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A importância do reuso das garrafas de vidro para a diminuição do gasto com água

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Rodrigo Clemente | Fundador da BLZ Recicla 

Estamos na semana do dia mundial da água, 22 de março. Entre as várias ações que precisamos rever nos gastos dos bens primários para a produção de produtos, uma questão primordial é o nosso consumo desse bem vital e escasso. Principalmente a potável que corresponde a 1% de 70% de toda água que recobre o planeta terra. Somente no Brasil, segundo estudos do Ministério do meio ambiente, no ano de 2015, a indústria era responsável pelo consumo de 22% da água potável no país. 

A indústria, em seus diversos segmentos, utiliza a água em vários processos e na produção de diferentes tipos de produtos. No Brasil, um estudo da Agência Nacional de Águas (ANA) revela que os setores de fabricação de alimentos; bebidas; papel, celulose e produtos de papel; metalurgia; produtos químicos e biocombustíveis são responsáveis por 85% da retirada de água e por 90% do consumo do recurso pela indústria da transformação. 

Na manufatura do vidro, o gasto de água é de 0.6 litros para a produção de 1 kg de do componente. Um número até não expressivo diante de outros segmentos, mas que, ainda assim, representa um volume expressivo. 

Diante desse cenário, os fabricantes de bebidas podem colaborar para transformar essa realidade. A diminuição do gasto de água vem ao encontro de um problema da própria área: a necessidade de produção de mais embalagens de vidro. 

Em 2020 vivemos uma inegável crise no setor de bebidas, especialmente de cervejas. De acordo com a Associação Nacional das Indústrias de Vidro (Abividro) esse mercado foi o setor que mais sofreu com o desabastecimento de vidros. Isso porque as empresas diminuíram as compras nos primeiros meses da pandemia e, no fim de 2021, contrataram a mesma capacidade do pré-pandemia para suprir as demandas. Posso afirmar que o cenário seguiu assim em 2021 e a expectativa é que siga igual pelos próximos anos. 

A necessidade de produção de mais embalagens e o discurso de que possuímos poucas fábricas não se sustentam. Produzir mais não é solução. O vidro demora mais de 1 milhão de anos para se decompor na natureza, segundo dados da Fiocruz. Por isso precisamos adotar rapidamente o hábito da reutilização dos recipientes. Assim, três ações importantes poderão ser feitas em favor do meio

ambiente: a redução do consumo da água, a diminuição de vidros e a atenuação da emissão de gás carbônico. 

Para as empresas que estão preocupadas a pirataria dos produtos no uso de garrafas retornáveis, é possível pensar em soluções simples como o tagueamento ou a simples enumeração das unidades. 

Dessa forma, o setor de bebidas ajudará ao meio ambiente, diminuirá os custos de produção e não afetará de forma alguma as suas vendas. Já as empresas de vidro podem apostar nos processos de reuso do material. 

Esse pensamento já está incorporado nas ações do empresariado em países como a Alemanha. É preciso ressaltar que já possuímos algumas iniciativas no Brasil, mas estas precisam ser abraçadas com mais ênfase pelos gestores em geral. Então, por que não, Brasil? 

SOBRE O AUTOR

Rodrigo Clemente é empreendedor e fundador da JVMC, dona da BLZ Recicla, uma empresa que atua em todo o ciclo de recuperação do vidro, desde o recolhimento do material junto à comunidade de catadores até a entrega de material para reuso ou reciclagem. Surgiu em 2019 para colaborar com o desenvolvimento da sociedade em que está inserida e para deixar uma contribuição positiva no progresso da humanidade. Rodrigo é um profissional de negócios inconformado e incansável na busca de soluções para problemas de mercado. Atualmente, ele está à frente de todas empresas que fazem parte do grupo JVMC Participações.

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