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Mês da Visibilidade da Liderança Feminina: 9 aprendizados de quem chegou lá e está formando a próxima geração de líderes

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Lúcia Chayb Diretora eco21.eco.br @eco21_oficial @luciachayb luciachayb@gmail.comPor trinta anos foi a jornalista responsável pela revista ECO21 (1990/2020)

Executivas de empresas como o Grupo HEINEKEN, Compre & Alugue Agora, e Loyalme compartilham lições de suas trajetórias e mostram como estão preparando novas lideranças femininas; a iniciativa marca o Dia da Igualdade da Mulher, celebrado em 26 de agosto

No Brasil, embora as mulheres ocupem aproximadamente 37% dos cargos de liderança sênior, apenas 17% estão em posições de CEO em grandes empresas. Um estudo da Bain & Company mostra ainda que, entre 2019 e 2024, a proporção delas nesses cargos dobrou, mesmo que timidamente — de 3% para 6% —, enquanto a presença feminina em posições executivas e em conselhos chegou a 34% e 10%, respectivamente. E esse fator já é motivo para comemorar. Por isso, no Mês da Visibilidade da Liderança Feminina, 9 mulheres líderes em segmentos diversos compartilham aprendizados para continuar formando outras lideranças no mesmo caminho.
 

1. Liderança feminina exige consistência, coragem e presença estratégica

Para Carolina Fernandes, CEO e fundadora da Cubo Comunicação, hub phygital de marketing e comunicação com atuação no Brasil e no exterior, ocupar um cargo de liderança como mulher envolve equilibrar excelência técnica com posicionamento ativo. Ao longo da trajetória, a empreendedora aprendeu que a confiança — especialmente em ambientes corporativos ainda predominantemente masculinos — não é concedida: é construída com presença, consistência e uma comunicação clara e estratégica.

Na Cubo, Carolina estruturou uma operação que alia estratégia, performance e personalização. “Ser líder é, antes de tudo, assumir a responsabilidade de abrir caminhos para outras mulheres. Isso passa por ocupar espaços com segurança, compartilhar conhecimento e incentivar a confiança em si mesma e nas outras”, afirma.
 

2. Liderança feminina é sobre escuta, responsabilidade e coragem para transformar

Para Fabiana Ramos, CEO da Pine, plataforma de comunicação que une PR, conteúdo e tecnologia para posicionar marcas que lideram a inovação, ser mulher em posição de liderança ainda exige navegar por estruturas que, em muitos contextos, não foram desenhadas para acolher perspectivas femininas. Ao longo de sua trajetória, que inclui mais de 20 anos de atuação no mercado e passagens por multinacionais, Fabiana aprendeu que liderar é assumir a responsabilidade não apenas pelo negócio, mas também pelo impacto humano das decisões.
 

À frente da Pine, ela lidera com foco em colaboração, inovação e resultados mensuráveis, sem abrir mão da escuta ativa e da construção de um ambiente de trabalho mais empático. “Como mulher, aprendi que liderança também é fazer perguntas, sustentar conversas difíceis, dar espaço para outras vozes e transformar estruturas que não favorecem a diversidade”, afirma. Para a executiva, ser uma líder autêntica passa por mostrar vulnerabilidades, construir repertório e incentivar outras mulheres a ocuparem seus espaços. “Não existe prontidão absoluta para liderar, existe compromisso com o aprendizado contínuo, com o time e com o legado que se quer deixar.”

3. Networking estratégico: o parceiro essencial para o desenvolvimento de grandes líderes:

Para Laís Macedo, Fundadora e Presidente do Future Is Now, grupo de networking voltado a líderes que protagonizam a nova economia, o networking é um passo importante para formar um futuro mais conectado, colaborativo, próspero, plural e sustentável: características essenciais para um bom líder atualmente. Com mais de 15 anos de experiência no ramo, a profissional defende que comunidades de networking trazem benefícios variados para executivos como ampliação de repertório, trocas estratégicas e fora do comum, acesso a oportunidades exclusivas, aperfeiçoamento em setores pouco conhecidos e aprendizado contínuo com outros especialistas.
 

“Hoje, o networking mudou. Precisamos realmente estar presentes, imersos e abertos para as conexões. Sempre ressalto a vulnerabilidade como um ativo importante nesse meio já que, quando nos permitimos ser genuínos, nos conectamos em um nível mais profundo. É nessa hora que nossas redes de relacionamento podem ser verdadeiramente construídas. E é nesse momento que os grandes líderes – empáticos, parceiros e colaborativos – se formam”, completa.
 

4. Protagonismo femino no mercado imobiliário

Para Ana Carolina Gozzi, co-CEO do Compre & Alugue Agora , plataforma que conecta profissionais do setor imobiliário com clientes que desejam comprar, vender ou alugar imóveis, liderar a startup nesse ramo, historicamente masculino, é um desafio e traz muita responsabilidade.
 

“Quando criamos o Compre & Alugue Agora, sabíamos que queríamos mais do que digitalizar um serviço: queríamos transformar a forma como as pessoas se conectam com o mercado imobiliário. E isso passa, necessariamente, por diversidade. Nós, mulheres, temos habilidades essenciais, como comunicação eficaz, empatia e profissionalismo, que contribuem para um atendimento mais humanizado, assertivo e tecnológico”, afirma.
 

Para ela, a presença feminina em áreas como corretagem, arquitetura, engenharia e gestão imobiliária já vem redesenhando o setor. “Liderança feminina não é apenas ocupar um cargo. É propor novos caminhos, inovar com propósito e mostrar, na prática, que é possível fazer a diferença com consistência e visão estratégica”, conclui.
 

5. A jornada das mulheres na indústria e no varejo passa pela autenticidade e redes de apoio

Para Giuliana Bernardo, Diretora de Nacional de Vendas do Grupo HEINEKEN, a indústria e o varejo, especialmente na área de vendas, ainda são territórios a serem desbravados pelas mulheres. Por isso, acredita que cada trajetória conta, e muito, para abrir caminhos.
 

“Sempre reforço que manter sua autenticidade e ter um posicionamento claro são chaves para construir autoconfiança. A liderança é feita de pequenas batalhas diárias, e é nelas que nos fortalecemos. Busquem referências e cultivem conexões com pessoas que possam apoiar e advogar por vocês; essa rede de apoio será fundamental para reconhecer seus pontos fortes e evoluir nos desafios mais críticos. Eu mesma tive mentores, times e até clientes que me ajudaram a enxergar meu potencial e a crescer profissionalmente.
 

Na HEINEKEN, queremos que mais mulheres trilhem esse caminho. Nossa meta de 50% de mulheres em posições de liderança em diferentes áreas até 2026 não é apenas um número: é um compromisso com uma transformação cultural, que começa na base, com desenvolvimento técnico, oportunidades afirmativas e um pipeline de sucessão cada vez mais robusto para que as mulheres possam alcançar posições de decisão”, comenta a executiva.

6. Liderar com inovação e propósito é abrir caminhos para outras mulheres

Para Talita Castro, CEO do PiniOn, empresa de pesquisa de mercado especializada em dados competitivos e comportamentais, ocupar um cargo de liderança como mulher significa mais do que um desafio em um mercado predominantemente masculino – é uma oportunidade para abrir caminhos e fortalecer a diversidade no ambiente corporativo.
 

Doutora em Antropologia pela Unicamp e cientista social, Talita é especialista em arquitetura de produtos e estratégias de mercado. Com mais de uma década de experiência no PiniOn, onde consolidou sua atuação em posicionamento estratégico, vendas e gestão, sua liderança é pautada pela inovação e pelo uso inteligente de dados para impulsionar negócios.
 

“Ser líder requer unir visão estratégica e capacidade de adaptação. O mercado exige inovação constante, e transformar informações em decisões precisas é o que permite conquistar espaço e expandir. Mas, acima de tudo, liderar é assumir a responsabilidade de abrir portas para outras mulheres, compartilhando conhecimento, inspirando confiança e construindo um ambiente mais diverso e inclusivo”, destaca.
 

7) Liderança feminina é sobre se reinventar, confiar e inspirar
 

Para Nara Iachan, cofundadora e CMO da Loyalme, startup que nasceu dentro da Cuponeria para oferecer soluções de fidelização, ser empreendedora no Brasil exige coragem para explorar o desconhecido, aprender com os erros e, acima de tudo, confiar na própria capacidade.
 

Formada em Economia pela UFRJ, com MBA em Gestão e Desenvolvimento Empresarial pela mesma instituição, e mestrado em Inovação pela FEI, a executiva acumula mais de 10 anos de experiência no setor de fidelização de clientes.
 

“Construir uma rede de apoio entre mulheres é um passo mais do que importante – ter mulheres em cargos de CEO, CMO, gerência ou qualquer outra posição de liderança não é só uma referência para aquelas que ainda estão trilhando o caminho, mas também um espaço para trocar experiências e discutir desafios comuns. É essa conexão que nos fortalece e nos impulsiona a continuar avançando”, reflete.

8) Liderar é gerir com inteligência emocional e criar um espaço colaborativo

Para Fernanda Loureiro, CEO da Droom Investimentos, plataforma de aplicações financeiras em ativos judiciais, estratégias de gestão, inteligência emocional e organização interna são essenciais para gerir equipes com excelência. Ao longo dos 32 anos de carreira, a executiva desempenhou funções de gestão, governança corporativa, estratégia de soluções, consultoria empresarial e desenvolvimento de novas lideranças.
 

No mercado de investimentos, Fernanda atua em um setor ainda ocupado majoritariamente por homens. “Na posição de líder, acredito que para construir um espaço de trabalho colaborativo e pautado na equidade é imprescindível assumir uma atitude gregária, criando um ambiente em que cada profissional tenha espaço e ferramentas para participar ativamente dos processos”, afirma a executiva.
 

9) O papel de uma líder resiliente é criar redes colaborativas e inclusivas

Para Lisandra Branco, fundadora e CEO da S8 Capital, empresa de soluções financeiras de alto impacto, seu papel é equilibrar a gestão corporativa com a criação de redes colaborativas que promovam o crescimento sustentável dos negócios e a inclusão na empresa. Com mais de 15 anos de experiência no setor financeiro, a executiva é especialista em Negociação e Resolução de Conflitos e lidera estratégias de negócios globais.

Para ela, a característica principal é a resiliência. “Em cargos de liderança, é essencial que trabalhemos na promoção de um ambiente corporativo que permita a colaboração entre equipes e agregue novas visões à empresa, a partir da escuta ativa e capacidade de se adaptar”, comenta.

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