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A importância da agricultura familiar

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No Dia Mundial da Segurança Alimentar, 7 de junho, Marco Aurélio Pavarino, coordenador-geral de Extrativismo da Secretaria da Agricultura Familiar do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), destaca a importância da agricultura familiar para garantir alimentos em quantidade e qualidade adequadas na mesa de todos os brasileiros.

“A agricultura familiar é a principal produtora de alimentos no Brasil. E o que vem dela é, de fato, mais saudável para as pessoas e para o meio ambiente. Tratar dessa temática, portanto, é direcionar a conversa para o trabalho realizado por essas pessoas, pelas famílias que produzem alimentos no Brasil. E quando falo dessa modalidade, incluo povos indígenas, quilombolas, extrativistas, ribeirinhos e geraizeiros, que são essenciais para colocar alimentos de boa qualidade na mesa de todos os brasileiros”, aponta Pavarino. Nesta entrevista, ele explora a relação entre agricultura familiar e desenvolvimento sustentável e apresenta os resultados do projeto ArticulaFito – Cadeias de Valor em Plantas Medicinais, uma iniciativa conjunta do Mapa com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Qual a importância da agricultura familiar para promoção da segurança alimentar no Brasil?

A agricultura familiar é a principal produtora de alimentos no Brasil. De acordo com o Censo Agropecuário de 2017, 80% dos estabelecimentos rurais brasileiros são da agricultura familiar e 70% de todo pessoal envolvido nas atividades agropecuárias do país estão ligados diretamente a essa modalidade produtiva. Os agricultores familiares mantêm parceria importante com o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) para oferta de alimentos saudáveis a estudantes da rede pública. É importante frisar que a segurança alimentar diz respeito não apenas à disponibilidade de alimentos, mas também à qualidade do que é oferecido à população brasileira. E o que vem da agricultura familiar é, de fato, mais saudável – para as pessoas e para o meio ambiente. Tratar dessa temática, portanto, é direcionar a conversa para o trabalho realizado por essas pessoas, pelas famílias que produzem alimentos no Brasil. E quando falo dessa modalidade, incluo povos indígenas, quilombolas, extrativistas, ribeirinhos e geraizeiros, que são essenciais para colocar alimentos de boa qualidade na mesa de todos os brasileiros.

Foto: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)

Qual a relação da agricultura familiar com o desenvolvimento sustentável?

Um sistema pautado pela agricultura familiar – incluindo a produção de alimentos e plantas medicinais, aromáticas e condimentares por povos indígenas e comunidades tradicionais – é a base para o desenvolvimento sustentável. O uso da biodiversidade brasileira sempre esteve muito relacionado à agricultura familiar e há uma série de conexões entre a sociobiodiversidade e o desenvolvimento regional. É um quebra-cabeças com peças como território, biodiversidade, presença de agricultores familiares, povos indígenas e comunidades tradicionais e o mercado. E o que organiza esse sistema é a bioeconomia – um conceito que traduz a ideia de uma “economia sustentável”, que combina Ciência, Tecnologia e Inovação aos conhecimentos tradicionais e ao comprometimento com o uso sustentável da biodiversidade. Uma bioeconomia que olha para as especificidades do nosso país, que considera os conhecimentos tradicionais e o uso sustentável dos recursos naturais. E a sociobiodiversidade é a base de tudo isso.

De que forma o Mapa vem apoiando a agricultura familiar no Brasil?

O Mapa coordena políticas públicas como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e seus subprogramas, voltados para Agroindústria, Agroecologia, Mulheres, Jovens , Bioeconomia, por exemplo. Nossas ações envolvem assistência técnica aos agricultores familiares, eventos de capacitação e facilitação do acesso a mercados e linhas de créditos. Na Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo são mais de 580 mil estabelecimentos associados a cooperativas. A grande maioria – 410 mil – é da agricultura familiar. O fato de estarem cooperados significa que recebem assistência técnica e apoio permanente. Além de tudo isso, apoiamos iniciativas que buscam amparar esses produtores e promover a preservação dos ecossistemas ao seu redor, como é o caso do projeto ArticulaFito – Cadeias de Valor em Plantas Medicinais, uma iniciativa conjunta com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Quais as contribuições do projeto ArticulaFito – Cadeias de Valor em Plantas Medicinais nesse sentido?

O ArticulaFito trabalha com o conceito de cadeias de valor, que integra as dimensões social, ambiental, cultural e participativa à economia monetária. Na prática, isso significa dar valor ao uso sustentável de nossa biodiversidade na produção de plantas medicinais, aromáticas, condimentares e alimentícias, o que é feito especialmente por agricultores familiares, povos indígenas e comunidades tradicionais. Ao apoiar o aprimoramento dessas cadeias de valor, o ArticulaFito contribui com o desenvolvimento econômico local, a geração de emprego e renda, a conservação da biodiversidade, a equidade de gênero e a promoção da saúde nos territórios. No seminário “Cadeias de Valor em Plantas Medicinais e a Agenda 2030: contribuições da sociobiodiversidade para reflexão sobre novos modelos de produção para a preservação da vida e da saúde no planeta”, promovido pelo ArticulaFito em maio, apresentamos os resultados do projeto, que constitui o maior diagnóstico já realizado no Brasil sobre o potencial produtivo de plantas medicinais, aromáticas, condimentares e alimentícias. Foram identificados 26 produtos oriundos de espécies vegetais – como chás, colírios, repelentes, hidratantes, azeites para uso na gastronomia, dentre outros – com potencial para mercados diferenciados. É possível assistir ao evento, na íntegra, em www.youtube.com/articulafito

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