O dado é referente às 192 organizações participantes do Programa Brasileiro GHG Protocol, que tem como objetivo estimular a cultura corporativa para a elaboração e publicação de inventários de emissões de gases do efeito estufa (GEE) no Brasil
O Centro de Estudos em Sustentabilidade (FGVces) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV/EAESP) revela, no levantamento do Programa Brasileiro GHG Protocol, que 57% das empresas tiveram impactos em seus perfis de emissões de gases de efeito estufa (GEE) em função da pandemia. Para esses respondentes, algumas atividades ou processos tiveram que ser alterados, em consequência dos protocolos de segurança relacionados à Covid-19, o que impactou na dinâmica ou perfil de emissões de GEE da organização.
Já 46% dos participantes alegaram que tiveram seu perfil de emissões alterado, em função de impactos econômicos decorrentes da pandemia. Por fim, 21% não tiveram mudanças. Quando foram questionados sobre quais foram as mudanças que surgiram na pandemia (que impactaram o perfil de emissões da empresa) e vieram para ficar, as respostas foram: reuniões, encontros e workshops no formato virtual; foco maior destinado ao e-commerce, atendimento online; e funcionários (parcialmente) em home office.
O Programa Brasileiro GHG Protocol auxilia as organizações no processo de realização do inventário das emissões de GEE, essa mensuração é o primeiro passo para que as empresas possam fazer a gestão das suas fontes de emissão. Por meio da análise do inventário, por exemplo, é possível verificar quais são os pontos críticos e potenciais de redução por meio de melhorias em eficiência de seus processos. Nesta edição, com recorde de participantes, as 192 empresas foram responsáveis por quase 20% de todas as emissões do País, desconsiderando emissões advindas do desmatamento.
Foi verificado que no setor de artes, cultura, esportes e recreação houve uma queda de 98% das emissões diretas da operação das empresas (escopo 1) e queda de 57% nas emissões indiretas relacionadas à aquisição de energia elétrica (escopo 2). Por outro lado, no setor de Saúde humana e serviços sociais houve um aumento de 85% nas emissões diretas e de 90% nas emissões de aquisição de energia elétrica.
Na pesquisa com as organizações participantes, foi ainda perguntado sobre os compromissos de mitigação de emissões de gases. 34% alegaram que assumiram compromissos de mitigação publicamente; enquanto 25% declararam que sim, assumiram compromissos de mitigação, mas apenas com comunicação interna; por fim, 35% responderam que não, mas pretende elaborar um plano no curto prazo.
A finalidade do questionário enviado para as empresas é identificar as motivações, os desafios ou ambições associadas ao monitoramento, relato, verificação e gestão das emissões de GEE das organizações inventariantes neste ano atípico de pandemia.
O Programa Brasileiro GHG Protocol
O Programa Brasileiro GHG Protocol tem como objetivo estimular a cultura corporativa para a elaboração e publicação de inventários de emissões de gases do efeito estufa (GEE) no Brasil, proporcionando aos participantes acesso a instrumentos e padrões de qualidade internacionais. Membros do Programa publicam anualmente suas emissões de GEE no Registro Público de Emissões, uma base de dados que contém milhares de inventários disponíveis ao público.
O Programa surgiu em 2008, adaptado para o contexto nacional pelo FGVces e pelo World Resources Institute (WRI) – em parceira com o Ministério do Meio Ambiente, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), a Embaixada Britânica no Brasil, o World Business Council for Sustainable Development (WBSCD) e 27 empresas fundadoras. Seu Registro Público de Emissões representa hoje a maior base de inventários corporativos publicamente disponíveis da América Latina.
A pesquisa completa está disponível no link: https://bit.ly/ResultadosGHG2021
São Paulo, setembro de 2021