Maior festival de sustentabilidade da América Latina acontece na capital fluminense entre 16 e 19 de outubro — Programação prevê exposições, feiras, performances, oficinas, shows, debates e Fórum Virada Sustentável
Cantora Mãeana – foto de divulgação
Rio de Janeiro, outubro de 2025 – Depois de cinco anos sem programação no Rio, a Virada Sustentável, o maior festival de sustentabilidade da América Latina, estará na Cidade Maravilhosa entre os dias 16 e 19 de outubro, com programação gratuita em espaços como o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB RJ), Museu de Cultura Afro-Brasileira da Pequena África (Muhcab), Galeria Scenarium, Solar dos Abacaxis, Parque Garota de Ipanema, Casa Clima e Sesc Rio.
Sempre em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil, a Virada Sustentável celebra 15 anos de existência com a marca de 55 edições realizadas em diversas cidades do país, promovendo conversas e experiências criativas e transformadoras para aproximar o público de temas como mudanças climáticas, consumo consciente e biodiversidade com uma mensagem (pro)positiva acerca da sustentabilidade. O festival comemora também a construção de uma rede ativa de parceiros que contribuem com a propagação dessas mensagens, mobilizando territórios e a sociedade em prol de uma agenda cada vez mais consciente e conectada com o futuro.
O evento retorna ao Rio, cidade que já foi palco de grandes encontros importantes da agenda do clima como a Eco 92, conhecida também como Cúpula da Terra, e a Rio+20, que deu continuidade às discussões da Eco 92 em 2012, em outro período decisivo da agenda climática global, agora às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima de 2025 (COP30), prevista para novembro em Belém (PA).
No Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB RJ), coração do centro carioca, a Virada Sustentável terá abertura oficial dia 16 de outubro. Lá terão lugar os debates do Fórum Virada Sustentável, além de atividades infantis, arte e educação, shows e contação de histórias.
O Fórum objetiva conectar especialistas e ativistas climáticos a marcas e organizações parceiras por meio de conversas e diálogos abertos ao público. Mais de 30 lideranças inspiradoras participarão de talks e discussões sobre mudanças climáticas, empreendedorismo sustentável, economia verde sob a perspectiva do Carnaval e festivais, saneamento universalizado, práticas ESG, urbanismo e práticas comunitárias ancestrais, entre outros temas. Os temas serão divididos em sete painéis, nos dias 16 e 17 no Espaço Conceito do CCBB e Sala Multiuso no 3º andar.
Entre os nomes confirmados estão Diego Carbonell, diretor de Sustentabilidade da Liga RJ, Thaysa Santos, da Rede Favela Sustentável e gestora da Iniciativa Terra Afetiva, Regina Tchelly, da iniciativa Favela Orgânica, Fábio Toreta, chefe da Assessoria Especial de Comunicação Social (Ascom) do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marcelo Queiroz, da Secretaria Municipal do Ambiente e Clima do Rio de Janeiro, Sandra Kokudai, da Superintendência do Patrimônio da União no RJ, Ivani Rosa da Silva, do Quilombo Cafundó Astrogilda, Alan Brum, liderança comunitária do Morro do Alemão, ativista e doutorando em planejamento urbano, Mirna Gobbi, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Emanuel Alencar, do Respira, Rio!, Adriana Bocaiuva, do Comitê de Bacia da Região Hidrográfica da Baía de Guanabara e dos Sistemas Lagunares de Maricá e Jacarepaguá (CBH Baía de Guanabara), e Rita Fernandes, do Sebastiana, primeira associação de Blocos de Rua do Rio de Janeiro.
Na programação musical prevista para o espaço do CCBB, a família Morelenbaum fará uma apresentação em homenagem a Tom Jobim, um dos grandes nomes da composição brasileira, responsável pela internacionalização da bossa nova, reconhecido por cantar as belezas naturais do Rio em suas canções. A exibição contará com a cantora Paula Morelenbaum, que por dez anos cantou ao lado de Tom Jobim, assim como Jaques Morelenbaum, músico violoncelista e arranjador, e Dora Morelenbaum, cantora, compositora e multi-instrumentista.
A voz idílica do cantor e compositor Zé Ibarra, ganhador do Grammy Latino com a banda Bala Desejo, que lançou recentemente o álbum Afim, também integra o programa do CCBB, além de Tanaka do Pife e Grupo, conjunto formado por pífano, sanfona, zabumba e triângulo com repertório regado a músicas autorais e releituras dos grandes mestres como Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Jackson do Pandeiro.
Cantor Zé Ibarra – Foto de divulgação
Na Sala do CCBB Educativo, haverá um espaço dedicado às oficinas e atividades formativas, com visitas guiadas para a exploração da riqueza arquitetônica do prédio histórico.
Outro destaque no CCBB será a exposição Um escultor de significados, do artista plástico Flávio Cerqueira, que reúne cerca de quarenta obras em bronze destacando a poesia do mundo real com questionamentos sobre classe e identidade.
Na Casa Clima, serão abertas oficinas e palestras com a Virada de Impacto, curadoria promovida pelo Impact Hub Rio, que compartilha o compromisso de transformação em eventos imersivos e dinâmicos, trazendo entre outras atividades uma conversa com Allan Kaplan e Sue Davidoff, criadores do conceito Ativismo Delicado, que propõe um ativismo mais consciente de si para promover e semear transformação através da delicadeza, além de rodas de conversa sobre criatividade, construção de futuros possíveis, e a oficina Clima em Jogo ou Realidade, com a participação de refugiados sobre mudanças climáticas, promovida pelo projeto ConscientizAção, Mawon & Mural do Clima.
O espaço prevê ainda performance do espetáculo Mormaço, obra com poesias do ator e contador de histórias Elizeu Braga, nascido na Vila de Tacuã, comunidade ribeirinha de Porto Velho (RO).
A programação próxima à Casa Clima inclui um circuito de atividades no Solar dos Abacaxis, com exposições e oficinas perto da Feira da Rua do Lavradio, a Feira do Rio Antigo, com curadoria de empreendedores de sustentabilidade e brechós. Na Rua do Lavradio, na Galeria Scenarium, o público poderá ver três exposições, uma delas mostrando a reutilização de objetos adquiridos na feira da Praça XV.
Também no centro, o público terá acesso a exposições como a obra Protagonismos – memória, orgulho e identidade, que pretende iluminar e valorizar a memória dos antepassados e da cultura afro-brasileira, com a curadoria de Erika Monteiro, Phelipe Rezende e Stephanie Santana. No mesmo centro, haverá um seminário sobre a saúde do homem negro. A Feira Orobós será montada no Museu de Cultura Afro-Brasileira da Pequena África (Muhcab).
A Fundição Progresso receberá o 2º Festival Favela Sustentável, com o foco no tema Favela no Centro das Soluções Climáticas. O festival é produzido pela Rede Favela Sustentável, formada por mil integrantes, mobilizadores comunitários e aliados técnicos de mais de 300 favelas. Participarão desta edição mais de cem iniciativas de sustentabilidade de comunidades de favela de todo o Grande Rio. Neste momento também será lançada uma carta COP30 das favelas, em meio a apresentações culturais, rodas de conversa e oficinas.
Outro destaque do roteiro carioca será uma leitura expandida das obras A arte de guardar o sol, de Walter Steenbock, e de Diálogos Regenerativos para Futuros Sustentáveis, de Fábio Scarano, da Bambual Editora, no Museu do Amanhã.
Ainda estão previstas palestras sobre moda consciente, e atividades na Lagoa Rodrigo de Freitas com soltura de caranguejos e plantio de mudas. A ação no manguezal da Lagoa será conduzida pelo biólogo Mário Moscatelli, que atua há mais de 36 anos no local, e organizada pela iniciativa Águas do Rio. Haverá ainda evento sobre circularidade de roupas e equipamentos de surfe e um espetáculo de teatro da Organização Brasileira de Artes.
O programa prevê um jantar solidário no Refettorio Gastromotiva, restaurante-escola que também atua como refeitório comunitário, servindo jantares a pessoas em vulnerabilidade social. O cardápio foi elaborado pela equipe de cozinha do espaço e voluntários com interesse em participar da atividade serão encarregados do atendimento do público.
Entre as instalações artísticas, destaca-se a obra Eggcident, do artista holandês Henk Hofstra, instalada na Praça Mauá, sugerindo reflexões sobre as mudanças climáticas e o aquecimento global. Já Girassóis, instalação do artista plástico brasileiro, Eduardo Baum, com quatro gigantescos girassóis esculpidos a partir de materiais e embalagens plásticas pós-consumo, recolhidos por cooperativas de reciclagem, será exposta na Praia do Botafogo, propondo uma reflexão lúdica sobre energia limpa.
Girassóis – Foto de Victor Cohen
E no Parque Garota de Ipanema, uma programação focada na cultura regional poderá ser apreciada pelo público. Estão previstos a Roda de Jongo do grupo Afrolaje Cultural, o espetáculo circense Brasil mostra sua Cara, da Trupe Anima Circ, a apresentação de Maracatu de Baque Virado com os percussionistas e bailarinas do Rio Maracatu, com toadas de algumas Nações de Maracatu de Baque Virado de Recife, e o showda banda carioca de forró composta por musicistas femininas Tocaia. Apresentações de artistas como Natasha Llerena e Alulu Paranhos também integram a programação. O encerramento da programação musical se dá com a energia da cantora Mãeana, que sobe ao palco do Parque Garota de Ipanema com o show Mãeana canta JG, de João Gilberto a João Gomes, misturando elementos do tropicalismo, da MPB e de referências ligadas ao universo feminino.
PROGRAMAÇÃO PARA A FAMÍLIA INTEIRA
Atividades para toda a família estão previstas no Sesc Rio e em outros espaços ocupados pela Virada Sustentável. A unidade Fazendinha Sesc, terá a instalação Ovo Frito de Davi Rezende, além de oficinas de compostagem e resíduos. No Sesc Madureira, haverá oficinas para crianças e uma intervenção artística. O CCBBprevê contações de histórias, como Aventuras de Hermes e A Hora do Conto, além de brincadeiras envolvendo histórias, jogos musicais e ações pensadas para desenvolver o pensamento crítico, a criatividade, a imaginação, o vocabulário e a interação social dos pequenos e suas famílias. E no Parque Garota de Ipanema, a atriz e cantora Paulinha Cavalcanti apresentará a contação de histórias Flores D’Água, com histórias que nascem às margens dos rios e florescem na escuta das infâncias, com Libras e palavras em língua indígena.
A programação completa será divulgada em breve pelo site da Virada Sustentável, onde estarão também todas as informações do evento, assim como no perfil oficial no Instagram, @viradasustentavel.rio.
A edição da Virada Sustentável no Rio de Janeiro 2025 é apresentada pela Lei de Incentivo à Cultura. Tem patrocínio master da TotalEnergies, da Novelis, parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU) e apoio da Mills. Realização: Ministério da Cultura e Governo Federal.
Virada Sustentável
A Virada Sustentável é o maior festival de sustentabilidade da América Latina. Envolve articulação e participação direta de organizações da sociedade civil, órgãos públicos, coletivos de cultura, movimentos sociais, equipamentos culturais, empresas, escolas e universidades. Tem como objetivo apresentar uma visão positiva e inspiradora sobre a sustentabilidade e seus diferentes temas para a população, gerando reflexão e discussões a fim de promover um futuro sustentável e reforçando as redes de transformação e impacto social existentes.
