21.8 C
Rio de Janeiro
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Executivas comentam a pressão estética que as mulheres sofrem no mercado de trabalho

Mais lidas

eco21
eco21https://eco21.eco.br
Lúcia Chayb Diretora eco21.eco.br @eco21_oficial @luciachayb luciachayb@gmail.comPor trinta anos foi a jornalista responsável pela revista ECO21 (1990/2020)

27% das mulheres brasileiras se consideram distantes dos padrões de beleza e 15% dizem ter baixa autoestima, segundo relatório da Opinion Box

No Brasil, 15% das mulheres dizem ter baixa autoestima, contra 9% dos homens, e 27% delas se consideram distantes dos padrões de beleza, em comparação com 20% dos homens, segundo o relatório “Padrões de Beleza e Bem-Estar 2025”, da Opinion Box. No ambiente de trabalho, essa desigualdade também se reflete: muitas profissionais sentem que sua aparência interfere na maneira como são tratadas e reconhecidas. Raissa Florencecofundadora da Koru e sócia e business development da Oz CâmbioLorena Lagecofundadora e CEO da L&O Advogados, e Jordana Souzacofundadora e Diretora de Novos Negócios da VOLL, relatam como a pressão estética impactou suas trajetórias profissionais.
 

A pressão estética no mercado de trabalho é uma temática sempre em pauta e recentemente ganhou destaque na cultura pop. O filme “A Substância” (2024), dirigido por Coralie Fargeat e um dos favoritos no Oscar 2025, discute a obsessão pela juventude e aparência ao contar a história de Elisabeth Sparkle (Demi Moore), uma celebridade que, ao perder espaço na mídia por ter completado 50 anos de idade, recorre a uma droga que cria uma versão mais jovem de si mesma (interpretada por Margaret Qualley). A trama reflete a pressão imposta às mulheres para manter um padrão de beleza que se torna, muitas vezes, um critério de julgamento mais importante do que a própria competência.
 

Raissa Florence conhece bem essa realidade. Para ser levada a sério em um ambiente corporativo dominado por homens, ela chegou a cortar o cabelo para parecer mais velha e, assim, conseguir uma promoção. Em outra ocasião, um ex-diretor sugeriu que usasse salto alto para “inspirar respeito” — sugestão que ela segue até hoje. Em uma reunião de negócios, um diretor de banco a desqualificou chamando-a de “uma menina de saia amarela”, o que a levou a adotar roupas mais sérias e masculinas para evitar novos questionamentos sobre sua credibilidade. Hoje, ela busca manter uma imagem que a represente de forma autêntica, sem ceder a padrões impostos.
 

Os dados refletem a pressão relatada por Raissa. No Brasil, 51% das mulheres dizem estar acima do peso, contra 43% dos homens, e 37% relatam sofrer julgamento por causa da aparência, ante 24% dos homens, segundo a Opinion Box. A Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps) aponta, ainda, que o Brasil é o segundo país que mais realiza procedimentos estéticos no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

Jordana Souza enfatiza que a pressão estética sobre as mulheres dentro do ambiente de trabalho vem do mundo exterior, da sociedade como um todo, na qual “as redes sociais e a mídia alimentam a ideia de que a mulher deve ser sempre perfeita”. Ela observa que essa cobrança constante afeta a saúde mental e gera uma insatisfação persistente com a própria imagem. De acordo com a Opinion Box, 6 em cada 10 pessoas concordam que as propagandas ajudam a reproduzir padrões irreais de beleza. Enquanto as mulheres seguem tendo que provar sua capacidade através da imagem e além dela, é fundamental que as empresas e a sociedade discutam esse tema para promover um ambiente profissional onde o talento seja o real critério de avaliação.

Notícias relacionadas

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Últimas notícias

- Advertisement -spot_img