Márcia Régis | Redação Eco21
Nos últimos anos, devido ao crescimento da atividade de garimpo, principalmente no interior da Terra Indígena Yanomami, a suspeita da contaminação por mercúrio em peixes capturados nos rios formadores da bacia do Rio Branco, em Roraima, tem aumentado muito e gerado uma série de preocupações com a saúde da população local.
A pesquisa foi realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto Socioambiental (ISA), Instituto Evandro Chagas e Universidade Federal de Roraima (UFRR).
Os pescados coletados em três de quatro pontos na Bacia do Rio Branco apresentaram concentrações de mercúrio maiores ou iguais ao limite estabelecido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O trabalho foi elaborado com o objetivo de avaliar o risco atribuído ao consumo de pescado contaminado por mercúrio, proveniente da bacia do rio Branco, às populações residentes em áreas urbanas e não-urbanas de Roraima.
De acordo com o estudo, para algumas espécies de peixes carnívoros, como o filhote, a contaminação já é tão alta que praticamente não existe mais nível seguro para o seu consumo, independente da quantidade ingerida.
No Rio Mucajaí, na Terra Indígena Yanomami, 53% das amostras de peixes coletadas mostraram contaminação pelo mercúrio.
Foram estimados os riscos à saúde decorrentes do consumo de pescado contaminado por mercúrio para mulheres em idade fértil (10 a 49 anos), homens adultos (maiores de 18 anos), crianças de 5 a 12 anos e de 2 a 4 anos.
O consumo continua sendo possível para espécies como o matrinxã, aracu, jaraqui, pacu, jandiá e outras.
Entretanto, para crianças e mulheres em idade fértil, estas espécies devem ser consumidas com moderação, para evitar riscos à saúde.
Para ler a avaliação completa do estudo, acesse o Instituto SocioAmbiental