Conhecida como uma das florestas tropicais mais exuberantes e biodiversas do mundo, a Mata Atlântica foi abraçada por um movimento que busca resgatar e fortalecer os principais atrativos turísticos, culturais, de lazer, gastronômicos e naturais para garantir o desenvolvimento de cidades e comunidades situadas no maior remanescente contínuo do bioma no Brasil. Instituições, empresas, poder público e pesquisadores estão unidos para incentivar o turismo na região, estimular a população local para estar cada vez mais preparada para receber visitantes e estruturar novas experiências para que as pessoas valorizem a natureza e a cultura local.
Batizado como Grande Reserva Mata Atlântica, o movimento atua em cerca de 4 milhões de hectares de florestas, ambientes urbanos e área costeiro-marinha que abrange o Litoral Norte de Santa Catarina, o Litoral do Paraná e o Sudeste de São Paulo. A região abriga hoje 45 municípios, sendo quatro cidades históricas tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) – São Francisco do Sul (SC), Paranaguá (PR), Antonina (PR) e Iguape (SP) – e duas das mais antigas cidades do Brasil – Guaraqueçaba (PR) e Cananeia (SP).
Além de apreciar a arquitetura colonial, a culinária típica da região e a cultura caiçara, os visitantes têm a oportunidade de praticar atividades ao ar livre e conhecer atrativos naturais em diferentes tipos de paisagens, como montanhas, rios, cachoeiras, praias, manguezais, florestas e ilhas.
O contato com a natureza também pode garantir ao turista a surpresa de encontrar espécies de fauna e flora restritas dessa região – o mico-leão-de-cara-preta, o papagaio-de-cara-roxa e o gavião-pombo-pequeno, por exemplo – e outros animais, como guará, anta, muriqui, onça-pintada, botos e golfinhos. Ao todo, a Mata Atlântica é o lar de cerca de 23 mil espécies de animais e plantas.
O movimento
O movimento Grande Reserva Mata Atlântica não possui liderança única e aceita o apoio de qualquer organização ou cidadão interessado em desenvolver de forma sustentável o maior remanescente contínuo de Mata Atlântica do Brasil. A partir desta ação, Unidades de Conservação, empresas, poder público, instituições, pesquisadores e comunidade local estão unidos em um objetivo comum: aliar o desenvolvimento econômico e social da região com a preservação do meio ambiente.
De acordo com a coordenadora de Áreas Protegidas da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Marion Silva, o movimento busca desenvolver e fortalecer iniciativas que transformem a região, seguindo uma agenda comum de conservação. “Queremos mobilizar organizações, empresários, prefeituras e moradores para mostrar os potenciais turísticos, econômicos e culturais da região. Nós queremos promover uma convivência harmônica entre sociedade e o meio natural, que fortaleça negócios e traga desenvolvimento econômico e social”, afirma, lembrando que o movimento foi inspirado em uma ação semelhante ocorrida no Parque Iberá, na província de Corrientes, na Argentina.
Números
Atualmente, a Mata Atlântica possui 32 milhões de hectares cobertos com vegetação nativa, contudo, apenas 7% estão em bom estado de conservação, sendo parte significativa localizada na Grande Reserva. A Mata Atlântica passa por 17 estados brasileiros e cerca de 125 milhões de brasileiros vivem na sua área de abrangência, onde também estão concentrados aproximadamente 70% do Produto Interno Bruto do País.
Sobre a Fundação Grupo Boticário
A Fundação Grupo Boticário é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da RIO-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial. A Fundação Grupo Boticário apoia ações de conservação da natureza em todo o Brasil, totalizando mais de 1.500 iniciativas apoiadas financeiramente. Protege 11 mil hectares de Mata Atlântica e Cerrado, por meio da criação e manutenção de duas reservas naturais. Atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e nas políticas públicas, além de contribuir para que a natureza sirva de inspiração, ou seja, parte da solução para diversos problemas da sociedade. Também promove ações de mobilização, sensibilização e comunicação inovadoras, que aproximam a natureza do cotidiano das pessoas.