por um corpo técnico do ICMBio/Cecav, de acordo com os critérios definidos no edital.
 

“A nossa expectativa é que haja inúmeras descobertas, que a distribuição de espécies já conhecidas seja ampliada e que as propostas cubram as duas áreas inseridas no projeto, tanto aquelas que possuem lacunas completas de conhecimento, regiões em que não se conhece nada, mas que outros proponentes também busquem pesquisar áreas em que já exista um certo conhecimento para que ele seja ampliado”, afirmou Rodrigo. O professor diz, ainda, que esse é o primeiro edital de muitos que ainda poderão ser lançados, devido à demanda por mais conhecimento sobre o ambiente subterrâneo.
 

Peridontodesmella alba – Foto: Rodrigo Lopes Ferreira

Estímulo de pesquisas em áreas remotas 

Rodrigo conta que o projeto também busca estimular que grupos de pesquisa que ainda não atuam em cavernas se interessem, se preparem, apresentem boas propostas e que se juntem aos grupos de espeleologia hoje existentes, para somar nessa missão rumo à ampliação do conhecimento científico e do fortalecimento da conservação do patrimônio espeleológico brasileiro. Além disso, o professor espera que as propostas inscritas abarquem áreas remotas, que são de difícil acesso, mas que podem resguardar valiosas informações. “Esse é um dos nossos desafios: que as pessoas se arrisquem a sair de sua zona de conforto”, afirmou Rodrigo.
 

“Quando a gente pensa em descobrir espécie nova, isso não é bom apenas para o patrimônio espeleológico, é bom para o país, para a ciência e para o mundo. Muitos organismos que foram descritos suscitaram discussões que iam além das cavernas. Além disso, há a possibilidade de surgirem novos hot spots de biodiversidade subterrânea, que são extremamente importantes, principalmente para a proposição de novas unidades de conservação”, concluiu Rodrigo Lopes Ferreira.

Sobre o PAN Cavernas do Brasil

O PAN Cavernas do Brasil possui 44 ações, que são distribuídas em quatro objetivos específicos, visando cumprir o objetivo geral: prevenir, reduzir e mitigar os impactos e danos antrópicos sobre o patrimônio espeleológico brasileiro, espécies e ambientes associados, em cinco anos. Além disso, contempla 168 táxons nacionalmente ameaçados de extinção, estabelecendo seu objetivo geral, objetivos específicos, prazo de execução, formas de implementação, supervisão e revisão.

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