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Prefeitos pedem ação conjunta com líderes globais, enquanto pesquisa mostra que brasileiros apoiam o protagonismo das cidades na crise climática

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  • 78 cidades de mais de 60 países se reunirão no Urban 20 Summit no Rio, às vésperas da cúpula do G20, para cobrar mais ambição climática dos países do bloco.
  • O prefeito Eduardo Paes, co-anfitrião do evento, promete exigir que as cidades “recebam o apoio financeiro necessário para continuar melhorando a vida de nossos moradores”
  • Nova pesquisa mostra que 94% dos brasileiros apoiam suas cidades em ações climáticas mais robustas, com 85% pedindo mais investimentos
  • Esta é uma semana crucial para a ação climática global, com a COP29 também em andamento em Baku, Azerbaijão

Mais de 70 prefeitos e líderes municipais de todo o mundo estarão reunidos no Rio de Janeiro nesta semana para o Urban 20 (U20) Summit, que ocorre anualmente.

O U20, coorganizado pelas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo e promovido pela C40 Cities e pela organização Cidades e Governos Locais Unidos (UCLG), acontecerá de 14 a 17 de novembro, imediatamente antes da Cúpula do G20, no Rio. Os municípios que fazem parte do U20 buscarão definir uma agenda global para uma medida ousada e centrada nas pessoas, com o objetivo de alcançar as metas climáticas globais.

A cúpula ocorre em um momento de grande incerteza política para o movimento climático, após a eleição de Donald Trump, tornando-se mais importante do que nunca colocar as vozes dos 4,4 bilhões de habitantes urbanos no centro da agenda do G20 e promover uma colaboração internacional mais forte e produtiva.

A emergência climática é uma ameaça existencial à humanidade que só pode ser enfrentada com o apoio e a liderança das cidades. Dois terços da população global viverão em áreas urbanas até 2050, enquanto as cidades consomem mais de 75% da energia mundial e geram 75% das emissões relacionadas.

Os líderes municipais pedirão aos países do G20 que reconheçam as cidades como aliadas fundamentais para garantir a inclusão social, combater a pobreza, promover a igualdade e, ao mesmo tempo, enfrentar as mudanças climáticas e as crescentes desigualdades causadas por seus impactos. Isso pode ser alcançado ampliando o financiamento público para ações climáticas urbanas, com foco especial em comunidades vulneráveis, em risco e de baixa renda, além de possibilitar que as cidades acessem crédito direto em condições mais acessíveis.

As cidades que fazem parte do U20 também abrirão caminho para uma cooperação mais estreita com os Estados nacionais em relação às mudanças climáticas, por meio de redes e parcerias como a Coalizão para Parcerias Multiníveis de Alta Ambição (CHAMP), ao estabelecerem seus Planos Climáticos Nacionais atualizados antes da COP30 em 2025, visando manter-se dentro dos limites de 1,5°C do Acordo de Paris. Os governos nacionais devem aproveitar o papel fundamental das cidades para promover uma transição justa, sendo o governo mais próximo das comunidades.

Um “Comunicado U20 ao G20”, assinado por prefeitos de todo o mundo, será publicado ao final da cúpula e recebido formalmente pelo Presidente do G20, demonstrando a poderosa união e determinação das cidades ao redor do globo em cooperar para resolver os desafios mundiais, tanto com palavras quanto com ações. Essa cooperação representa um farol de esperança em um mundo cada vez mais dividido por tensões geopolíticas crescentes.

Após sediar o G20, o Brasil se prepara para receber o mundo na COP30 em 2025, marcando dez anos do histórico Acordo de Paris, firmado na COP21. O país está na linha de frente da crise climática, e uma nova pesquisa realizada pela C40 Cities e ClearPath Strategies revela que a população brasileira apoia amplamente a implementação de medidas urgentes para combater as mudanças climáticas, com as cidades sendo vistas como protagonistas nesse esforço.

A preocupação com o agravamento da crise é compartilhada por 95% da população, enquanto 88% apoiam ações decisivas por parte de suas cidades, e 86% exigem mais investimentos. O levantamento, realizado com 800 adultos de diversas regiões do Brasil, revelou que as questões climáticas são tão relevantes quanto às questões econômicas.

Os entrevistados foram apresentados a uma série de ações climáticas que as cidades poderiam adotar, como áreas de ar limpo e infraestrutura verde,e todas essas medidas receberam mais de 80% de apoio. Embora o clima continue sendo uma prioridade nacional, os brasileiros esperam que as cidades apresentem soluções rápidas e centradas na comunidade, priorizando necessidades locais como mitigação de calor e melhoria da qualidade do ar.

O U20 Summit acontece em um momento crucial para a ação climática global, coincidindo com a COP29 em Baku, no Azerbaijão, onde os prefeitos da C40 continuarão a fazer suas vozes ser ouvidas, usando suas plataformas para impulsionar a colaboração global necessária para manter o planeta e as pessoas seguros.

“O Rio de Janeiro tem orgulho de receber nossos colegas prefeitos e líderes municipais para discussões fundamentais sobre o futuro do nosso planeta. As cidades já estão na linha de frente da emergência climática e possuem a agilidade e inovação necessárias para tomar ações climáticas ousadas e decisivas”, afirma Eduardo Paes, Prefeito do Rio de Janeiro. “O nosso objetivo em comum é garantir que esse trabalho seja reconhecido no cenário nacional e internacional e receba o apoio financeiro necessário para continuar melhorando a vida de nossos moradores”, finaliza.

Yvonne Aki-Sawyerr, Oficial da Ordem do Império Britânico, Prefeita de Freetown e Co-presidente da C40, afirma: “Como prefeitos de algumas das maiores cidades do mundo, pedimos aos líderes globais que se reúnem no G20 e na COP29 que reconheçam que enfrentar as crises climáticas e das desigualdades requer colaborar conosco para expandir as iniciativas de grande impacto que já estão acontecendo em nossas cidades.”

“As cidades são dinâmicas, inovadoras, ágeis e estão ativamente engajadas no combate às maiores ameaças que enfrentamos hoje no planeta. Sem nossa participação ativa com os líderes nacionais, atingir as metas climáticas nacionais será um grande desafio.”

“Com os governos nacionais prestes a apresentar seus Planos Nacionais de Clima atualizados antes da COP30 em 2025, é essencial que aproveitem iniciativas como o CHAMP para integrar as cidades no centro desses planos, avançando mais rápido, mais longe e de forma mais justa na ação climática”, finaliza a prefeita.

Antha Williams, líder do Programa de Meio Ambiente da Bloomberg Philanthropies, ressaltou: “Há mais de uma década, a Bloomberg Philanthropies apoia as cidades na luta contra as mudanças climáticas, começando com a Rio+20, onde Mike Bloomberg e o Prefeito Paes lideraram uma delegação de prefeitos para destacar a liderança climática das cidades.”

“Agora, enquanto nos reunimos no U20 Summit no Rio, estamos novamente ao lado dos prefeitos, que continuam a liderar a ação climática e a impulsionar a agenda global, com o objetivo de construir comunidades mais resilientes, inclusivas e saudáveis.”

Mark Watts, Diretor Executivo da C40 Cities, afirmou: “As cidades são os locais onde a ação climática acontece em grande escala e com rapidez. A maioria das cidades da C40 está reduzindo as emissões mais rapidamente do que seus respectivos governos nacionais, com 82% delas tendo feito o compromisso político de ir além.”

“No U20 Summit, os prefeitos irão pressionar seus líderes nacionais a apoiar medidas decisivas para garantir ar limpo, infraestrutura resiliente e empregos verdes, com o suporte financeiro necessário para sustentar essas ações.”

“Os resultados da eleição nos Estados Unidos trouxeram uma preocupação ampliada sobre o futuro da ação climática multilateral global. No entanto, a profundidade e a abrangência da colaboração entre prefeitos continuarão a impulsionar o avanço mais rápido nas reduções de emissões. À medida que os líderes nacionais se preparam para o G20 e a COP, as cidades devem estar no centro da formulação e implementação das políticas climáticas que impactam bilhões de vidas”, finaliza.

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