Elisa Chagas | Jornalista da Agência Senado
Para o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o envolvimento dos Estados no combate ao fogo do Pantanal é essencial, pois, segundo ele, apenas 6% do bioma faz parte da competência fiscalizatória dos órgãos federais. As informações foram prestadas nesta terça-feira (13/10/2020) em Audiência Pública na Comissão Temporária Externa que acompanha as ações de enfrentamento aos incêndios no Pantanal.
“Estamos falando de áreas que compreendem florestas destinadas, unidades de conservação, terras indígenas e assentamentos, o que dá um volume total de 902 mil hectares dos 15 milhões [de hectares]. Essa é a jurisdição originária do Governo Federal, portanto é importante que tenhamos os Estados envolvidos nisso”.
O Ministro também afirmou que é preciso seguir com a política de uso preventivo do fogo, chamada de “fogo frio”. Segundo ele, esse é um instrumento importante de combate às queimadas, uma vez que reduz o volume de massa orgânica depositada, diminuindo a proporção dos incêndios. Salles afirmou ainda que a criação de gado é necessária pois também ajuda a reduzir o excesso de matéria orgânica no solo. Segundo ele, a grande causa das queimadas é a estiagem associada ao excesso de calor, tempo seco e ventos fortes.
Salles disse que outras medidas importantes a serem tomadas são a utilização de componente retardante de fogo nas queimadas e a criação de uma base de monitoramento permanente na divisa de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul, que deve ser organizado entre os governos estaduais e federal.
De acordo com o Ministro, o Presidente da Comissão, Senador Wellington Fagundes (PL-MT), e os Senadores Soraya Thronicke (PSL-MS), Simone Tebet (MDB-MS) e Nelsinho Trad (PSD-MS) concordaram com as ações em viagem recente ao Pantanal.
O Ministro afirmou que, além do trabalho das Forças Armadas, o aumento no número de brigadistas e aeronaves de combate aéreo neste ano vai contribuir nessas atividades.