Este Relatório Especial é o décimo terceiro de uma série elaborada pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) sobre a evolução e os efeitos da pandemia COVID-19 na América Latina e no Caribe.
As assimetrias globais condicionam políticas de recuperação na América Latina e no Caribe. Quase 30 anos após a Cúpula da Terra e a adoção global de uma agenda de desenvolvimento internacional, o pilar ambiental da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável está, em termos práticos, fora da consideração das políticas de recuperação na região. Isso criou problemas significativos na orientação de médio e longo prazo das economias regionais.
Tomadas em conjunto, as medidas de recuperação, focadas na manutenção ou compensação do consumo, enfraqueceram os serviços públicos com excessão da saúde, da vigilância territorial e as funções de monitoramento social e governa0mental. As transferências para reforçar o consumo reforçam um padrão de desenvolvimento insustentável e as medidas de recuperação prolongam a ancoragem em um estilo de alta vulnerabilidade aos impactos ambientais e com igual ou maior dependência de combustíveis fósseis. A América Latina está perdendo a oportunidade de utilizar o esforço de recuperação para melhorar os padrões de produção e consumo, bem como a qualidade e a cobertura dos serviços públicos, que tem sido destacada pela pandemia da doença coronavírus (COVID-19).