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Amazônia empreendedora: iniciativas sustentáveis ganham força no caminho para a COP 30

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Lúcia Chayb Diretora eco21.eco.br @eco21_oficial @luciachayb luciachayb@gmail.comPor trinta anos foi a jornalista responsável pela revista ECO21 (1990/2020)

Pequenos negócios surpreendem com soluções criativas e ecologicamente corretas

À medida que Belém se prepara para receber a COP 30, em novembro de 2025, empreendedores do Pará se destacam por desenvolver soluções sustentáveis que dialogam diretamente com os desafios globais da agenda climática. Com o apoio do Sebrae no Pará, iniciativas de impacto socioambiental vêm sendo fortalecidas por meio de capacitações, mentorias e acesso a conhecimento técnico, posicionando os pequenos negócios como protagonistas.


Uma frente de inovação vem da gastronomia regional, com a marca Amaz Frutas, da chef e tecnóloga em alimentos Andrea Pinto. A empresa aposta na desidratação de ingredientes amazônicos — como jambu, pupunha e cupuaçu — para criar produtos naturais e de alta durabilidade. A proposta é valorizar os sabores da floresta, oferecendo alternativas saudáveis para o mercado local e nacional.


“Trabalhamos sem aditivos, respeitando o tempo dos alimentos e das pessoas. Queremos mostrar que é possível inovar e crescer sem perder o vínculo com a natureza”, explica Andrea. A capacitação oferecida pelo Sebrae tem sido essencial para fortalecer os processos de gestão, logística e expansão da marca.


Já no Baixo Amazonas, a empreendedora Neida Pereira, da comunidade de Coroca, em Santarém. Seu negócio – Trançados do Arapiuns – transforma palha de tucumã em peças artesanais que resgatam a cultura local e promovem a inclusão de mulheres da região. A iniciativa começou com 20 pessoas e hoje já envolve 200 artesãos. Através do apoio do Sebrae/PA, Neida conseguiu estruturar melhor a produção, aumentar as vendas e expandir sua atuação, conciliando geração de renda com preservação ambiental. “A capacitação nos ajudou a entender melhor o mercado e a valorizar ainda mais nossa arte. Hoje, conseguimos mostrar que o artesanato pode ser uma ferramenta de transformação social e ambiental”, afirma Neida.
 

Na área de tecnologia e economia criativa, Joana Cardozo tem promovido oficinas e treinamentos para pequenos empreendedores aprenderem a utilizar a inteligência artificial de forma estratégica. “Educar os empreendedores a usarem a Inteligência Artificial (IA) com informações reais do negócio é o primeiro passo para transformar dados em planejamento. A IA não substitui a criatividade, mas a potencializa.”


Outro exemplo é a Composta Belém, startup paraense que desenvolveu uma técnica própria de compostagem doméstica com foco na redução de resíduos orgânicos e na geração de renda. Formada por um time diverso, a empresa atua desde 2021 com gestão de resíduos, educação ambiental e eventos sustentáveis. A prática desenvolvida — empilhamento de baldes furados para produção de adubo e biofertilizante — é acessível, replicável e voltada para residências, escolas e pequenos negócios.


“Cada um que adere à compostagem adota uma atitude mais sustentável. É um ato simples, mas se for multiplicado terá um impacto enorme nas cidades e no planeta”, afirma Samantha Soares, CEO da startup. O adubo gerado pode ser comercializado com produtores locais, gerando renda e promovendo economia circular.


Conectando negócios

O Sebrae/PA tem desempenhado um papel central nesse ecossistema, conectando negócios locais por meio de capacitações, oficinas práticas e programas de aceleração que visam preparar os empreendedores para o novo contexto econômico trazido pela COP 30.


“Estamos diante de uma oportunidade histórica. A COP 30 é um evento internacional, mas também a oportunidade para mostrar ao mundo que o Pará tem soluções reais, humanas e sustentáveis e que a Amazônia é uma região que tem um papel fundamental nas discussões sobre clima”, afirma Rubens Magno, diretor superintendente do Sebrae no Pará. Com capacitação, inovação e foco em sustentabilidade, os empreendedores paraenses estão mostrando que o futuro verde já começou — e ele é feito por mãos locais, que transformam desafios em soluções de impacto global.

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