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Manifesto por Direitos Climáticos: Conhecer para Defender

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Lúcia Chayb Diretora eco21.eco.br @eco21_oficial @luciachayb luciachayb@gmail.comPor trinta anos foi a jornalista responsável pela revista ECO21 (1990/2020)

Por Cartas de Direitos Climáticos

justiça climática que defendemos e acreditamos está fundamentada nos princípios da interseccionalidade, interculturalidade, ancestralidade e diálogo com a população, tendo em vista a implementação de uma cultura baseada no bem-viver, no reconhecimento, cuidado e união entre os povos.

Quilombos, aldeias, periferias, vilas, favelas e comunidades tradicionais, em toda a sua diversidade, são territórios coletivos de resistência, cuidado e construção de futuro. Encontramos nossa força na união, no esperançar, na dor compartilhada e no inconformismo diante das injustiças. Nossos territórios são a base da luta por justiça climática. Ocupamos nossos lugares de fala com responsabilidade herdada das antigas gerações e compromisso com as que virão. É a partir desses espaços que cultivamos a escuta ativa, o respeito à diversidade cultural e territorial e a defesa inegociável dos biomas, sempre com uma perspectiva anticolonial. Somos potência, ciência ancestral e rede viva que mobiliza, participa e amplia vozes pelo bem-viver e por uma ação climática verdadeiramente justa.

Paralelamente, vivenciamos ausências históricas na garantia de direitos constitucionais e universais. Falta acesso à água tratada, educação, saúde, emprego e renda, regularização fundiária, mobilidade, entre outros — em especial o direito aos territórios, à água e à preservação da cultura. Estes são alguns dos elementos do racismo ambiental que dilacera autoestimas, mina o senso de pertencimento aos territórios e dificulta a preservação dos mesmos. Essa falta culmina na violação do direito dos grupos vulnerabilizados de permanência digna em suas comunidades.

A crise climática intensifica essas dificuldades, impedindo o acesso pleno aos direitos já conquistados. E, ao mesmo tempo, essas populações precisam da efetivação de seus direitos para que possamos pensar uma realidade climática justa.

Seguimos resilientes, lutando por dignidade, ancestralidade e vida. O letramento racial é um fator que garante o direito de permanecer e continuar a cultura, que é o que nos mantém vivos. O reconhecimento da nossa sabedoria ancestral como ciência é essencial para eliminar o epistemicídio que fomos submetidos ao longo dos últimos séculos.

A partir disso, nós, integrantes das Cartas de Direitos Climáticos, reivindicamos fundos de investimento que reconheçam, defendam e priorizem o auxílio aos territórios vulnerabilizados pelos impactos das mudanças climáticas e do racismo ambiental, visando à promoção de políticas que garantam direitos básicos para a proteção, adaptação e mitigação em nossos territórios.

Falar de crise climática sem garantia de direitos é perpetuar uma lógica de aniquilação. Não há luta pelo clima sem acesso ao básico.

Garantia de direitos é justiça climática!

Convidamos organizações, coletivos e movimentos a se unirem a essa mobilização coletiva.

Junte-se a nós e faça parte dessa mobilização!

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