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Selvagem anuncia série de eventos para resgatar a memória cultura originária

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Lúcia Chayb Diretora eco21.eco.br @eco21_oficial @luciachayb luciachayb@gmail.comPor trinta anos foi a jornalista responsável pela revista ECO21 (1990/2020)

Reconhecer práticas coletivas que fortaleçam comunidades e narrativas de acordamento ancestrais; celebrar com o corpo coletivo a volta do Idja e lembrar, por meio do Vento e de Abelhas nativas, que tudo é Escola; navegar conjuntamente em uma Residência Artística Indígena e pelas águas míticas que nos cercam. 

A Selvagem propõe aprendizagens a partir do entrelaçamento de perspectivas indígenas, científicas, artísticas e de outras espécies, com o desejo de inspirar escolhas mais colaborativas e menos centradas na lógica da monocultura.

Lançamos esta Carta Selvagem como um convite a pensar e sentir outros modos de bem viver. Aqui reunimos as principais novidades e chamamentos para que possamos seguir juntes, em movimento coletivo, nesse percurso Selvagem. Vem com a gente?

REUNIÃO ABERTA DE APRENDIZAGENS
24.09, ÀS 19H

Na próxima quarta-feira, dia 24 de setembro, será realizada a 7a reunião do ano de Aprendizagens com Francy Baniwa, coordenadora da Escola Viva Baniwa, Madzerokai, com o tema Memória de nossos avós: narrativas vivas e práticas Baniwa de despertamento e manutenção da cultura

Como folhas que dançam ao vento da sabedoria, nos reuniremos para refletir sobre a força das palavras que não se escrevem, mas se sentem – os ensinamentos dos mais velhos, que atravessam gerações como rios de conhecimento. 

Com participação de Anna Dantes e Cristine Takuá e  mediação de Veronica Pinheiro.

Participe da reunião online aqui.

DIÁRIO DE APRENDIZAGENS

No dia seguinte à reunião, em 25 de setembro, publicaremos dois novos textos no Diário de Aprendizagens: Veronica Pinheiro fala sobre “A volta do Idja”, uma atividade de corpo inteiro realizada com crianças para construir um painel em tecido e com terra retirada do quintal da Escola Municipal Professor Escragnolle Dória em celebração à volta da onça-pintada para as matas do Rio de Janeiro. Já Cristine Takuá conta sobre “Tudo é Escola”. Entre o sopro do Vento, as Abelhas nativas e a Tartaruga.

Você sabia? Os Diários de Aprendizagens em nosso site sempre são publicados também com tradução em inglês. Você pode conferir Ways of Knowing Diaries

O trabalho é conduzido pelo Grupo Traduções, que esse mês comemora 210 traduções de cadernos publicadas no site. Viva!

NOVOS RECADOS SELVAGEM

“É você suar para plantar uma roça, é você suar para fazer uma farinha, é você entender que é importante cuidar da roça para que possa ter essa relação do cuidado… As narrativas, elas sempre estão vivas.” 

Francy Baniwa, quinto Recado Selvagem

“Morar e plantar na favela é o que faz a gente continuar sonhando”

Ana Santos, quarto Recado Selvagem

Nesse ano a comunidade de Assunção do Içana, no Rio Negro, celebrou a inauguração simbólica da Escola Viva Baniwa, Madzerokai, coordenada por Francy Baniwa ao lado de Francisco Baniwa. Na ocasião, Cristine Takuá, coordenadora do movimento das Escolas Vivas, foi recebida no território para o encontro de onde nasceu o quinto Recado Selvagem Práticas coletivas das Escolas Vivas.

Na conversa, que será publicada na próxima quarta-feira, logo antes do encontro de Aprendizagens, Francy dialoga com Cris, partilhando aprendizados e apontamentos. Entre eles, a lembrança dos Baniwa sobre o lugar da prática e da construção do círculo familiar para o fortalecimento cultural. Também emerge a reflexão sobre como o movimento das Escolas Vivas vem tecendo pontes, animando as almas e nos lembrando que o coletivo existe. 

A força do fazer em rede e de valorização da terra também esteve presente no quarto Recado Selvagem e no caderno: Precisamos dar conta e estar sempre pronta. Na fala, Ana Santos, cofundadora do Centro de Integração da Serra da Misericórdia (CEM), no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro, compartilha sobre sua luta por autonomia alimentar na busca pelo bem viver na favela. 

Saiba mais na página Recado em nosso site.

BEIRA D’ÁGUA E ÁGUAMÃE 

No início do mês, na BiblioMaison, no Rio de Janeiro, nos reunimos em BEIRA D’ÁGUA. O encontro aberto ao público abriu uma travessia Selvagem pela Baía de Guanabara juntou vozes que percorrem essas águas em muitas camadas, entrelaçando elementos históricos, culturais e socioambientais.  

A conversa deságua em ÁGUAMÃE, evento Selvagem flutuante que acontecerá em 25 de outubro, um encontro organizado pela Associação Selvagem, em parceria com o Museu do Amanhã, que faz parte da programação oficial da Temporada França-Brasil 2025.

Numa viagem contínua, saindo da Praça XV, de quatro horas em uma barca enfeitada com bandeiras, bandeirolas e flores, vamos nos reunir para um dia de conversa e cantos a partir das muitas perspectivas sobre essa região, desde a mitologia dos povos do Alto Rio Negro até as narrativas científicas e a história contemporânea, com um público estimado de 200 pessoas, entre convidados e participantes que poderão se inscrever de forma gratuita. 

Em breve, compartilharemos mais informações e as datas para o convite.

RESIDÊNCIA ARTÍSTICA INDÍGENA

Em outubro de 2025 estamos articulando a Residência Artística Indígena Casa Escola Viva no Museu de Arte Moderna (MAM-Rio) que convida 10 artistas, 2 de cada uma das Escolas Vivas, e seus coordenadores a criarem, refletirem e conversarem sobre seus fazeres artísticos coletivos. Teremos uma programação aberta ao público e em breve anunciaremos mais detalhes.

ESCOLAS VIVAS

Aqui estão algumas das atividades realizadas pelas Escolas Vivas em seus territórios nos últimos meses. Para saber mais, acesse a página em nosso site.

Madzerokai – Casa dos Conhecimentos Ancestrais, Escola Viva Baniwa – a Madzerokai segue crescendo e fortalecendo sua atuação na região de Assunção do Rio Içana, no Alto Rio Negro. A Escola Viva tem realizado aulas e práticas regulares com mestres e mestras da comunidade, transmitindo aos mais jovens saberes sobre roçado, construção, plantio, música, confecção de instrumentos e muito mais, no processo de construção de sua nova sede – além de colaborar com as escolas tradicionais e institutos da região, através de encontros sobre educação e intercâmbios. 

Ponto de Cultura Arandu Porã, Escola Viva Guarani – no mês de julho, a passagem de um ciclone no litoral de São Paulo causou muitos danos à Aldeia do Rio Silveira, arrancando telhados e danificando construções, como a casa de reza da Escola Viva Guarani. Muitos esforços foram dedicados a fazer esses reparos, mas o Ponto de Cultura não deixou de realizar suas atividades, oferecendo oficinas de cestarias, cerâmicas e música aos jovens da comunidade; além de um intercâmbio cultural com a Aldeia Multiétnica em Alto Paraíso, Goiás.

Centro de Medicina Indígena Bahserikowi, dos povos Tukano, Tuyuka e Dessano – o Centro segue atendendo a população de Manaus e visitantes que buscam os cuidados em saúde dos especialistas kumuã, além da criação de pinturas e artes ligadas à tradição dos povos do Rio Negro. Nos últimos meses, o Bahserikowi também realizou diversos intercâmbios e palestras, como o evento “Diálogos Fundo Brasil”, em parceria com a ONU; e recebeu visitas de estudantes, universitários e trabalhadores da saúde.

Aldeia Escola Floresta, Escola Viva Maxakali – a comunidade continua se dedicando diariamente ao manejo agrícola e ecológico, e os frutos desse trabalho já vêm sendo colhidos, fortalecendo a alimentação e a saúde dos Maxakali. A Escola Viva também trabalha com a educação dos jovens e o fortalecimento de sua cultura tradicional através de oficinas e rituais, além de intercâmbios com outros territórios e povos.

Shubu Hiwea, Escola Viva do povo Huni Kuin – cuidados com o parque de plantas medicinais, reformas nas construções e aulas regulares na comunidade com as lideranças Dua Busë e Netë, compartilhando saberes tradicionais e medicinais com os jovens. Dua Busë é um pajé muito respeitado na região do Jordão, e frequentemente é chamado para atender pacientes e fazer curas em aldeias vizinhas.

Escolas Vivas Baniwa, Maxakali, Huni Kuin, Guarani e Tukano-Dessano-Tuyuka 
(em sentido horário, iniciando pelo canto superior esquerdo)

Tudo que Selvagem cria é para ser compartilhado gratuitamente. A quem deseja retribuir, convidamos a apoiar financeiramente as Escolas Vivas. Saiba mais aqui:

www.selvagemciclo.org.br/apoie/

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