Por Elisa Homem de Mello | ECO21 |
Batemos um papo com Mayrá Casttro, a empreendedora paraense que é uma potência amazônica e está à frente do Invest Amazônia, uma plataforma que constrói e conecta parcerias entre a sociedade e projetos, iniciativas de empresas, indústrias e parceiros estratégicos.
Por contar com um olhar abrangente em relação à Tecnologia da Informação (TI), Mayrá está certa de que este setor pode ser uma ferramenta poderosa para o empoderamento feminino de várias maneiras e pode contribuir de forma substanciosa no combate às mudanças climáticas.
Conheça alguns exemplos de onde a TI pode ser aplicada para ampliar e, acima de tudo, consolidar a voz da mulher.
- Promover a educação e a capacitação: A TI pode ser usada para fornecer acesso a educação e treinamento de alta qualidade para mulheres, independentemente de sua localização ou situação socioeconômica. Isso pode ajudá-las a desenvolver as habilidades e o conhecimento de que precisam para alcançar seu pleno potencial.
- Estimular o empreendedorismo: A TI pode ser usada para apoiar o empreendedorismo feminino, fornecendo ferramentas e recursos que as mulheres precisam para iniciar e administrar seus próprios negócios. Isso pode ajudá-las a alcançar a independência financeira e a contribuir para o desenvolvimento econômico.
- Combater a violência e a discriminação: A TI pode ser usada para conscientizar sobre a violência e a discriminação contra as mulheres e para fornecer serviços de apoio às vítimas. Isso pode ajudar a proteger os direitos das mulheres e a promover a igualdade de gênero.
No Brasil, existem várias iniciativas que trabalham para promover o empoderamento feminino por meio da TI. O Prêmio Aurora Tech Awards é uma delas. Desenvolvido pela russa InDrive, empresa de aplicativo de mobilidade urbana, o concurso é global, anual, destinado a mulheres criadoras de aplicativos ou fundadoras de startups de tecnologia da informação (TI) e tem como fundamento a quebra de barreiras e a promoção da igualdade no empreendedorismo tecnológico.
Segundo Mayrá, uma coisa tem ficado bastante clara: “mulheres envolvidas em desenvolvimento de tecnologia da informação têm a característica de atuar em colaboração”. Ou seja, trata-se de uma ação que tem transcendido o propósito de simplesmente gerar lucro. Ao transformar as TIs em um meio para alcançar propósitos mais ligados à valores, e não apenas a um fim em si mesmo, vários bancos de dados são criados e podem ser traduzidos em informações valiosas e estratégicas para que se firme sempre mais a independência feminina. Diante deste cenário, podemos prever um caminho sem volta na estrutura de como os aplicativos se desenvolverão, já que o perfil feminino da atual geração de adolescentes traz, de forma aguerrida, a convicção de que o lugar da mulher é onde ela quiser!
“No Aurora, a TI é um meio para a geração de impacto social positivo entre as mulheres”, conta Mayrá. Nesta última edição, as participantes eram empreendedoras de diferentes partes do mundo, com backgrounds distintos, mas todas com o mesmo propósito: o de transformar a TI em um meio para a própria segurança, um meio capaz de empreender sua independência financeira, capaz de ajudá-las a amenizar, seja de que forma for, suas jornadas de trabalho infinitas.
Este é o exemplo de Elizabeth Mwangi, do Quênia, vencedora do Aurora Tech Awards 2023. Ela desenvolveu um aplicativo capaz de auxiliar faxineiras diaristas a encontrar mais clientes. “Existem dois grupos de mulheres no Quénia que são tratados de forma muito diferente pela sociedade. De um lado, estão as mulheres instruídas e com acesso ao trabalho em grandes corporações, universidades, engenharia e empreendedorismo. É fácil encontrar casos reais de empoderamento das mulheres nestes setores. Mas por, se você olhar para as favelas, verá mulheres que foram esquecidas. As mulheres das favelas tendem a ter menos oportunidades de emprego do que os homens”, explica Elizabeth, orgulhosa do aplicativo Gwiji, que em sualí significa Gênio. Até 2025, o Gwiji espera poder empoderar, no mínimo, 10 mil mulheres.
Elizabeth é um exemplo de como podemos utilizar a tecnologia para algo maior e com isso, desafiar as diversas formas de injustiça e criar oportunidades iguais de desenvolvimento e prosperidade para pessoas e comunidades em todo o mundo.
COMO PARTICIPAR?
Confira aqui as regras para participar do Aurora Tech Award, as inscrições vão até 1º de dezembro de 2023. As finalistas serão conhecidas em meados de janeiro de 2024 e as avaliações finais e anúncio das vencedoras ocorrerá em 8 de março do mesmo ano. A Premiação de US$ 60 mil será dividida entre as 3 primeiras colocadas, sendo que o 1º lugar ganha US$ 30 mil; o 2º lugar ganha US$ 20 mil e o 3º lugar, US$ 10 mil; Além dos seguintes benefícios:
- – Conecte-se com uma comunidade global de mulheres empreendedoras de tecnologia;
- – Amplie a visibilidade da marca com suporte de relações públicas para os finalistas, atraindo novos públicos, parceiros e investidores;
- – Obtenha feedback valioso de especialistas em capital de risco e membros do júri para melhorar sua startup;
- – Receba orientação de executivos de nível C e especialistas do setor da inDrive com um programa de mentoria finalista;
- – Expanda sua rede e ganhe reconhecimento no mundo das startups.