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Futuro no centro: Pavilhão do Balanço Ético Global abre espaço para crianças e adolescentes refletirem sobre ética e futuro climático na COP30

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Lúcia Chayb Diretora eco21.eco.br @eco21_oficial @luciachayb luciachayb@gmail.comPor trinta anos foi a jornalista responsável pela revista ECO21 (1990/2020)

Encontro reuniu cerca de 40 jovens e reforçou que a ética climática se inicia ao ouvir as novas gerações e reconhecer sua contribuição para a construção de um futuro mais sustentável

“Para que a gente preserve o futuro, nós, crianças, adolescentes, precisamos sonhar com ele e também ensinar os adultos e as lideranças a sonharem juntos, para que possamos construir soluções e alcançar um mundo mais justo.” A declaração de João Victor da Costa da Silva, ativista climático de 16 anos, resume o sentido do evento “Vozes do Futuro para o Presente: um compromisso ético”, realizado na última segunda-feira (17/11), no Pavilhão do Balanço Ético Global (BEG), na Zona Azul da COP30, em Belém (PA).

O encontro reuniu cerca de 40 crianças e adolescentes e destacou que a ética climática começa pela escuta das novas gerações e pelo reconhecimento de seu papel na construção de um futuro sustentável. A atividade também dialoga com o Dia Temático das Crianças e da Juventude, junto com Pequenos e Médios Empreendedores, que integra o calendário oficial da COP30 e pretende, até esta terça-feira (18/11), apresentar soluções inclusivas e realistas conectadas ao cotidiano dos territórios.

“A gente tem que manter o cheiro de terra depois da chuva, porque eu sinto que a floresta está viva quando a gente sente esse cheiro”, afirmou Juca, de 14 anos. “Eu quero proteger a floresta. E por quê? Porque ela traz o ar puro que a gente precisa para respirar”, completou Gabriel, de 10 anos.

Participaram do encontro com as crianças no Pavilhão do BEG a coordenadora-geral de Cidadania do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Isis Akemi; a oficial de Mudanças Climáticas do Unicef, Mariana Buoro; o diretor executivo do projeto Plant-for-the-Planet, Luciano Frontelle; e a analista de Natureza do Instituto Alana, Capitu Maciel.

“Que essa COP tenha realmente as crianças em espaços não só de escuta, mas também de tomada de decisão e de participação real em todos os diálogos”, destacou Isis Akemi. Para Capitu Maciel, “o brincar tem um espaço muito especial para que a gente fale sobre novos futuros possíveis”.

Diálogos autogestionados do BEG

O percurso do BEG até a COP30 envolveu diálogos em Londres, Bogotá, Nova Délhi, Adis Abeba e Sydney, reunindo lideranças políticas, sociais, científicas e espirituais. Os debates, conduzidos por nomes como Mary Robinson, Michelle Bachelet, Kailash Satyarthi, Wanjira Mathai, Anote Tong e Karenna Gore, resultaram em recomendações prioritárias consolidadas em um Relatório Global para orientar chefes de Estado e negociadores.

Além dos encontros presenciais, o processo contou com 125 Diálogos Autogestionados, que mobilizaram 15.271 participantes diretos, entre eles 2.395 crianças, em atividades realizadas em países das Américas, Europa, Ásia e África.

Inspirado no mecanismo do Acordo de Paris, o BEG busca ampliar a escuta pública sobre escolhas éticas e responsabilidades diante da crise climática. A iniciativa é fruto da articulação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o secretário-geral da ONU, António Guterres, a ministra Marina Silva, o Itamaraty, a Presidência da COP30 e o assessor especial da ONU para Transição Justa e Ação Climática, Selwin Hart.

O processo ainda reforça o mutirão global liderado pela Presidência da COP30 para acelerar a implementação dos acordos climáticos assumidos desde 2015. Nos últimos meses, seis diálogos regionais reuniram lideranças indígenas, comunitárias, religiosas, políticas e científicas para debater caminhos para uma transformação ecológica que vá além das soluções técnicas já disponíveis, incorporando um compromisso ético capaz de viabilizar sua aplicação.

VI Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente

Realizada em 2025, paralelamente ao BEG, a VI Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente mobilizou 8.732 escolas em 2.307 municípios, sob o tema “Vamos transformar o Brasil com Educação e Justiça Climática”. O objetivo foi fortalecer ações de educação ambiental e consolidar as escolas como espaços educadores sustentáveis e resilientes.

Participaram da conferência 1.293 escolas em áreas de risco socioambiental, 158 com atendimento a estudantes com deficiência, 1.478 da zona rural, 186 indígenas e 139 quilombolas. Em número de unidades participantes, a Mata Atlântica liderou com 2.818 escolas, seguida da Caatinga (2.467), do Cerrado (1.695) e da Amazônia (1.300).

Postado originalmente no site do MMA.

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