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Pré-COP 30: mobilização para conferência entra na reta final com foco no financiamento e dúvidas sobre NDCs 

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Lúcia Chayb Diretora eco21.eco.br @eco21_oficial @luciachayb luciachayb@gmail.comPor trinta anos foi a jornalista responsável pela revista ECO21 (1990/2020)

Evento que antecede a COP 30 reúne em Brasília negociadores nacionais e internacionais para facilitar consensos sobre temas-chave e iniciar discussões.

Por Lucas Guaraldo
 

A exatos 30 dias para o início da COP 30, a presidência da Conferência do Clima deu início à pré-COP, uma série de reuniões realizadas em preparação para o evento climático, com o objetivo de antecipar consensos e debates que serão centrais em Belém. Cerca de 65 delegações participam do evento, que deve dar o pontapé inicial nas discussões sobre temas-chave da COP 30, como o financiamento climático, a adaptação às mudanças do clima e a redução de emissões.
 

A abertura da reunião foi marcada por uma coletiva de imprensa organizada pelo Ministério das Relações Exteriores e contou com a participação de Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima; do embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP 30; do embaixador Maurício Lyrio, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente; e de Ana Toni, diretora-executiva da COP 30.
 

“Temos feito um intenso trabalho de diplomacia para que possamos chegar à COP 30 com alguns compromissos estabelecidos e alcançar os resultados que o planeta precisa. Vamos cumprir o nosso objetivo de fazer desta a COP da Verdade, a COP da Implementação e a COP que vai evitar os pontos de não retorno”, destacou a ministra Marina Silva.
 

O que podemos esperar da COP 30
 

A COP 30, que será realizada em Belém de 10 a 21 de novembro, terá a responsabilidade de discutir ao menos 140 decisões fundamentais para o enfrentamento das mudanças climáticas em todo o planeta. Entre os temas centrais da Conferência estão o financiamento público e privado de ações de conservação e proteção florestal e a apresentação das NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas), compromissos de cada país para a redução das emissões de gases de efeito estufa e adaptação às mudanças do clima.

Por ocorrer dez anos após a assinatura do Acordo de Paris, a COP de Belém também será determinante para uma nova fase de enfrentamento da crise climática, momento em que os países signatários deverão renovar suas NDCs e avaliar os avanços alcançados na última década. Em sua trigésima edição, a Conferência das Partes da UNFCCC tem até agora 162 delegações confirmadas.
 

“A gente não pode subestimar a força desse período de mobilização antes da COP 30. Realizamos uma série de consultas a diversos setores da população em todos os continentes para incluir nas discussões a maior quantidade possível de pontos de vista. Temos também o Ciclo dos Povos, que tem promovido um número imenso de reuniões para trazer os povos indígenas para o debate. Fazemos isso para pensarmos nas estruturas de governança que vamos precisar para o futuro”, celebrou o embaixador André Corrêa do Lago.

Como agendas estratégicas para o Brasil, ganham destaque as áreas de adaptação climática e transição justa, proteção de áreas de vegetação nativa, impactos sociais das mudanças do clima, energia renovável e soluções de baixo carbono, além do Global Stocktake — balanço realizado pela ONU para acompanhar o cumprimento das metas do Acordo de Paris.

Também figuram entre os pontos relevantes as estratégias para o financiamento climático global, como o TFFF (Fundo Florestas Tropicais para Sempre), proposta brasileira de fundo com capital público e privado que ira remunerar países que protejam e ampliem suas florestas tropicais. Durante a Semana do Clima de Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o compromisso de destinar US$ 1 bilhão à iniciativa.
 

Metas climáticas
 

Até o momento, 62 países, entre eles o Brasil, já entregaram suas novas NDCs às Nações Unidas, e outros 63 se comprometeram a apresentar suas metas e estratégias atualizadas até a COP 30. Os Estados Unidos, que se retiraram do Acordo de Paris há 11 meses e não devem lançar novas NDCs, ainda mantêm as metas apresentadas pelo governo Joe Biden, mas não planejam ampliar suas ambições.

“Infelizmente, tivemos uma entrega de NDCs muito acanhada até o prazo de fevereiro e continuamos com ausências importantes entre os principais polos de emissões. A temperatura global projetada apenas com o que está proposto nas NDCs apresentadas não é das mais tranquilizadoras. Esse é um dos grandes desafios da COP: enfrentar a questão das mudanças climáticas de forma efetiva e com urgência”, alertou o embaixador Maurício Lyrio.

A NDC brasileira, entregue em novembro de 2024, durante a COP 29, em Baku, no Azerbaijão, estabelece o compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em até 67% até 2035 e atingir a neutralidade climática — ponto em que as emissões e remoções de gases atingem o equilíbrio – até 2050.

Além dos Estados Unidos, outros importantes emissores também não publicaram suas novas NDCs. A União Europeia perdeu os prazos de fevereiro e setembro para a entrega de suas metas, mas se comprometeu a divulgar seu posicionamento ainda durante a COP 30. Já a Índia, terceiro maior emissor do planeta, também não apresentou sua contribuição atualizada.

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