Márcia Régis | Redação Eco21 |
O Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros, Indígenas e Africanos da UFRGS –
NEAB, em parceria com o Coletivo Encontro de Saberes, promovem um projeto
que aposta no audiovisual, entre outras ferramentas, para difundir
conhecimento sobre o significado dos grafismos indígenas aplicados a peças
de artesanato ou tatuagens.
A etnia sendo trabalhada pelo projeto é a Mbyá-guarani.
A missão do projeto acadêmico é fortalecer os próprios coletivos indígenas e
suas lideranças para quer possam ocupar todos os espaços, falando sobre si e
sua cultura.
Espera-se que a estratégia deixe para trás a visão equivocada e estereotipada
sobre as populações indígenas.
“Nós nos juntamos a essa luta e apostamos na educação decolonial e nas
ações culturais, capazes de acolher a pluralidade de culturas e saberes e que
visibilizem a riqueza dessas culturas e sua importância para nossa própria
existência. Acreditamos que a melhor forma para concretizar essas
aprendizagens seja estar aberto para escutá-los falar de si mesmos”, informa a
UFRGS.
Um resultado interessante do projeto é a série de três vídeos disponibilizados
gratuitamente no Youtube. As obras audiovisuais abordam vários aspectos Arte
Guarani Mbya, reunidos no selo intitulado “Mbya e Mbyá rempiapo (artesanato
Mbyá-guarani): um olhar sobre o artesanato Mbyá Guarani”, realizado com
financiamento de edital da Lei Aldir Blanc.
Os vídeos dialogam sobre os significados de “artesanato” – designação não-
indígena para uma produção que expressa uma visão de mundo sensivelmente
ligada à espiritualidade, seu entendimento como “Arte” e a importância da
divulgação desses saberes.