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Investigação revela primeiros esforços para promover desinformação climática

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Estudo detalha como uma extensa campanha de relações públicas nos Estados Unidos atrasou a ação climática em nível mundial

Um artigo publicado dia 11 de abril na Environmental Politics revela novos detalhes sobre os primeiros esforços organizados para tentar enfraquecer a ação climática em nível mundial. Segundo a análise, a organização Global Climate Coalition (GCC) mudou o curso da política climática dos EUA no final do século 20, influenciando todo o contexto internacional, com táticas que servem de guia para a desinformação climática até hoje.

A Global Climate Coalition, criada em 1989 e encerrada em 2001, foi a primeira e maior organização dos Estados Unidos desenhada para se opor à ação climática. O artigo publicado hoje adiciona documentos previamente ocultos. Entre eles, estão arquivos da Associação Nacional de Fabricantes dos EUA de 1990-1998 e da agência de comunicação E. Bruce Harrison Inc., que revelam a estratégia inicial da GCC: lançar dúvidas sobre a ciência do clima e advertir sobre os danos econômicos que o combate às mudanças climáticas trariam.

Os documentos também detalham esforços para pressionar os regulamentos da EPA, Agência de Proteção Ambiental dos EUA, e como a GCC se vangloriou muitas vezes por ter conseguido influenciar negociações ambientais importantes, como a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática.

“As ações empreendidas pela Global Climate Coalition nos primeiros dias da política climática provaram ser incrivelmente eficazes em atrasar as ações climáticas por décadas”, disse Robert Brulle, autor da análise e professor visitante da Brown University. “Estes documentos revelam um livro de jogadas para o enorme e eficaz esforço de relações públicas que a indústria ainda emprega hoje.”


A revisão feita por Brulle hierarquiza da seguinte forma as táticas da GCC: 1) monitorar e contestar a ciência climática; 2) encomendar estudos econômicos sob medida para ampliar e legitimar seus argumentos; 3) mudar a compreensão cultural da mudança climática com campanhas publicitárias; e 4) conduzir um lobby agressivo sobre os legisladores e outros membros das elites políticas.

A análise inclui um documento da GCC de 1995 que resume os extensos esforços de relações públicas aplicados àquela altura para mudar a política climática internacional. Este material também detalha os principais doadores industriais da coalizão e seu orçamento.

Em sua formação original, a GCC era composta principalmente por empresas de serviços públicos, como água e eletricidade, representantes do setor de carvão e uma empresa petrolífera. Em 1991, o grupo tinha 79 membros.

O artigo foi publicado sob o título “Advocating Inaction: A Historical Analysis of the Global Climate Coalition” e está disponível aqui. Os novos documentos analisados na pesquisa podem ser consultados aqui.

12/04/2022

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