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Ventos do Saara

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Arthur Soffiati

Por volta de 12 mil anos passados, a Terra começou a entrar numa fase quente. Era a quarta vez em um milhão de anos que esse fenômeno acontecia: uma alternância de geleiras e temperaturas amenas. As geleiras dominavam no hemisfério norte e as chuvas eram volumosas no hemisfério sul. A área do atual deserto do Saara era uma floresta. Por volta de 7 mil anos atrás, ainda havia pastagens nela. O novo tempo quente foi reduzindo a grande floresta a oásis. O maior de todos restringiu-se ao vale do rio Nilo.

Hoje, o Saara é o maior deserto do mundo. As mudanças climáticas provocadas pela ação humana atualmente estão provocando o seu aumento e elevando suas temperaturas. De vez em quando, acontecem fenômenos extraordinários, como a copiosa chuva em Assuã no Egito, que expulsou escorpiões de suas tocas e ocasionou várias mortes por picadas venenosas. 

Foto: Jenney Dang

O Saara é uma fonte de calor para a Europa no verão. Os ventos que se formam nele atravessam o mar Mediterrâneo e chegam aos países europeus do sul, como Grécia, Itália, Malta, Espanha e Portugal. Nem bem o verão de 2022 chegou, Espanha e Portugal estão enfrentando altas temperaturas. Então começam as informações desencontradas ou incompletas. Primeiro, a não informação. Poucos jornais noticiam o que o verão está provocando. Os que noticiam ouvem um homem de 30 anos. Com os pés numa fonte pública, ele diz que nunca sentiu tanto calor na vida. Que esse verão é inédito. Foi o verão que chegou mais cedo em 20 anos, declara outro. Trouxe os meses mais quentes em décadas, noticia outro jornal. Maio foi o mês mais quente na Península Ibérica em 92 anos. Isso significa que houve algum verão mais quente há mais de 92 anos ou as medições de temperatura começaram há 92 anos, não havendo registros anteriores?

Sabe-se que a Organização Mundial de Meteorologia, ligada à ONU, relaciona tais temperaturas às mudanças climáticas. Podemos esperar incêndios, falta de água para o meio rural e urbano e mortes, principalmente de crianças e idosos, como vem acontecendo na Europa de maneira mais intensa a cada ano.

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