Especialistas alertam mudança no regime de chuvas e apontam geotecnologia como medida protetiva
Na última terça (16), a Raízen, empresa referência global e bionenergia, promoveu a 5ª edição do webinar de prevenção e combate a incêndios em canaviais, com o tema “Como a tecnologia pode apoiar na prevenção de incêndios”. O evento faz parte do alendário da tradicional Campanha Anual de Combate a Incêndios – “Quem ama a terra, não chama o fogo” e eu reuniu especialistas que destacaram a necessidade da adaptação climática, do uso da geotecnologia e o engajamento dos produtores de cana.
Entre os presentes estiveram o engenheiro agrônomo Guilherme Lui Paula Bueno, da Associação dos Fornecedores de Cana de Araraquara (Canasol); a meteorologista da Climatempo, Dayane Figueiredo; e os profissionais da Raízen Hamilton Jordão, gerente de geotecnologia e inovações agrícolas; Fabio Melo, gerente de operações agrícolas; e Isadora Montebello, coordenadora de sustentabilidade. O jornalista Rafael Lisbôa atuou como moderador.
O objetivo, como nos anos anteriores, é chamar a sociedade para o debate e apresentar ações da empresa que reforçam seu compromisso com a preservação do meio ambiente, vidas e patrimônios. Na ocasião, a Raízen revelou que está investindo, na safra 24’25, R$ 164 milhões em veículos especiais, equipamentos, capacitação e campanhas para prevenção e combate a incêndios em canaviais.
Adaptação climática
A meteorologista da Climatempo, Dayane Figueiredo, apresentou dados que levantam um grande alerta: mesmo se cessassem as emissões de gases de efeito estufa no mundo, não conseguiríamos retornar à situação climática do início do século XX. “Não se trata mais de mudança e sim adaptação climática”, explica ela.
Agora, ela recomenda que os produtores e empresários do agronegócio invistam em tecnologias que possibilitem identificar rapidamente pontos de com condições de propagação de fogo e, assim, possam atuar rapidamente para extinguir ou impedir o início de incêndios.
Uso da geotecnologia
Um ponto muito reforçado pelos especialistas sobre o assunto é a importância do uso da geotecnologia, que é o conjunto de tecnologias voltadas para coleta, processamento, analisa e fornecimento de dados espaciais, para planejar a prevenção de incêndios em canaviais.
Nesse sentido, a Raízen utiliza imagens de satélites para planejar a prevenção de incêndios em cada canavial, omo o Helios que gera informações sobre a proximidade dos locais com potencial para incêndio com núcleos urbanos e rodovias, sendo um modelo de predição baseado em 26 diferentes dados climáticos.
Assim, os caminhões pipas chegam com antecedência nas ocorrências.
O cruzamento das informações geradas permite o posicionamento de frotas de combate a incêndios em locais estratégicos para acesso, reduzindo o tempo de chegada para extinção do fogo na eventualidade de início de incêndio.
Hamilton Jordão, que gerencia a área de geotecnologia e inovações agrícolas da Raízen, enumerou os múltiplos recursos tecnológicos usados na empresa, como caminhões pipa automatizados, veículos de intervenção rápida, monitoramento por satélite e câmeras, central de incêndios, ‘fire tower’ e até acionamento de brigada aérea.
Na opinião do gerente, não há uma ferramenta que se destaca. A sua vivência mostra que todas as tecnologias usadas são complementares e altamente recomendadas na luta contra o fogo e suas consequências.
Engajamento dos produtores
Já o engenheiro agrônomo Guilherme Lui Paula Bueno, da Canasol, falou sobre o envolvimento e as ações concretas do importante elo da cadeia bio sucroenergética, o produtor de cana-de-açúcar. Conforme relatou que, mesmo nas propriedades com gestão familiar, há consciência plena dos malefícios do fogo e as gerações se ajudam mutuamente no uso das tecnologias mais avançadas.
Assista ao webinar na íntegra: