A COP30 terminou com uma das vitórias mais importantes da década para os Povos Indígenas e para o clima 14 territórios foram reconhecidos e demarcados pelo governo brasileiro, assegurando a proteção de mais de 2 milhões de hectares de florestas na Amazônia — uma área equivalente ao estado de Sergipe
por Rudá Capriles
Esse avanço histórico não surgiu apenas das negociações formais da conferência.
Ele nasceu da força das ruas, das aldeias, das redes sociais e do empenho de milhões de pessoas que se mobilizaram para exigir justiça e reconhecimento.
A pressão popular que abriu portas
Antes da COP30, mobilizações em Brasília levaram artistas, lideranças indígenas e cidadãos comuns a exigir a assinatura do presidente Lula.
Um gesto simbólico — um documento gigantesco acompanhado de uma caneta igualmente monumental — mostrou ao Brasil que o ato de demarcar era simples, urgente e totalmente possível.
No centro dessa grande onda de participação, a Avaaz teve um papel crucial ao organizar uma petição que ultrapassou 1 milhão de assinaturas.
Foi uma demonstração impressionante da capacidade de mobilização coletiva: pessoas de todos os cantos do país e do mundo decidiram apoiar os povos originários com algo simples, mas poderoso — seus nomes.
Essas assinaturas foram levadas diretamente ao gabinete presidencial, reforçando a mensagem de que a sociedade acompanhava, cobrava e apoiava o avanço da demarcação.
É difícil ignorar uma demanda que reúne tanta gente.

Esse elemento reforça a mensagem: a demarcação depende apenas de uma assinatura.
14 territórios reconhecidos: uma vitória cultural, climática e civilizatória
A demarcação desses territórios garante muito mais do que proteção ambiental.
Ela assegura a continuidade de culturas ancestrais, preserva modos de vida únicos e fortalece a presença de povos que há séculos cuidam daquilo que hoje chamamos de patrimônio climático.
Está provado: terras indígenas demarcadas são as áreas mais preservadas da Amazônia.
Onde há proteção territorial, há floresta viva, rios íntegros, biodiversidade e equilíbrio climático.
A força da sociedade civil ecoou na COP30
Durante toda a conferência, protestos, marchas, discursos e campanhas digitais ampliaram a pressão sobre o governo.
Os principais veículos de comunicação nacionais e internacionais reconheceram.
A demarcação foi uma resposta direta à mobilização da sociedade, com destaque para iniciativas que levaram à coleta de milhões de apoios públicos.
A petição impulsionada pela Avaaz, somada a outras ações e manifestações, transformou um pedido antigo em um imperativo político.
Quando muita gente fala junto, a democracia escuta.

Celebrar é preciso — e continuar também
A demarcação dos 14 territórios é um triunfo imenso, mas ainda é apenas parte de um processo maior.
Hoje, porém, é dia de reconhecer quem lutou:
Os povos indígenas, que resistem há séculos.
As organizações e movimentos, que amplificam suas vozes.
As pessoas que assinaram, compartilharam, marcharam e pressionaram, incluindo o impacto da petição organizada pela Avaaz, que reuniu mais de um milhão de apoiadores.
Foi uma vitória da união.
E quando a sociedade se une, a história realmente muda.



