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 Acesso pleno das mulheres ao saneamento poderia movimentar R$ 13,5 bilhões na economia brasileira

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Lúcia Chayb Diretora eco21.eco.br @eco21_oficial @luciachayb luciachayb@gmail.comPor trinta anos foi a jornalista responsável pela revista ECO21 (1990/2020)

A partir da universalização do saneamento, 3 em cada 4 mulheres a deixarem a condição de pobreza seriam pardas ou negras

Uma infraestrutura precária de saneamento perpetua desigualdades em diversas esferas, desde as sociais até as de gênero. As desigualdades de gênero afetam as mulheres em todas as fases da vida, da infância à velhice. A falta de acesso à água tratada, coleta e tratamento de esgoto compromete a saúde, a educação, a atuação econômica e o bem-estar das mulheres, perpetuando um ciclo vicioso de desigualdade e pobreza.

A ausência de saneamento básico impacta as mulheres de diversas maneiras. Estudantes perdem horas preciosas de aprendizado, trabalhadoras têm sua produtividade prejudicada, e as mulheres que se dedicam ao cuidado de familiares doentes acabam sobrecarregadas, seja cuidando dos parentes enfermos ou com sua própria saúde comprometida, sem ter tempo para descanso, lazer ou atividades pessoais. Esses cenários impedem que as mulheres busquem oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional, limitando seu potencial e reforçando a desigualdade de gênero.

Um estudo do Trata Brasil revela que a universalização do saneamento teria um impacto significativo na remuneração média das mulheres brasileiras, elevando-a de R$ 1.984,74 para R$ 2.105,08 por mês (valores a preços de 2019). Esse aumento representa um acréscimo de renda de R$ 1.444,128 ao longo de um ano por trabalhadora, ou R$ 550,58 por brasileira, impulsionado pelos ganhos de produtividade decorrentes da redução do afastamento por doenças relacionadas à falta de saneamento.

Ao multiplicar esse impacto pelo número de mulheres no país, os ganhos de renda das brasileiras alcançariam R$ 13,584 bilhões por ano, um valor significativo para a economia nacional. Quase metade desse montante se concentraria nas regiões Norte e Nordeste, onde o acesso ao saneamento básico é mais precário.

Sendo assim, a universalização do saneamento básico teria um impacto transformador na vida de milhões de mulheres, tirando 18,4 milhões da condição de pobreza. O número de mulheres vivendo abaixo da linha da pobreza cairia de 21,7 milhões para apenas 3,4 milhões. Além disso, 3 em cada 4 mulheres a deixarem a condição de pobreza seriam pardas ou negras.

Os dados também revelam que 9 milhões de mulheres, ou 49% do total, com idade de até 19 anos, sairiam da condição de pobreza, o que significa a construção de um futuro mais digno para as próximas gerações.

Além da redução da pobreza, a universalização do saneamento traria benefícios significativos para as gerações de jovens brasileiras, como a redução do atraso escolar e a melhora no desempenho nos estudos. Esses avanços teriam um impacto positivo na produtividade das jovens, elevando ainda mais o potencial de renda das mulheres brasileiras no futuro.

Portanto, o saneamento básico é um pilar fundamental em todas as esferas da sociedade, impulsionando a economia, a saúde, a qualidade de vida e a igualdade de gênero. Ao garantir o acesso universal à água potável, coleta e tratamento de esgoto, estamos construindo um país mais justo, próspero e igualitário.

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